2025/06/18

Análise ao Google Pixel 9a

A família dos Pixel "a" tem-nos trazido alguns dos modelos de maior sucesso da Google, e é tempo de vermos se o Pixel 9a mantém essa tradição.


Com o Agosto à porta, há quem já esteja a apontar para os novos topo de gama da Google. Contudo, nem todos têm capacidade monetária ou intenção de gastar uma quantia na casa do milhar de euros num smartphone.

Esta análise ao Pixel 9a pode servir para esclarecer as dúvidas de quem pretenda um bom equipamento, por cerca de metade do valor dos topo de gama, sem que com isso tenha de prescindir de um desempenho de qualidade.O Pixel 9a


Não há novidades em termos de empacotamento, com a Google a manter a sua aposta num formato amigo do ambiente.


O sistema de abertura da caixa segue uma linha de simplicidade, bastando puxar as duas tiras de papel para ter acesso ao conteúdo.


O smartphone surge no primeiro nível, envolto por uma película protetora. 


Esta película tem a particularidade de indicar a posição dos principais elementos de controlo do smartphone, com a posição do sensor de impressão digital a merecer destaque, numa zona mais central, que facilita a sua utilização.


Retirando o smartphone da caixa, surgem os acessórios.


Serviços mínimos neste campo, com a Google a limitar-se ao cabo USB-C, documentação de referência e clip para instalação do cartão SIM.

Um olhar mais atento, irá revelar uma particularidade na imagem acima

As capas, não incluídas nos acessórios, estão disponíveis para venda. Apresentam um toque suave, com boa aderência, permitindo que o equipamento não escorregue da mão. 


Em termos de design, há uma linha de continuidade com a série Pixel 9, se bem que, com uma alteração inesperada que abordaremos de seguida. O bloco de câmaras, ao contrário do que vinha a ser habitual nos últimos anos, surge incorporado no corpo do equipamento, apresentando uma saliência mínima.

Curiosamente, quando colocada a capa, a situação acaba por ser estranha. Algo que há uns anos era perfeitamente normal, nos tempos que correm, irá parecer, diferente. Achei tão curioso que fui buscar o Nexus 4 à prateleira para comprar o recorte da capa com o deste Pixel 9a. É um regresso ao passado, com uma alteração que levou vários anos até ser aceite, a qual agora acaba por ver notada a sua ausência.


Na lateral inferior, saída de som, porta USB-C, um muito mal colocado microfone e o slot para o cartão SIM, com o seu orifício a facilmente se confundir com o referido microfone.


Na lateral superior, apenas um microfone. 


Do lado direito, botões de on/off e volume, bem posicionados, para um utilização confortável. 


Na lateral esquerda não há botões ou ligações, ficando bem visível o formato quase totalmente reto, que sendo feliz em termos visuais, acaba por ser menos confortável em utilização, sobretudo quando tem a capa instalada. 


As margens do ecrã, não sendo enormes, podem considerar-se algo volumosas para um equipamento na casa dos 500€.


Especificações
  • Ecrã
    • 6,3" pOLED  com 1080 x 2424 a 422,2 ppp
    • Formato de 20:9
    • Taxa de actualização entre 60 e 120Hz
    • Até 1800 nits (HDR) e até 2700 nits (brilho máximo)
    • Relação de contraste superior a 1 000 000:1
  • Memória e armazenamento
    • RAM LPDDR5x de 8 GB
    • Armazenamento UFS 3.1 de 128 GB/256 GB
  • Processadores
    • Google Tensor G4
    • Coprocessador de segurança Titan M2
  • Câmaras
    • Traseira
      • Grande-angular Quad PD de 48 MP
      • Ultrawide de 13 MP
    • Frontal: 13 MP
  • Bateria: Normalmente, 5100 mAh (mínimo de 5000 mAh)
  • Certificação IP68 de resistência a poeira e água
  • Dimensões e peso
    • 154,7 mm (altura) x 73,3 mm (largura) x 8,9 mm (profundidade)
    • 186,9 g


Em utilização

A Apple regressou a este formato sem curvas e a Google não tardou a seguir-lhe as pegadas, procurando aproveitar a onda de sucesso dos iPhone. Como acima referido, o formato está longe de ser consensual, sobretudo quando se utiliza uma capa, ficando o smartphone com um volume considerável, que o torna menos confortável na mão. O facto de ter crescido um milímetro em largura, também não ajuda neste campo do toque e conforto.


O Google Tensor G4 que equipa os modelos topos de gama da marca, dispensa grandes apresentações. Trata-se de um processador que permite um desempenho superior, sem contudo quebrar recordes, tanto em desempenho puro, como na autonomia, com a Google a garantir 80% de carga até aos mil ciclos de carregamento — cerca de 3 anos. Para tal ser possível a Google recomenda que o smartphone seja carregado (sempre que possível) apenas até aos 80%, algo que de resto já pode ser configurado no equipamento, havendo a possibilidade de desligar esta opção, quando houver necessidade de ir até aos 100%, por forma a responder a um dia com uma utilização mais exigente do equipamento. 

Os 8GB de memória não levantam problemas em termos de utilização das aplicações e jogos. Contudo, tendo em conta o plano de (7) atualizações previsto para os smartphones da Google, quando chegar o Android 18 (daqui a dois anos...), a memória poderá já constituir-se como um fator limitativo para a disponibilização de novas funcionalidades.

Por falar em Android, este Pixel 9a lançado com Android 15, já se encontra a correr o Android 16, tendo a Google antecipado o lançamento habitualmente previsto para Agosto - Setembro. O novo Android chegou sem grandes novidades em termos visuais, com o Material 3 Expressive a ficar reservado para um futuro lançamento. 


O Gemini surge como alternativa ao Google Assistant e ao contrário do que se passava há cerca de um ano atrás, o Gemini já se constituiu como uma solução capaz de substituir o Google Assistant. Ainda não é uma solução final, havendo arestas para limar, mas este ano de desenvolvimento permitiu à Google chegar a um patamar bastante aceitável. Há uma maior integração com os serviços da Google e as funcionalidades vão surgindo de forma regular com os feature drop , se bem que com as já conhecidas limitações por motivos de "incapacidade de hardware".


As câmaras


A aposta da Google num downgrade para 48MP no sensor principal e a manutenção dum já mais que testado sensor de 13MP (utilizado no Pixel 7a e 8a) é suportada pelo processamento do software.  As fotografias capturadas com a câmara principal são bastante boas, exibindo a nitidez nas imagens, que apresentam um bom detalhe. O zoom ótico está limitado a 2x, pelo que não devem esperar milagres no zoom 5x.

Pixel 9a

Uma novidade muito bem-vinda está no modo Macro. Ao contrário de um modo macro dedicado, esta funcionalidade está integrada no sistema de autofoco da câmara principal e é ativada automaticamente, quando o smartphone se aproxima de um objeto (a cerca de 5 cm), permitindo capturar detalhes com muita qualidade.

Em condições de pouca luz, o modo Night Sight continua a disponibilizar a sua magia, possibilitando a captura de imagens onde por norma os smartphones de gama média tendem a fraquejar. 

No que diz respeito a software, além do Magic Editor para remover elementos indesejados, temos duas funcionalidades interessantes. O Best Take, para escolher as melhores expressões nas fotos de grupo, permitindo escolher a opção que melhor represente a pessoa em questão e o Add Me, onde passa a ser possível ao fotografo fazer parte de uma fotografia de grupo, com o software a juntar duas imagens para este fim.

Original, opção para Best Take, resultado final

Sendo funcionalidades interessantes, têm ainda que melhorar alguns aspectos para elevar qualidade do processamento. No caso do Best Take, os óculos são ainda um problema. 

Add Me - qualidade de imagem na zona de sobreposição dos corpos

A funcionalidade Add Me, sendo interessante, tem de apresentar melhores resultados na junção das imagens, havendo zonas que claramente se verifica que são montagem. 

Em termos de vídeo, a estabilização ótica e electrónica permite evitar a tremideira que facilmente estraga a imagem. A gravação pode ser efetuada a 4K, com 30 ou 60fps.


Apreciação final



Visualmente diferente, nomeadamente a traseira sem o ressalto para as câmaras, será o formato do corpo sem uma verdadeira curvatura na traseira que poderá não a gradar a todos os utilizadores. A utilização da capa oficial não ajuda neste aspecto, sendo que as capas de terceiros, poderão contornar esta situação.

A combinação de hardware e software continua a ser o ponto forte deste Pixel 9a  (tal como dos Pixel em geral), com a Google a disponibilizar um equipamento com argumentos para ter um papel de destaque no sempre feroz combate na linha de gama média.

Já a correr Android 16, o Pixel 9a tem mais um argumento a seu favor, sendo uma opção incontornável para quem gosta de um smartphone sem interfaces alternativas e paletes de aplicações com pouca ou nenhuma utilidade. Para o consumidor em geral, será um equipamento a ter em conta, nomeadamente quando surge em promoção abaixo dos 500€, tornando-se nestas alturas difícil de bater pela forte concorrência dos outros pesos médios, saindo assim desta análise com um muito merecido Escaldante.


Google Pixel 9a
Escaldante



Prós
  • Relação qualidade/preço
  • Excelente hardware para um gama média
  • 7 anos de actualizações

Contras
  • Formato "sem curvas"
  • Margens do ecrã
  • Autonomia


Pixel 9a

Escaldante (5/5)

Sem comentários:

Enviar um comentário (problemas a comentar?)