2022/04/12

John Oliver demonstra o fim da privacidade

O comediante John Oliver demonstrou no seu programa "Last Week Tonight with John Oliver" como é fácil chegar a um grupo bastante específico de pessoas usando as ferramentas disponíveis a qualquer anunciante.

Há muito que se fala da quantidade impressionante de dados que as plataformas online recolhem sobre os utilizadores, e de como isso possibilita um grau de manipulação sem precedentes, ao possibilitar "ataques" direccionados precisamente contra pessoas específicas. Mas, há coisas que só se tornam assustadoras quando são demonstradas de forma mais directa, e foi precisamente isso que John Oliver fez no seu programa.

John Oliver limitou-se a usar as ferramentas a que qualquer pessoa pode ter acesso, para criar uma campanha direccionada especificamente a alguns membros do Congresso dos EUA. Para isso criou um conjunto de regras como: homens com mais de 45 anos, num raio de 8 km do Capitólio, que já tivessem pesquisado ou visitado sites referentes a divórcios, massagens, perda de cabelo e crise de meia idade. Depois, criou três anúncios, com títulos como "o casamento não deveria ser uma prisão", "poderemos votar duas vezes" e "Ted Cruz erotic fan fiction". E, sem surpresas, não demoraram a surgir os cliques, em que alguns deles revelavam poder ter sido feitos directamente do interior do Capitólio.


O mais assustador é que este é o tipo de poder que está disponível há anos, para as plataformas digitais e os seus anunciantes.

Tem sido este o custo "escondido" que tem pago os serviços que estamos habituados a ter gratuitamente. Resta saber se este custo não estará a ser demasiado elevado.

8 comentários:

  1. O que me assusta mais é a facilidade com que as pessoas se deixam manipular. E acho que é esse o verdadeiro problema.

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    1. Precisamente. Ou então quem se queixa pode simplesmente deixar de usar. Ninguém nos obriga a usar os Facebooks da vida

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  2. O assustador para mim não é a facilidade que as pessoas se deixam manipular, mas sim, o serem manipuladas sem sequer se aperceberem direta ou indirectamente. Eu posso ter todo o cuidado possivel mas basta a minha esposa ou os meus filhos não terem cuidado e já foi a privacidade á vida. Na internet se o produto é grátis então o produto somos nós.

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  3. ja nao é problema novo como ele explica... e solução por mt que nos digam "desliguem" aquilo ou aquilo que resolvem... n resolvem... é só mais um bocado de areia para os olhos....

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  4. "Resta saber se este custo não estará a ser demasiado elevado."

    ...diz o editor de um site que depende das receitas de publicidade da Google.

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    1. E que frequentemente recomenda a utilização de ad-blockers...

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    2. Confirmo. Foi aqui que descobri o uBlock Origin (entre outros) e obviamente que desligo o filtro para permitir publicidade neste site, porque ajudar quem me ajuda será sempre um prazer.

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