Análise LG Maximo L7 P700

A LG continua a apostar nos smartphones Android que tentam conjugar o alto desempenho com um design atractivo, qualidade de construção, e um preço competitivo. E hoje vamos ver se este LG Maximo L7 P700 (internacionalmente conhecido por Optimus L7 - mas que por cá obriga à mudança de nome, como tem sido comum a toda esta gama "Optimus") consegue concretizar aquilo a que se propõe.


O LG P700

Este LG P700 vem equipado com um LCD de 4.3" (800x480) e com um Qualcomm MSM7227A Snapdragon (CPU Cortex-A5 a 1Ghz e GPU Adreno 200) no seu interior. A câmara é de 5MP (gravando apenas vídeo VGA) com flash, tem slot microSD para expansão de memória, e assim à partida... as coisas não parecem muito risonhas para um equipamento que chega às lojas com um preço de 349.90€ (livre de operador).

No entanto, há que considerar que nem só de características técnicas vive um smartphone, e muitos serão certamente atraído pelas suas linhas elegantes e espessura reduzida, a que se aliam algumas coisas interessantes, como o NFC - que neste LG podem usar desde logo graças a uma Tag NFC fornecida - e também a presença do Android 4.0.3 Ice Cream Sandwich, algo que continua a não ser muito comum nesta gama de aparelhos.

Estranhamente, a LG optou por não dar uso às teclas "on-screen" do Android 4.0, e continua a manter teclas decicadas para o menu, back, e home (sendo que esta última é um botão físico, e as outras são teclas sensíveis ao toque, que apenas ficam visíveis quando a luz se ilumina).

Fotos e Vídeo

Poderá haver exemplos de que muito se pode fazer com uma câmara de 5MP, no entanto não é por aí que este Maximo L7 se destaca. As fotografias são aceitáveis, mas o resultado final é profundamente manchado pela limitação do modo vídeo permitir apenas gravar vídeo de qualidade VGA e que se torna manifestamente insuficiente para os dias de hoje - e para um equipamento nesta gama de preços.

Em Funcionamento

Uma vez que vem equipado com o Android 4.0, perspectivam-se boas coisas para o funcionamento deste LG P700. Mas, o primeiro impacto poderá ser um pouco desanimador... é que se noutros modelos estamos habituados a ver os ecrãs "atafulhados" com todo o tipo de Apps e Widgets que mostram o que é possível fazer; neste LG temos precisamente o oposto: os ecrãs praticamente todos vazios, com apenas algumas Apps por ecrã. Embora pessoalmente até prefira assim, para quem estiver a olhar para esta plataforma pela primeira vez, poderá ficar sem a noção do quanto mais é possível fazer-se.

No mínimo... seria interessante arranjar um "compromisso", com alguns widgets que pudessem dar um pouco mais de vida aos ecrãs iniciais deste smartphone.

Mas... rapidamente se poderá ficar com uma ideia de porque é que tal aconteceu. Embora o funcionamento deste smartphone esteja dentro do que se pode considerar "aceitável", fica-se também com a sensação de que o Android 4.0 precisaria de um hardware um pouco mais potente para realmente ficar "no ponto". Há inúmeras situações onde se nota que o CPU nos abandona por alguns momentos, para ficar entretido a processar aquilo que ele lá acha ser necessário... E se isso era algo a que estavamos habituados nos equipamentos com CPUs a 500 ou 600Mhz... torna-se um pouco mais difícil de aceitar num Android com um CPU a 1Ghz.

Digno de destaque é a inclusão de uma tag NFC que permite que qualquer pessoa possa desde logo começar a tirar partido desta tecnologia - em vez de ser algo que o seu smartphone tem... mas que não pode usar para nada.

Esta tag estava destinada a ser colocada no vosso automóvel, e assim permitir colocar o vosso LG P700 em modo de "condução" bastando para isso tocar com a parte traseira na etiqueta NFC.

Se isso será prático ou não - ou se não poderia ser melhor conseguido à custa de uma dock no veículo ou detecção do sistema bluetooth - isso é outro assunto. Mas o que interessa é que esta tag NFC está disponível para quem a quiser utilizar; e que apenas nos faz ter vontade de ter mais algumas para poder usar para outras situações. (Fica também o recado para todos os outros fabricantes, para que passem a incluir umas tags NFC nos seus equipamentos com esta tecnologia, tal como a LG aqui fez!)





Apreciação Final

O mercado dos smartphones Android tem estado ao rubro, com dezenas de equipamentos a competirem pela atenção dos consumidores, e onde dezenas de marcas - das mais conhecidas às "emergentes" - vão oferecendo cada vez mais e melhores equipamentos a preços cada vez mais competitivos.

Se na gama dos "topo-de-gama", com preços acima dos 500€, as coisas se limitam a uns poucos modelos, quando entramos no segmento dos 250-400€ as coisas ficam bem mais complicadas. É que aqui já se começam a entrar equipamentos com caracterísiticas muito idênticas, e com preços que podem variar bastante. Embora seja perfeitamente natural que a qualidade de construção (e dos materiais) e os acabamentos se façam sentir no preço final, para muitas pessoas será difícil justificar o acréscimo de 100€ face outro equipamento que ofereça prestações idênticas, mesmo se tiver uma tampa de plástico mais "baratucho" ou deixar de fora alguns pormenores simpáticos como as Tags NFC.

Com um preço de 349€, penso que este LG P700 merecia um CPU mais capaz - um dual-core, talvez - para que o seu comportamento estivesse ao nível do que seria esperado de um equipamento deste preço e com esta qualdiade. Ou em alternativa, um preço mais atractivo... que não chocasse um potencial comprador que descubra que por 349€ nem sequer pode gravar vídeo HD com este smartphone.

Não é fácil encontrar o equilíbrio entre os diversos factores que se desejam num smartphone: qualidade, desempenho, funcionalidades, preço. Muitos o têm tentado, poucos o têm conseguido. E neste caso, também a LG parece ter sido vítima de uma combinação que "está quase lá", mas onde o "quase" se torna num factor crítico que poderá fazer toda a diferença entre comprar este equipamento... ou optar por outro.

LG Maximo L7 P700

Morno

Pros

• Qualidade de construção
• Android 4.0
• Tag NFC incluida

Contras

• Preço elevado
• Desempenho no limite
• Gravação de vídeo apenas em VGA