2023/10/16

Wi-Charge promete energia wireless a 10 m de distância

O sonho da energia wireless a grande distância não está morto, e a Wi-Charge diz estar pronta para o tornar realidade.

O carregamento wireless já é uma realidade para milhões de pessoas, que carregam os seus smartphones sem preocupação com cabos ou fichas, bastando pousá-los numa base ou suporte com carregamento wireless. Ainda assim, continua a existir interesse em tecnologias que permitissem a transmissão de energia a maiores distâncias, tecnologias essas que - infelizmente - têm prometido mais do que aquilo que realmente oferecem.

A Wi-Charge tem estado neste sector há vários anos - em 2010 tinha mostrado uma fechadura electrónica que dispensava cabos e carregamentos tradicionais - e agora diz estar pronta para começar a conquistar o público em geral. O sistema da Wi-Charge troca as ondas de rádio por raios laser IR, que diz permitirem uma transmissão de energia mais eficiente. No fundo, temos um emissor laser colocado no tecto, e os dispositivos remotos funcionam de forma idêntica à de equipamentos com pequenos painéis solares. Cada "carregador" pode iluminar múltiplos equipamentos em simultâneo, a distâncias de até 10 metros.
A empresa diz que o sistema é ideal para coisas como escovas de dentes eléctricas, painéis de parede, fechaduras, e outros dispositivos que tenham consumo de energia relativamente reduzido.

O uso de lasers pode ter vantagens em termos de eficiência, mas tem como grande inconveniente necessitar de uma linha de visão desimpedida entre o emissor e receptores. Qualquer obstáculo, como uma pessoa a passar à frente, ou rodar-se o receptor para outro ângulo, pode interromper o carregamento.

O pior é que a Wi-Charge parece estar a demonstrar o sistema usando dispositivos que, na maioria das vezes, serão de instalação fixa, e que pouca vantagem terão em adoptar um novo (e dispendioso) sistema face ao simples "cabo ligado à tomada". Já para as empresas, a solução poderá ser mais atractiva, pois permite alimentar milhares de coisas como etiquetas de preço electrónicas em lojas. Veremos o que o futuro dirá para esta empresa em termos do mercado doméstico, mas por agora, as coisas parecem não ser ainda suficientemente apelativas para tal.

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