2013/01/18

Facebook quer Memórias Flash "Piores" para Dados Antigos


O armazenamento de dados em segurança é algo que já poderá causar algumas dores de cabeça quando se tratam de alguns gigabytes de fotos domésticas, transferidas para um disco externo como backup - pelo que se pode imaginar o quanto mais será quando se tratam de milhares de milhões de fotos, num serviço como o Facebook.




O que se passa é que com o decorrer do tempo, esses milhares de milhões de fotos vão-se acumulando, mas continua a ser necessário manter toda essa informação em suportes de acesso imediato. Poderão ter gigabytes de fotos antigas, que já não visualizam há anos, mas sabem que bastará um clique no álbum correspondente para que elas apareçam instantaneamente. Isso impossibilita que esses dados sejam arquivados em suportes mais económicos - como fita magnética - como acontece em serviços onde esse acesso não tenha que ocorrer de forma imediata; obrigando a que os dados permaneçam em discos rígidos que gastam energia mesmo quando estão parados.

A solução seria usar SSDs e memórias Flash, que poderiam ter um gasto energético praticamente nulo, mas ainda assim disponibilizarem os conteúdos instantaneamente. Só que, como se pode ver pelo custo dos SSDs, esta é uma proposta proibitiva em termos de custos - ainda para mais para servir apenas como "arquivo" raramente utilizado.

Por isso mesmo o Facebook quer uma nova geração de memórias flash adequadas para esta função de armazenamento - e que, ao contrário das habituais evoluções tecnológicas, representa uma mudança para... pior!

É que as memórias flash tem um número limitado de ciclos de escrita (que é "ultrapassado" graças à inteligência dos controladores nos SSD, que vão distribuindo o número de escritas pelas diferentes células de forma a que isso deixe de ser problema) e os fabricantes têm-se esforçado por criar memórias que tenham maior longevidade nestes ciclos. Ora, uma vez que neste caso se tratam de dados que irão ficar gravados para nunca mais serem alterados (ou só muito raramente), o Facebook não teria problemas em usar chips que em vez de suportarem milhares de ciclos de gravação, se ficassem apenas pelas centenas, ou dezenas - ou no extremo, que dessem apenas para ser gravados uma única vez.

O que seria necessário é que estes chips fossem muito mais económicos que os actuais, de forma a que o preço por gigabyte fosse mais compensador face aos discos rígidos.

Embora isto fosse particularmente atractivo para os serviços como o Facebook que necessitam manter indefinidamente todos os petabytes acumulados pelos "biliões" de utilizadores, esta nova geração de chips poderia até dar origem à criação de novos equipamentos de backups vocacionados para o público. Pelo menos, conheço 3 ou 4 fotógrafos que "desesperam" com o processo de guardarem backups das suas fotos (e nunca podendo confiar apenas num único disco externo, pois tudo se pode avariar), e que bem gostariam de poder ter um disco especial de alta longevidade para essa função - sem partes móveis, com baixo consumo que lhes permitisse levá-lo consigo para onde fossem, etc.

Será que algum fabricante irá responder a este pedido/desafio do Facebook?... Vamos ver o que dizem os principais fabricantes destes chips, como a Samsung, Micron, Intel, etc.

3 comentários:

  1. seria essa nova tecnologia como um cd / dvd "eletronico" certo?! de fato isso não seria tão ruim pois teriamos em um espaço menor e de mais facil acesso a dados 1 vez gravados. para cada aplicação uma ferramenta diferente e porque não hardware diferente!? =D

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  2. O que o facebook quis dizer foi mal interpretado/expressado. O que eles querem dizer é que para informação lida/escrita "meia-duzia" de vezes ao dia não são precisos chip flash que transferem 600Mb/s, nem que suportam 1.000.000 de escritas. Daí que um SSD com um valor de 25% dum SSD normal (e também com 1/4 da velocidade, e 1/4 da duração de cada célula) chegaria perfeitamente. É o mesmo que ter um HDD de 10.000rpm de gama enterprise para os backups mensais... Eu por exemplo preferia 1000x ter um SSD 2.5" (portátil) de 512Gb por 80€ com R/W 120/100Mb/seg que já por si é 2x mais rápido que os HDD portátil normais, mais rápido acesso e consome metade da energia, do que pagar 300€ por um SSD de 600Mb/seg cuja performance é MUUUUITO acima do que o meu CPU processa. O que passa é que os SSD actuais são todos "enterprise", e falta uma gama "consumer".

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  3. Concordo perfeitamente com o @Polidinho, deveria de haver uma gama "consumer". Em vez de criarem SSD's com aquele "overclock" todo para tais velocidades de transferência, criar um que, mesmo que a taxa de transferência fosse a mesma de um HDD normal, de modo a que baixassem um pouco o preço era perfeito. Tenho um portátil e sou gozado quando o coloco na mesa com cuidado para não danificar o disco em funcionamento. Se fosse um SSD não teria tanta preocupação. Acho que o futuro será encostar os HDD's e evoluir/aperfeiçoar os SSD's, mas para tal o preço tem que descer para haver saída e assim as empresas poderem investir um pouco mais na qualidade, em vez de investir em vários tipos de discos diferentes. Para concluir acho que se estão a criar muita coisa diferente para o mesmo propósito. Não sou contra isso, mas acho nos irá levar a uma fragmentação danada, em vez de seguirmos o standard.

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