A transição de uma mobilidade baseada em combustíveis fósseis para uma mobilidade mais sustentável é cada vez mais comum e Portugal não escapa à tendência. Nos últimos anos, assistiu-se a um crescimento da venda de carros 100% eléctricos, híbridos convencionais (HEV) e híbridos plug-in (PHEV), que têm a sua fonte de energia, ou uma das no caso dos híbridos, na energia eléctrica. Será que é possível economizar combustível com um carro híbrido convencional ou plug-in?
Como funciona um carro híbrido?
Para responder a esta pergunta, é importante sublinhar que existem dois tipos de carros híbridos: os convencionais (HEV) e os plug-in (PHEV).Híbridos convencionais (HEV)
Os híbridos convencionais, ou híbridos HEV, são veículos que vêm equipados com um motor a combustão interna (por norma movido a gasolina) e um motor eléctrico. Estes podem funcionar em conjunto ou de forma independente, mediante o momento da condução.A grande diferença para os híbridos plug-in (PHEV) está na forma de recarregamento das baterias eléctricas. Ambos os tipos de híbridos contam com um sistema de travagem regenerativa, que reaproveita a energia gerada pelo movimento das rodas (energia cinética) para carregar as baterias. No entanto, nos híbridos HEV esta é a única forma de carregamento das baterias possível, enquanto que nos PHEV é necessário a utilização de uma fonte externa, nomeadamente uma tomada em casa ou uma estação de carregamento pública.
Em termos de utilização dos seus motores, os HEV confiam no motor eléctrico para o momento do arranque ou em velocidades baixas. O motor a combustão interna entra em acção quando se atinge uma velocidade de cruzeiro, uma vez que este motor é concebido a pensar mais na performance e eficiência e não tanto na potência, como acontece num veículo a combustão interna (ICE- Internal Combustion Engine).
Híbridos plug-in (PHEV)
Os Plug-in Hybrid Vehicle (PHEV) têm, à semelhança dos HEV, um motor a combustão interna e um motor eléctrico alimentado por uma bateria de iões de lítio que operam tanto de forma conjunta, como independente.Apesar do tamanho da bateria do PHEV ser bastante maior quando comparado com a do híbrido HEV, ambos utilizam o sistema de travagem regenerativa para o reaproveitar a energia gerada pelo movimento das rodas durante a travagem ou abrandamento do veiculo. Contudo, os PHEV podem também efectuar o carregamento das suas baterias numa fonte externa – uma tomada de casa ou uma estação de carregamento público a título de exemplo.
Ainda que tenha de efectuar os carregamentos numa fonte externa, o tamanho maior da sua bateria leva a que estes veículos PHEV e tenham uma autonomia superior. Assim sendo, teoricamente podem percorrem distâncias muito maiores do que qualquer outro tipo de veículo, seja electrificado ou não, já que o motor a combustão interna trabalha sempre em conjunto com o motor eléctrico conseguindo tirar a melhor performance de cada um.
Nestes modelos, o facto de ser possível escolher a fonte de energia em função das condições da estrada gera uma autonomia superior, em comparação com os híbridos HEV, veículos a combustão interna (ICE) e 100% eléctricos.
Como poupar combustível com um híbrido?
Como vimos, os híbridos (convencionais ou plug-in), por possuírem um motor eléctrico, acabam por serem mais eficientes na gestão do combustível, tendo assim uma maior autonomia. Quando em circuito urbano, a baixas velocidades e nos arranques, os híbridos recorrem ao seu motor eléctrico proporcionando uma poupança significativa de combustível, também benéfica para o ambiente.A autonomia das baterias é cada vez maior, o que permite ao condutor realizar viagens cada vez maiores sem ter de recorrer ao motor de combustão interna, contribuindo para uma poupança de combustível.
Um estudo recente da EDF (Companhia Eléctrica Nacional Francesa) em parceria com o município de Estrasburgo, realizado ao longo de três anos, concluiu que um híbrido PHEV consome cerca de 46% menos combustível do que um veículo a combustão interna (ICE).
Este estudo refere ainda que, em média, os híbridos PHEV monitorizados realizaram carregamentos 1,6 vezes por dia, o que resulta numa redução de combustível em cerca de 70% e numa poupança de cerca de 1.400 euros por ano (7,1 euros por 100km), caso utilizemos o motor eléctrico em 60% do tempo de condução.
Para além de toda a economia de combustível que proporciona, os híbridos exigem uma menor manutenção, estão menos suscetíveis a falhas mecânicas e emitem menos poluição do que um veículo ICE podendo, ainda, usufruir de um desconto de 75% no Imposto Sobre Veículos (ISV).
Devia haver uma forma de compensar quem consiga andar com um híbrido sempre no modo eletrico (pelo menos dentro da fronteira da cidade) ou melhor ainda, que percentagem dos km são feitos com electricidade VS gasolina. Porque há muita gente que anda num PHEV mas depois raramente o carrega com electricidade. Um inventivo podia ser por ex: ao fazer provas (num centro de inspeção, ou melhor ainda: pegar nos dados da estatística de condução registados pelo carro na cloud da marca e aplicar num portal oficial para todas as marcas que validam estes dados) que ao fim de 3 meses se conseguiu fazer 90% dos km dentro da cidade tem direito a um selo de estacionamento na cidade como um veiculo eletrico.
ResponderEliminarHoje em dia os carros sabem se estão a circular dentro de uma zona de baixas emissões e podia haver um API de intercomunicação de estatísticas de um portal oficial comum às várias marcas para realmente dar incentivos a quem os merece, seja na aquisição do carro, seja na utilização.
ResponderEliminar