Durante décadas funcionando como sistema de posicionamento global de referência, a rede GPS dos EUA corre o risco de se tornar obsoleta à medida que os sistemas chineses, russos e europeus avançam.
Sem o GPS, o nosso mundo seria um lugar bem diferente, bastando relembrar que se tornou tão "banal" que já assumimos que os seus benefícios são implícitos. Apesar disso, os EUA não têm um sistema de posicionamento que tenha sido criado para uso civil, com o GPS a ter surgido como sistema militar que, posteriormente, foi expandido para o uso civil. Nascido há muitas décadas, o GPS é vulnerável devido à sua simplicidade e à sua idade. Ele fornece dados cruciais de tempo e localização, mas é fácil de manipular através de ataques de bloqueio e falsificação, particularmente em zonas de conflito como o Báltico e o Médio Oriente.
Os ataques de bloqueio impedem os sinais do GPS, enquanto os ataques de falsificação enviam dados falsos, fazendo com que os dispositivos pensem estar em locais completamente diferentes. Por exemplo, a falsificação perto de uma base aérea israelita afecta tanto os foguetes do Hamas quanto os voos comerciais, fazendo com que um jato comercial quase entrasse no espaço aéreo iraniano no ano passado. Além disso, os próprios satélites GPS enfrentam riscos de ataques de mísseis e tecnologia que pode desativá-los ou capturá-los, para nações que tenham a tecnologia adequada.
Os EUA estão a ficar para trás nesta corrida espacial. Muitos satélites GPS estão antigos, excedendo a sua vida útil prevista, e as substituições têm sido lentas. Enquanto isso, o sistema Galileo da Europa e o sistema Beidou da China oferecem alternativas mais novas e seguras. A China tem até um plano de backup que envolve estações de temporização terrestres e extensas redes de fibra ótica que reforçam a sua capacidade.
Se considerarmos uma evolução para um mundo cada vez mais dividido em vez de unido, corre-se o risco do GPS passar a ser uma relíquia de outros tempos na qual já não se pode confiar.
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