2011/04/16

A Indústria Disco-Dinossáurica

Bem sei que as grandes indústria resistem à mudança, e no caso da indústria discográfica/musical a coisa torna-se ainda mais aberrtante quando se constata que nem sequer aprendem com os erros do passado.
Estamos a falar de uma indústria cujo nome "discográfica" já nem faz sentido para os jovens de hoje que nunca viram um disco de vinil; uma indústria que sempre gritou desgraças sempre que surgiu um novo meio de divulgação.


Sim, esta indústria adiou o sucesso da rádio por várias décadas, devido às suas "licenças" (e veja-se o quanto a rádio fez/faz pela música); desesperou com o sucesso das cassetes (e veja-se quantos mais milhões ela lucrou com isso); com a gravação de CDs chorou que seria o fim, com as cópias digitais (sem comentários); e agora com os MP3 e a Internet, é a palhaçada das perseguições que vemos...
O mais triste é ver que continuam a "enterrar" projectos que deveriam abraçar. Qualquer nova tentativa de usar as vantagens do digital para benefício do consumidor são vistas como um atentado à sua existência - e por este andar parece-me que só irão acordar quando descobrirem que, afinal, já ninguém precisa deles.

Um dos mais recentes casos é o do Google, cujas negociações com as empresas musicais parece ter chegado a um ponto de ruptura.
Não me admira que o Google tenha ficado farto, e esteja agora a considerar usar a mesma táctica da Amazon: em vez de tentar licenciar as coisas como seria "lógico", vai ultrapassar essa questão por completo: disponibilizando apenas "espaço", e deixando a cargo dos utilizadores as músicas que lá decidirem meter ou comprar. E assim se passa mais um entrave...

E caso a Indústria decida ir para Tribunal para defender a sua posição - é melhor que tenham noção de que o Google tem dinheiro para simplesmente os comprar a todos! (Algo que alguns argumentam que talvez fosse melhor, e acabaria de vez com todas estas palhaçadas.)

... Custa assim tanto olhar para a mudança como uma oportunidade para chegar a novos mercados e eventualmente até fazer muito mais dinheiro? A posição destes gestores faz lembrar a pose de um qualquer velho ditador, enfiando a cabeça na areia tentando fazer de conta que a revolução que ouve lá fora não deve ter nada a ver consigo, e que tudo continua na mesma como sempre esteve nas últimas décadas.

A única coisa que vão conseguir ver, quando abrirem os olhos, é que afinal estão num pequeno cúbiculo escuro cuja porta foi emparedada e esquecida, enquanto o resto do mundo evoluiu...

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