Já sabemos que a Apple não é conhecida por detalhar minuciosamente as características técnicas do hardware que utiliza, e para o novo iPhone 5 disse apenas que contava com um novo chip: o A6, prometendo o dobro da velocidade no CPU e nos gráficos.
Isso fez logo suspeitar que a Apple tivesse passado da arquitectura dos núcleos ARM que utilizou no modelo anterior (os Cortex A9) para a mais recente e potente geração, os Cortex A15. No entanto, agora começam a surgir algumas informações que contrariam essa teoria, e que apontam para que este A6 dê uso a núcleos ARM feitos "por medida" pela própria Apple.
É que estes chips que por simplicidade chamamos de "CPUs" nos equipamentos mobile são na realidade os ditos SoC (System on a Chip), ou seja: chips que integram diversas funcionalidades, entre as quais os ditos CPUs, para além de GPUs, controladores de memória, etc. etc. Quase como se fossem uma folha em branco na qual os engenheiros podem colocar os blocos que desejam, como se estivessem a montar peças LEGO - mas claro, estando limitados pelo espaço disponível, custo final, energia consumida, etc.
Os fabricantes que licenciam a tecnologia ARM podem optar por uma modalidade que lhes dá acesso a um determinado core - como os ARM A9, A15, etc.- ou licenciar o conjunto de instruções, para que possam criar o seu próprio core compatível, com maior liberdade. A Apple tem ambas as modalidades, e sabendo-se que nos últimos anos investiu em empresas nesta área tecnológica, parece que os resultados estarão agora à vista, mais cedo do que se esperaria.
Tendo total controlo sobre o fabrico do chip, a Apple poderá assim implementar funcionalidades que o tornem mais eficiente e que sejam mais difíceis de replicar pelos concorrentes: um pouco ao estilo do que a Intel fez com os seus novos Atom Clover Trail concebidos especificamente para o Windows 8 da Microsoft.
Quanto ao GPU, em vez da também anteriormente sugerida passagem de uma PowerVR SGX 543MP2 dual-core para uma PowerVR SGX 543MP4 quad-core, coloca-se a possibilidade de ser afinal uma PowerVR SGX 543MP3 ("tri-core") com frequência de funcionamento ligeiramente mais elevada para compensar o desempenho para o "dobro". Ao usar três-nucleos em vez de quatro, a Apple poderia poupar na área do chip e na largura do barramento de memória, já que ao contrário do iPad 3 com a sua resolução "monstruosa" que a isso obriga, no iPhone 5 continuamos a ter uma resolução facilmente suportada por soluções mais tradicionais.
Quanto à quantidade de memória, parece estar também confirmado que se trata de 1GB de RAM a 1066Mhz, deduzida pelas referências impressas no chip e que estavam visíveis nas fotos da apresentação. Sendo um chip que é fabricado pela Samsung (o tal caso de "inimigos" nos tribunais, mas "amigos" quando tem que ser), a referência K3PE7E700F-XGC2 permitem saber com bastante certeza que se trata de:
- K3P - memória LPDDR2 com canais de 32bits
- E7E7 - dois blocos de 512MB, num total de 1GB
- 0F - 1066MHz
O gráfico mostra bem a evolução que tem havido na largura de banda de acesso à memória, com uma progressão quase linear - e verificando-se o tal caso excepcional, do iPad 3, com as suas necessidades especiais devido à resolução elevada.
Actualização: parece já ter surgido um primeiro benchmark deste novo A6, e que parece cumprir com o prometido, mais que duplicando o valor obtido pelo A5 e A5X do iPhone 4S e iPad 3, no Geekbench.
A confirmar-se, será o primeiro iOS a superar a barreira dos 1000 neste benchmark, que serve como resultado de referência: que é o de um computador Power Mac G5 single-core a 1.6GHz.
Quando os primeiros iPhones 5 começarem a chegar às lojas no final da próxima semana, todos estes pormenores serão certamente dissecados, analisados e revelados ao pormenor. Até lá... sem dúvida que muito ainda se irá falar sobre todos os detalhes em torno deste novo iPhone.
Isto é como o costume.
ResponderEliminarSai o iPhone 5 que deixa a concorrência à distância, a comer poeira. Isto é especialmente aborrecido para quem tinha muita fé no SG SIII, esse produto "insuperável", com NFC.
Vai-se discutir os multi-cores, vai aparecer um único benchmark que mostra que que o A6 é largamente superior à concorrência. Nunca percebi por que é que só aparecia um benchmark. Provavelmente porque a concorrência faz os testes mas por razões óbvias não os publica.
Durante o próximo ano a área do Android consegue fabricar dois, ou mesmo três, modelos superiores ao iPhone 5, que vão ser recebidos com muitos vivas à Google e Samsung e mortes à Apple.
Mais para o fim do ano a Apple lança o Iphone 5S e recomeça tudo outra vez.
A ver se sai alguma coisa de jeito na área do Windows 8/RT, porque isto continua muito bicórdico :)
Acho curioso o tema da importância do hardware, quando os fanáticos da Apple diziam há 1-2 anos que a velocidade do SoC não interessava, nem um tamanho superior a 3.5". Na prática andam sempre com benchmark e mal sai um iPhone de ecrã 4" sai tudo a correr a comprar LOL Enfim...DEMAGOGIA. O iPhone 5 apesar de se ir vender aos milhões (uma boa parte dos clientes "Apple" compra os seus produtos pelo design e exclusividade, muito antes de pensarem no que podem usufruir com eles) é um modelo que a par do 4S tem ficado MUITO aquém do esperado. A qualidade é sempre de topo, vejo pelo meu iPad 3, mas o iOS está a ficar desesperantemente aborrecido, entediante e com lacunas importantes: não é possível fazer multitasking (uma qualquer aplicação a correr em background ao mesmo tempo que a de foreground, exemplo downloads), não é possível dividir o ecrã em dois e ter 2 apps em simultaneo (estilo Samsung Note 10.1), não é possível ter Widgets de notas/lembranças/calendário, não é possível deixar 1 ficheiro a sacar e ir lendo alguma coisa, ou mesmo ver o mail, etc etc etc. Seria algo aceitável no iOS 4.x, inaceitável no 5.x, ridículo no iOS 6.x.
EliminarQuando à Apple, em vez de perder tempo em tribunais, se perdesse tempo a perguntar aos clientes o que queriam de melhor no iOS se calhar teriam mais sucesso. Se deixassem lá a Samsung copiar uns icones e designs, e se concentrassem em copiar as coisas boas do Android, aí sim... mas os inocentes preferem enterrar a cabeça na areia e continuar com um UI que em nada mudou em 3-4 anos!
ResponderEliminar"Não é possível fazer o multitasking (...downloads em backgroud) ... deixar 1 ficheiro a sacar e ir lendo alguma coisa"
ResponderEliminarSe estiveres a fazer o download de meia dúzia de ficheiros e passares a app para backgroud ela só é suspensa depois de concluir os downloads. Ao mesmo tempo podes usar quaisquer outras app.
Há que tempos que não encontro mais ninguém a queixar-se do multitasking do iOS. É, reconhecidamente, mais eficiente na utilização de recursos que o Android.
A divisão do ecrã em dois pode ser útil, mas o multitoque (quatro dedos) permite facilamente, no iPad, passar do ecrã de uma app para o ecrã de outra (duas, três, etc), no ponto em que foi deixada e prontinha a funcionar. Acho muito mais útil. Também nunca encontrei um coro a exigir o ecrã dividido, mas se é uma vantagem para a concorrência, óptimo, também têm direito a alguma coisa melhor.
Quanto aos widgets "notas, lembranças, calendários", com o centro de notificações tem-se isso. Quando falavas em widgets pensava em qualquer coisa que valesse a pena, como o SBsettings ou o Activator (etc) do Cydia.
Vê lá se te actualizas, vê por exemplo no site androidcentral, tem sempre alguma coisa que vale a pena. Não percas o post deles sobre o lançamento do iPhone 5. Não me lembro das palavras exactas, mas eram bem humoradas: "escreva aqui tudo o que quiser contra a Apple que este post serve exactamente para isso". Sei lá, encontravas coisas mais diversificadas, algumas delas até podem ser importantes ;-)
Pode-se completar com os resultados do Geekbench 2 de outros produtos:
ResponderEliminar- iPhone 5: 1601
- Samsung G SIII quad-core: 1325
- Samsung G SIII core-duo: 872
- iPad 3: 771
- iPhone 4S: 634
Claramente deixa os Samsung SIII a comer poeira. O core-duo então coitadinho.