Estava demorada... mas não estava esquecida: a análise ao novo iPad da Apple (que para diferenciação dos futuros "novos iPads", é melhor passar a ser conhecido por iPad 2012, ou iPad "3" para quem preferir manter a numeração sequencial).
É uma análise que poderá saber a pouco... pois na realidade, continua a aplicar-se tudo aquilo que disse o ano passado relativamente ao iPad 2, sendo que a verdadeira grande novidade é o seu novo ecrã "retina display" que quadruplica o número de pixeis (à semelhança do que o iPhone 4 fez), assim como uma câmara melhorada e uma capacidade 4G que por cá se torna ridiculamente inútil por não poder ser utilizada.
O Novo Apple iPad
Relembro que deverão dar um salto à análise do iPad 2 para ficarem com uma melhor ideia do que é ter um "iPad". O novo iPad apresenta apenas ligeiras mudanças físicas exteriores: sendo ligeiramente mais grosso (9.4mm vs 8.6mm) e ligeiramente mais pesado que o modelo anterior (660g vs 600g) - ainda assim, mais leve que o modelo original que chegava aos 730g.
Não se tratam de mudanças que sejam facilmente perceptíveis, nem mesmo quando colocados lado a lado.
O iPad continua a utilizar apenas uma saída de som colocada num dos lados... seria agradável que por esta altura já se pudesse contar com som stereo com o ecrã pousado na horizontal.
A qualidade de construção e dos acabamentos é, como se poderia esperar, da mais alta qualidade, apresentando uma rigidez e robustez que não inspira grandes cuidados. (Os principais cuidados serão o não se querer ver o "brinquedo" com a parte traseira riscada!)
As principais diferenças estão - literalmente - à frente dos olhos: o seu novo ecrã "retina" que quadruplica o número de pixeis e nos dá imagens mais nítidas que nunca, e que é igualmente acompanhado por um CPU A5X, que conta com um GPU melhorado para suportar a resolução acrescida, e também 1GB de RAM que darão maior fôlego ao iOS.
Fotos e Vídeo
Para além do ecrã, também a câmara foi alvo de grandes melhorias - o que não era difícil, já que a anterior câmara era sofrível. Agora temos uma câmara de 5MP, que finalmente permite captar imagens com qualidade decente, e também capaz de gravar vídeo FullHD 1080 a 30fps (e com estabilização de imagem). A câmara frontal continua a ser de qualidade VGA, suficiente para realizar videochamadas e pouco mais.
Não é que imagine muitas pessoas a comprarem um tablet pelas suas qualidades fotográficas (muito melhor uso será dado a este iPad como visualizador de fotos tiradas com câmaras DSLR, permitindo apreciar cada fotografia de forma que nem sequer é possível conseguir num ecrã desktop)... mas, se for necessário, é bom saber que o vosso iPad dará para desenrascar fotos e vídeos - desde que estejam dispostos a fazer a "figurinha" de estar a tirar fotos com uma "tabuleta" à frente da cara... :)
Em Funcionamento
Mas... é ao ligar que o novo iPad revela a sua diferença. O seu ecrã com uma incrível resolução de 2048x1536 é algo que não encontra paralelo nem sequer na maioria dos monitores dos computadores desktop. Ao relembramos que um ecrã FullHD tem "apenas" 1920x1080 pixeis, e que muitos projectores de cinema digital projectam nessa resolução nas nossas salas de cinema... podem ficar com uma ideia aproximada do que é ter tantos pixeis "na palma das mãos".
Mais que uma ideia, isto é algo que apenas pode ser "visto" ao vivo... pois será coisa que não faz sentido estar a explicar ou sequer tentar reproduzir com fotos ou vídeos... pois estarão a olhar para isto através de um ecrã que não tem a capacidade de reproduzir esta densidade visual. (Tal como seria impossível estar a demonstrar um vídeo HD através de um televisor analógico "low-def".)
No novo iPad, tudo surge com definição acrescida, e o primeiro local onde se pode notar a diferença que isso representa é... nos textos.
Quer seja no browser, ou no iBooks, ou em qualquer outra App que exiba texto, o novo iPad demonstra imediatamente como se pode dar bom uso a todos os pixeis do seu ecrã. Abrindo-se uma página web, podemos ler sem grandes dificuldades o texto que é apresentado sem necessidade de fazer zoom.
Uma definição que é igualmente notada em muitos outros tipos de Apps, como nas que já disponibilizam comic books que dão uso à resolução acrescida do novo iPad; e... no fundo... todas elas.
O excelente Flipboard continua a ser um dos exemplos que, por si só, quase justifica a compra de um tablet para "consumo" de notícias...
Facilmente somos obrigados a ficar impressionados com aquilo que vemos no ecrã. Abrir a galeria de fotos, escolher uma foto com vários megapixeis, e ver todos aqueles pixeis no ecrã reagirem instantaneamente aos nossos gestos de pinch to zoom... é algo que devia servir de inspiração a todas as plataformas, para que procurassem obter o mesmo nível de "reactividade" que a Apple demonstra ser possível no seu iOS.
Apreciação Final
Se é fácil ficar apaixonado pelo fantástico ecrã deste novo iPad, por outro lado não posso deixar de dizer que este iPad poderá ser considerado um modelo feito "à pressão".
Desde o iPhone 4 que se esperava que um futuro iPad viesse a dar igual salto de resolução. Um salto que não era tecnologiamente possível no ano passado, por altura do lançamento do iPad 2; mas que agora se concretizou.
Mas, concretizou-se - arrisco-me a dizê-lo - mesmo à "justa". Vejamos... a nível de CPU não houve qualquer melhoramento significativo; e a potência do GPU, duplicada... é também a estritamente necessária para permitir a habitual fluidez de operação esperada dos equipamentos mobile da Apple (no mínimo, poderia exigir-se que a potência do GPU fosse quadruplicada para suportar o acréscimo do número de pixeis.)
Claro que para o comprador comum, não serão os "fillrates" ou "benchmarks" que farão qualquer diferença na altura de escolher um tablet. O que interessa é aquilo que se vê com os próprios olhos, e a forma como o equipamento reage aos seus toques e gestos - e aí, escusado será dizê-lo - o novo iPad concretiza tudo aquilo que se poderia esperar dele.
Quanto ao 4G, seria sem dúvida uma mais valia interessante - mas que por cá se torna... irrelevante, ao não suportar as frequências 4G/LTE da nossa rede. Embora, também seja algo que também é minimizado pelo facto da grande maioria dos tablets vendidos ser em versão "WiFi".
(Há alguns relatos que apontam para problemas de conectividade WiFi nos modelos iPad "WiFi" - no modelo com 3G que tive, não notei qualquer problema de perda de sinal ou fraca recepção - mas há quem diga que o problema poderá estar relacionado com a gestão da energia a ser demasiado agressiva e prejudicar a recepção, e que tal poderá ser corrigido com uma actualização.)
As críticas quanto à temperatura de funcionamento são também algo que me parece ter sido demasiado empolado. Sim, o iPad aquece quando usarem Apps que puxem pelo processamento do CPU e GPU, mas nada que seja extraordinariamente superior ao que acontecia com os iPad anteriores, ou outros tablets.
Também a nível de autonomia, há que relembrar o (bom) trabalho que foi feito, com o novo iPad a manter uma autonomia suficiente para "dar e vender". Com o dobro da capacidade, a bateria do novo iPad é capaz de aguentar as necessidades do novo ecrã e do 4G (que cá funciona apenas em modo 3G) sem com isso reduzir o tempo de utilização. Na maior parte dos casos, será suficiente carregar o iPad apenas uma ou duas vezes por semana.
Quanto à câmara, trata-se de um melhoramento bem recebido (e necessário - afinal, seria ridículo ter um ecrã com tal resolução e uma câmara que nem sequer produzisse uma imagem com número de pixeis igual ou superior) mas... não penso que seja um factor decisivo num equipamento desta natureza.
Mas nem tudo são vantagens. O excelente ecrã com esta enorme resolução (que muito bem vindo é, e marca a tendência para que todos os restantes tablets passem também a oferecer resoluções, no mínimo, de FullHD) vem também mostrar que o "mundo" ainda não está adaptado para tirar partido destas densidades.
Por exemplo, navegar na web torna-se rapidamente num misto de prazer e tristeza... pois embora se consiga ler o texto com maior nitidez que nunca, saltam imediatamente à vista todas as imagens de fraca qualidade que anteriormente passariam despercebidas num ecrã de resolução normal. Essas imagens e conteúdos "esborratados" são algo com que será necessário conviver neste período de transição, enquanto sites e demais Apps não forem alterados para tirar partido destes tipos de ecrã.
(Mas, claro que não há volta a dar... depois de olharem para um ecrã destes, torna-se "impossível" voltar para trás.)
Por isso mesmo, o novo iPad continua a ter tudo para permanecer o tablet mais desejado da actualidade, com a vasta gama de Apps disponíveis na App Store, e com o melhor ecrã no mercado... e que ainda por cima tem um preço base altamente tentador, abaixo dos 500€! Não será fácil competir com estes argumentos... mas vamos ver que respostas a concorrência estará a preparar.
Apple iPad "3" (2012)
Prós
- Ecrã com resolução "retina"
- Autonomia inalterada
- Câmara melhorada
Contras
- Desempenho equivalente ao do modelo anterior
- 4G não utilizável na nossa rede
Apesar dos "problemas" reportados (aquecimento e alguns com ecra amarelado) e deste iPad ser visto como uma versão de transição, o que é certo é que mesmo um mês após o lançamento, está esgotado em todo o lado.
ResponderEliminarAinda assim não compensa versus iPad 2.
ResponderEliminarSó faltou falar no tempo de carga (6h) e no facto de com o carregador original não ser possível a utilização em simultânea quando esta a carregar. Mas sem stress, à marca da maça tudo se perdoa...
ResponderEliminar"Perdoa-se" bem o facto da autonomia continuar excelente. Mas sim, se for factor crítico o tempo de carregamento, talvez seja preferível um tablet com um bateria mais pequena que carregue em 5 minutos... e que tenha autonomia para 10. ;P
EliminarEm utilização normal, deixas o aparelho carregar durante a noite, e usas durante o dia... e por isso tanto faz que carregue em 3 ou 5 ou 7h. Ainda mais quando isso tem que ser feito apenas uma vez por semana ou isso.
Quanto à incapacidade de o carregador carregar a bateria em simultaneo com uso intensivo; poderia ser criticado... se não fosse já algo (infelizmente) comum. Já nos MacBooks (e noutros portáteis), os carregadores fornecidos não têm capacidade sequer para manter o aparelho à carga máxima, se não tiverem também a bateria a dar uma ajudinha.
Mas, voltando-se ao mundo real... são coisas que na prática raramente serão atingidas pelos utilizadores - ainda para mais no caso de um tablet, cujo uso primordial será "desligado" do cabo de power.
Discordo completamente desta resposta. São várias as vezes em que carrego o ipad durante o dia, ou que o uso ligado ao carregador para depois sair de casa e ainda ter carga no mesmo. Descontar esta diferença fundamental entre o novo modelo e os anteriores parece-me ser uma omissão grave.
EliminarUso um asus transformer e não o comprava se não o pudesse usar enquanto carrega. As vezes é mesmo necessário.
EliminarEu tenho os 3´s Ipad´s e vou relatar a minha experiência com o novo ipad.
ResponderEliminarTestes:
Ecãm: Muito boa qualidade, e tive sorte, nada de tonalidades amarelas.
Som: manteve o mesmo desde geração 1
Bateria: demora mais um pouco que o 2 a carregar mas nada como se fala por ai.
A favor:
- ecran
- velociadade (dá para sentir quando o mesmo jogo corre ao lado dos outros ipad´s)
-1gb ram repartido 512mb cpu interno + 512mb extra na borad.
Contra:
- 4G onde....só 3G de momento.
- Pastilha da internet tao falada no 5.1 e o mesmo só que tem 4G activo é que aparece no menu.
- Trabalha com uma temperatura mais alta, mas nada de alarmar.
Mal como foi dito: esgotado em todo lado, vende!!!!
Como todos os produtos apple vendem... Mais que não seja pelo simples facto de que ter um produto apple e sinal de que se tem "posses" para isso e todo o ser humano gosta de mostrar que tem o último produto da marca de "referência" para classes elevadas....
ResponderEliminar@Tiago penso que isso é, cada vez mais, um "mito" que infelizmente continua a ser mantido por quem mantém um "ódio" de estimação pela Apple.
EliminarIsso poderá ter sido verdade em tempos, mas penso que se torna completamente injustificado quando: temos dezenas de equipamentos da concorrência... que têm preços mais elevados que os equivalentes da Apple.
Não te faltam smartphones mais caros que iPhones, ou tablets mais caros que iPads, ou no caso dos ultrabooks, que tanta dificuldade têm tido em equiparar os Air da Apple a preços idênticos.
Para além disso... a desculpa de ser símbolo de "status" é também algo que se torna ridículo: já que é mais provável encontrares alguém com um iPhone na rua, do que alguém com um modelo "XPTO" Android.
Se há quem pense que o iPhone (ainda) seja um símbolo de status, quando provelmente um trolha ou varredor tem um (e sem qualquer demérito para a sua profissão ou a sua opção em smartphones)... acho que há algo que falha nessa teoria.
O vídeo gravado dentro do carro não foi boa ideia. O reflexo do vidro retira o propósito do vídeo que seria ajuizar a qualidade da gravação.
ResponderEliminarPor outro lado, ao captar o reflexo do vidro, mostra que tem qualidade para tal... :) ehehhe
EliminarNota-se algumas falhas no estabilizador de imagem!
EliminarMas milagres nao há!
Gostaria de saber se as smart covers do iPad 2 cabem no novo iPad, na frente e atras, porque estou pensando em adquirir a nova versão
ResponderEliminarSim, as smart covers oficiais magnéticas são compatíveis com o novo iPad.
EliminarSe forem capas de encaixe físico, aí já terá que ser visto caso a caso, pois com a grossura ligeiramente superior, tanto pode dar, como ficar mais "justo", como não dar sequer. Dependerá de cada capa.