Actualmente, qualquer app ou site tem a liberdade de apresentar pedaços de web de outros sites. Essa é uma funcionalidade implícita, sendo indispensável para muitas apps que, na realidade, se limitam a apresentar um ecrã que é o equivalente a um browser sem qualquer interface tradicional visível (tal como uma web app). Mas, a Google propõe um novo sistema, que daria a estas WebViews a capacidade de verificarem o estado do smartphone - nomeadamente para detectar se se trata de um smartphone com root ou com determinadas apps instaladas, e impedir o seu funcionamento se assim o entenderem.
A justificação é plausível, dizendo que tal poderá ser utilizado para evitar o uso abusivo de webviews em cenários que poderiam colocar em causa a segurança do utilizador - como quando uma app maliciosa apresenta um site legítimo para tentar roubar a password que for introduzida pelo utilizador. Mas, da mesma forma, este mesmo sistema poderá ser utilizado para impedir que apps como o YouTube Vanced, que apresenta o YouTube sem a maioria das restrições aplicadas aos utilizadores gratuitos, funcionem.
É um dilema bem real: a mesma tecnologia que pode beneficiar os utilizadores em termos de segurança, também pode ser usada para restringir a forma como usam os seus dispositivos. Algo que, de resto, não é novo. Muitos utilizadores que têm acesso root nos seus smartphones já ficam impedidos de usar coisas como o Google Pay, por não serem considerados equipamento seguros. Mas, ao contrário desse cenário, que acaba por representar uma pequena fracção de todos os utilizadores de smartphones, a aplicação deste "DRM" às WebViews terá um impacto bem mais global. Veremos como é que irá correr.
Não me parece que vá funcionar, o bloqueio dos ad-blockers também funcionou... durante uma semana. Não só podemos na mesma ver o YouTube sem publicidade, como os ad-blockers agora tem melhores "ad-blocker blockers" blockers.
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