2013/11/07

Queixas do "ilimitado" já chegaram à TV


Há muito que temos vindo a lutar contra os abusos do "ilimitado" feitos pelos nossos operadores. Que embora vendam um serviço dito ilimitado, aplicam... limites (que nalguns casos nem sequer são claramente identificados, ficando escondidos atrás das misteriosas "Políticas de Utilização Aceitável").

Noutros tempos, os 500GB que servem de referência a vários operadores como sendo o limite "aceitável" poderiam ser considerados mesmo aceitáveis... mas numa altura em que há cada vez mais serviços a darem uso à internet como forma de distribuição... será que isso ainda pode ser considerado válido?

Ainda ontem, uma única compra de um jogo online no Steam foi responsável por somar mais de 25GB ao meu tráfego mensal. E embora não tenha intenções de comprar jogos todos os dias, a verdade é que frequentemente surgem saldos em que facilmente se podem adquirir dezenas de jogos a preços apetecíveis, que contribuiriam para umas centenas de gigabytes. As novas consolas PS4 e Xbox One irão igualmente tornar mais apelativas as versões digitais (dispensando os discos), contribuindo igualmente para a conta dos gigas; e se a isso adicionarmos algumas séries ou filmes em HD por semana... depressa vemos que esses 500GB mensais já não parecem assim tão "ilimitados" quanto nos querem fazer crer.

Claro que é uma discussão teórica... não interessa (por enquanto) discutir se o ideal seriam 500 ou 1000GB mensais (lá chegaremos!) Antes disso é preciso que fique bem claro que se um serviço é vendido como ilimitado, o operador tem que honrar esse compromisso - sem recorrer a subterfúgios como cortar o tráfego ou limitar a velocidade no fim do limite do ilimitado.


E se no nosso caso nos temos centrado na questão da internet, a verdade é que o fenómeno do ilimitado se tem infiltrado um pouco por todo o lado, como as chamadas e SMS ilimitados - mas que na prática se limitam a uns milhares de minutos ou mensagens. É preciso acabar com este abuso gramatical e começar a identificar claramente aquilo que se está a vender.

Segue-se uma reportagem da SIC sobre este caso dos "ilimitados":


8 comentários:

  1. Isto é o tipo de coisa que nos EUA levavam com um processo em cima que andavam de lado. Com o nosso sistema judicial e falta de regulação dá nisto, claro.

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  2. Ainda esta semana me estou a deparar com isso e está realmente a enervar-me... tenho vodafone 4G 50 ilimitado... mas cheguei aos 15 GB e pimba.... limite de trafego a 128Kbps... menos de 400x a velocidade contratada. .. nem sequer aguenta o hangout do Gmail... o tráfego realmente é i o ilimitado mas a velocidade está limitada... o que contraria o ilimitado que apregoam :(

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    1. Tudo bem que eu percebo a revolta das pessoas no que toca à publicidade de um tárifário como ilimitado quando afinal ele é limitado, mas eu antes de mudar para um tarifário, leio todas as condições desse mesmo tarifário e, ainda mais importante, leio os asteriscos todos e as notas que aparecem no fundo da tabela. Se eu mudasse para esse tal tarifário 4G iria saber que tinha 15GB de plafond porque leria as condições, e é esse o problema de muita gente, só olham para o 'ilimitado'. Ora, até parece que não conhecem as operadores portuguesas de telecomunicações..

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    2. Mas isso não invalida que os operadores (ou qualquer comeciante) não deva informar de forma clara o que está a vender, e não recorrer a manobras gramaticais para induzir um potencial cliente em erro. Senão qualquer dia temos restaurante a vender "bife do vazio" (e depois na 26ª página na alínea 324-A, temos uma cláusula em letras reduzidas a dizer : "bife do vazio poderá ser carne de gato caso tenha havido consumo excessivo...."

      Por algum motivo os tribunais na Alemanha não consideram aceitável um serviço "ilimitado" aplicar um limite de velocidade após um certo limite. E por cá, esperaria-se que a justiça fosse idêntica.

      (E confesso, que quando houver mudanças, os operadores vão aproveitar-se disso para nos "lixar"... passando a oferecer - por exemplo - 100GB em vez dos 500, e passando a cobrar extra para quem consumir mais....)

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    3. Já desde o inicio dos serviços de redes internet movél te possuo um serviço destes. Claro que tenho conhecimento do plafond de 15 Gb, porque também sei ler e o faço em todos os contratos que assino. Acho Frederico que ou estás a ser mais papista que o papa ou estás a querer insultar a inteligência alheia. Já me tinha deparado com este Traffic Shaping que eles fazem e que levam ao extremo quando passa o limite de 15 GB, noutros contratos anteriores onde estas condições apareceram quando ainda ninguém ouvia falar deles e não estavam ainda reflectidas no contrato. Pago 25€ por 4G 50 MB e quando o serviço funciona é maravilha... mas o limite de 128Kb não dá para para abrir uma pagina num tempo razoável... e se conseguem fazer TS de tantas maneiras diferentes, porque é que não o fazem só a comunicações P2P e outras que ocupam muita largura de banda e não deixam o HTTP livre desses constrangimentos?

      Agora não me venham com esta coisa de que estava no contrato... há certas coisas que só se conseguem fazer notar quando realmente se está sujeito a elas!

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    4. Carlos, e já agora mais uma achega... o meu serviço ilimitado .... não daria num mês para sacar o teu jogo de 25 Gb.... sacar os 15 Gb nas primeiras horas e depois demorava o resto do mês para sacar os restantes 10 GB... e isto se o serviço não caísse... que é uma coisa gira neste serviço móvel... além do limite a ligação está constantemente a cair!!! :(

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  3. então te digo eu, por conhecer os portugueses é que eles fazem o que querem, será então má fé ou burrice dos portugueses?

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  4. Antes de mais, não é "Aceitável", mas "Responsável", o que é ainda mais ridículo. E, infelizmente, de nada nos serve ler exaustivamente as condições, uma vez que os operadores praticamente copiam as ofertas ao milímetro entre si, o que na prática se traduz na inexistência de alternativas. Resta-nos escolher o operador e sujeitar-nos à respeitava P.U.R. ou simplesmente optar por não ter nenhum serviço de acesso à Internet (o que, pura e simplesmente não é opção para a maioria). E se quisermos ter serviços de streaming de video (HD, nem se admite outra coisa hoje em dia, por muito que as poucas discussões sobre a TDT sugiram o contrário), os limites que supostamente não existiam, aparecem num instante.

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