São cada vez mais frequentes os pedidos secretos das autoridades para que a Google revele os utilizadores que fazem certas pesquisas.
Nos EUA, depois das pesquisas geográficas de "geofencing", em que as autoridades pedem à Google que lhes dê uma lista de todos os utilizadores que estiveram numa determinada área geográfica em determinada altura, vão também aumentando os casos dos mandados secretos de informação sobre quem efectua certas pesquisas.
O histórico das páginas visitadas na internet, e também das pesquisas efectuadas, já foi usado no passado em investigação de casos - sendo desde logo óbvio que ter no computador um histórico de pesquisas como: "como esconder um corpo", "como cometer o crime perfeito", "como fazer veneno usando produtos domésticos", ou outras coisas do género, não irá abonar na defesa de um suspeito. Mas isso são informações a que as autoridades acederão depois de já terem informação credível para identificar um suspeito e aprofundar a sua investigação sobre ele, provavelmente com um mandado de busca autorizado por um juiz para o poderem fazer. No entanto, a facilidade com que se pode ter acesso à informação está também a ser demasiado tentadora para as autoridades.
São cada vez mais os casos em que as autoridades fazem pedidos secretos para que a Google identifique todos os utilizadores que façam pesquisas específicas, como por exemplo, a morada de uma vítima.
A ideia pode parecer boa, mas há quem alerte para a total inversão do processo de investigação. Em vez de se ter um suspeito com motivos válidos que justifiquem uma investigação que viole a sua privacidade, as autoridades passam a ter uma lista de pessoas onde praticamente podem seleccionar um suspeito "à escolha", mesmo que tenha sido uma pessoa completamente inocente que, por qualquer motivo banal, possa ter feito aquela pesquisa. E começa-se também a entrar num caminho perigoso, pois depois disto não será muito diferente começarem a tornar as pesquisas mais abrangentes, do estilo "identifiquem todos os utilizadores que pesquisaram por armas e que tenham pesquisado por moradas", ou que tenham visitado determinados sites, ou efectuado determinadas compras, ou qualquer uma das muitas coisas que a Google (e outras empresas tecnológicas, como Facebook, Amazon, Apple, etc.) sabem sobre os utilizadores.
Mais um pouco, e passa a ser da responsabilidade da Google denunciar todos os utilizadores que ousarem fazer pesquisas "proibidas".
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Relatório minoritário.
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