Que vos parece a ideia de no futuro um computador poder estar a observar as vossas expressões faciais e a reagir continuamente ao vosso comportamento? É essa a visão da Intel, que quer que todos os computadores (e tablets e eventualmente smartphones) integrem câmaras 3D a breve prazo que possibilitem esta intenção.
Algum dos exemplos referidos apontam o caso de software educativo que seja capaz de analisar quais as frases ou palavras que o utilizador tem mais dificuldade em entender, repetindo a leitura ou olhando durante mais tempo para elas. Falando-se de câmara 3D é impossível não falarmos no Kinect, que no entanto foi concebido para uma interacção a maior distância. Para este cenário proposto pela Intel, a câmara terá que ter grande resolução e precisão, mas apenas numa área de 1-2m de distância, com o foco principal a recair sobre o rosto do utilizador.
Numa primeira fase estas funcionalidades serão conseguidas utilizando-se câmaras 3D externas (como a Senz3D da Creative, desenvolvida em colaboração com a Intel) - mas a ideia é que essas câmaras passam a estar integradas nos equipamentos, tal como hoje acontece com as vulgares webcams.
Mais que a parte técnica, o segredo estará no software que tirará partido desta informação, sendo que também terá que ficar bem esclarecido onde e como são processadas estas imagens (as notícias sobre o abuso dos poderes de espionagem têm sido demasiados para que a maioria das pessoas se sinta confortável sabendo que tem uma câmara continuamente a olhar para si). Para que algo deste tipo possa ter sucesso, terá que se tornar num standard - ou correr o risco de se tornar numa curiosidade com aplicações engraçadas... mas que nunca atingirá uma distribuição global e utilização generalizada. Era algo que a Microsoft bem poderia ter feito com o seu Kinect (e que poderia ter integrado com o Windows 8 de raiz, de forma a permitir toda uma nova forma de interacção por voz e gestos).
Com o novo Kinect, já se fala da criação de jogos que são capazes de medir a pulsação e emoções dos jogadores de forma a se poderem ajustar dinamicamente: um jogador sorridente será um sinal bem mais positivo que um que esteja continuamente frustrado e a "reclamar" de não conseguir ultrapassar um nível - situação em que o jogo poderia automaticamente baixar a dificuldade antes que se assista a uma consola a voar pela janela.
Uma coisa é certa, os computadores irão ter cada vez informação sobre o utilizador... e este olhar atento das câmaras 3D (ou meramente 2D) é algo que tanto nos faz sonhar com todo o potencial que possibilitam; como também preocupar com os riscos de estarmos a fornecer continuamente informação em excesso (já se fala de sistemas de publicidade que detectam se estão realmente a olhar para eles, ou se desviam o olhar para ver outra coisa) que poderá ser usada de forma abusiva.
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