As ambições espaciais da Boeing podem ter chegado ao fim, com a empresa a poder abandonar por completo o sector das missões tripuladas.
Depois do embaraçoso incidente da cápsula Starliner, em que os astronautas que transportou até à ISS terão que regressar à boleia da rival SpaceX por preocupações de segurança, a Boeing pode não ter outro remédio a não ser desfazer-se da sua divisão espacial.
O novo CEO Kelly Ortberg, que assumiu o cargo em Agosto, está a ponderar a venda desta divisão como parte de uma estratégia mais ampla para estabilizar a empresa. A Boeing enfrenta múltiplos desafios, desde questões legais relacionadas com os acidentes do 737 Max a problemas técnicos com a Starliner. O desempenho financeiro da Boeing também gerou preocupações, com a empresa a reportar perdas de 6.17 mil milhões de dólares no último trimestre e a gastar 250 milhões de dólares adicionais no projecto Starliner. Ortberg diz que a Boeing deveria focar-se em "fazer menos e fazer melhor" e indicou que as divisões de aviões comerciais e de defesa continuam a ser centrais para a empresa. Contudo, a divisão espacial da Boeing e outros sectores não essenciais podem ser vistos como uma distracção em relação a essas áreas principais.
Apesar destes possíveis cortes, é provável que a Boeing mantenha alguns projectos espaciais importantes, como o Space Launch System (SLS) - que também tido assolado por custos muito superiores ao inicialmente estimado - e que continua a ter papel crítico para as missões Artemis da NASA para o regresso de astronautas à Lua. Adicionalmente, também deverá manter as divisões de satélites comerciais e militares.
Veremos que tal correm estes planos, e se a Boeing consegue recuperar a sua associação a "engenharia de qualidade" que fez esquecer por completo desde os incidentes do 737 Max.
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