Para a maioria das pessoas, um teclado é simplesmente um teclado, e a única coisa a ter em consideração no momento da compra é que tenha o preço mais baixo possível. Outros, não abdicam de teclados com teclas mecânicas, ou chassis em metal, e coisas como o anti-ghosting e N-Key rollover. Mas não se precisam preocupar com "fantasmas" no teclado, embora para perceber o que se passa se tenha que olhar para a estrutura interna de um teclado.
Como funciona um teclado?
Do lado de fora, um teclado é um amontoado de teclas que pode superar a centena. Temos por isso que arranjar forma de ler as teclas e informar o computador sobre o seu estado, mas uma vez que não é prático ter cada tecla ligada individualmente a um micro-controlador (o que obrigaria a ter centenas de pinos), é usada uma técnica mais curiosa e eficiente, criando-se uma matriz que partilha linhas e colunas entre as teclas. Mas com isto, em vez de se ter acesso directo à informação de cada tecla, temos que fazer um varrimento, activando sequencialmente linhas e colunas, e detectando as intersecções em que se lê um sinal que indica que determinada tecla está pressionada.O sistema permite poupar imensas portas à custa da complexidade acrescida do varrimento de leitura, mas com isto surge um outro problema: o que acontece quando se começam a carregar em várias teclas simultaneamente?
Teclas simultâneas
Em processo de escrita normal são poucas as vezes em que temos situações de carregar em múltiplas teclas simultaneamente; sendo que teclas como o Ctrl, Shift, Alt, e Win contam com circuitos especiais para essa eventualidade. Mas quando passamos para o cenário dos jogos, a situação de ter múltiplas teclas carregadas simultaneamente passa a ser uma constante. Podemos estar a carregar em teclas de direcção, enquanto carregamos em teclas de acção, e para escorregar ou disparar, etc. etc. Só que, no tal processo de leitura da matriz, isto gera enormes problemas.Por exemplo, no diagrama de teclado acima, se uma pessoa carregar simultaneamente nas teclas "C", "X", e "G", o controlador do teclado pensará que também se está a carregar na tecla "V". Daí o termo "ghosting", que faz o computador pensar que se carregou numa tecla "fantasma" que não está a ser pressionada. Num teclado com tecnologia anti-ghosting, esta situação é evitada, impedindo que sejam geradas teclas falsas em resultado da combinação de outras. (Noutros teclados isto resulta no "key jamming", em que ao ter duas teclas carregadas, o teclado nem sequer consegue registar uma terceira tecla carregada.)
E então, com isto fica tudo resolvido? Não, depois temos o...
N-key rollover
Embora por vezes sejam descritos como sendo sinónimos, o N-Key Rollover (NKRO) é algo diferente do ghosting. O ghosting é o fenómeno pelo qual um teclado poderia gerar teclas falsas em resultado de se pressionarem certos grupos de três teclas; o NKRO é uma tecnologia que garante que o teclado é capaz de detectar correctamente a leitura de "N" teclas simultâneas. Sendo que isso começou com alguns teclados a prometerem a leitura de 5 teclas, mas hoje em dia havendo teclados que já oferecem a capacidade de se poder carregar num número praticamente ilimitado de teclas, garantindo que todas elas serão registadas correctamente.Praticamente todos os teclados actuais do segmento "gaming" já terão estas duas tecnologias, mas não custará confirmar antes de investirem num. E não se esqueçam que o teclado, a par do monitor e rato, é daqueles componentes que irão passar milhares de horas a utilizar, dia após dia, mês após mês. Por isso, voltem a reequacionar se não se justificará dar-lhe um pouco mais de apreço do que meramente optar pelo "mais barato".
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