A Apple lançou um documento de esclarecimento quanto às medidas que vai implementar para, nas suas palavras, combater o abuso sexual de menores; e que surge a par de vários outras medidas que complicaram a situação, como a da detecção de imagens locais que possam ser impróprias para menores, dentro da sua app de mensagens.
Os esclarecimentos são válidos, e a Apple até chega ao ponto de dizer que recusará qualquer exigência de qualquer país que deseje utilizar o sistema para mais do que esta função. Uma recusa que no entanto não está a convencer ninguém, e basta olha para o seu comportamento no passado. Basta relembrar que na China a Apple removeu uma série de apps, e guarda a informação iCloud dos utilizadores em servidores no território, sob controlo do governo chinês.
The last time China stamped an inappropriate demand for access, @Apple sold out their users out.
— Edward Snowden (@Snowden) August 9, 2021
To quote them: “While we advocated against iCloud being subject to these laws, we were ultimately unsuccessful."
(LINK1: https://t.co/ohV464BLAU
LINK2: https://t.co/SmS9lb28q5) https://t.co/UdPYpErejv
Há ainda quem relembre que, mesmo que a Apple se recuse a adicionar outro tipo de imagens, nada impede uma qualquer entidade de segurança de fazer o pedido para adicionar as fotos que deseja localizar à lista, que depois é passada à Apple sem que esta tenha qualquer possibilidade de saber se as imagens detectadas são ou não aquilo que deveriam ser.
Somebody proposed the following scenario to me, and I’m curious what the law is.
— Matthew Green (@matthew_d_green) August 9, 2021
1. US DoJ approaches NCMEC, asks them to add non-CSAM photos to the hash database.
2. When these photos trigger against Apple users, DoJ sends a preservation order to Apple to obtain customer IDs.
Pensar que ainda há pouco tempo a Apple se gabava de que a informação dos utilizadores nunca saia do iPhone e se mantinha privada, face aos serviços da Google que enviam quase tudo para a cloud - e agora é ela a dar início a este péssimo precedente de andar a espiar e denunciar aquilo que os utilizadores tenham nos seus próprios smartphones.
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