2014/08/30
Empresas de vigilância vendem sistemas que localizam qualquer utilizador com um telemóvel
Nestas coisas da segurança já sabemos que temos que confiar "implicitamente" nos nossos operadores. O nosso operador de telecomunicações sabe por onde nós andamos... mas essa informações está também disponível para todos os que estiverem dispostos a pagar por isso.
As empresas de vigilância vendem equipamentos que se aproveitam do sistema de funcionamento básicos das redes celulares para saberem por onde anda qualquer pessoas que transporte um telemóvel consigo.
O sistema de comunicação celular baseia-se na criação de inúmeras células de cobertura, e de um método que permite que os utilizadores possam transitar de umas para as outras sem que haja interrupção na chamada. Mas, já se interrogaram como é que alguém que vos telefone a partir de um telemóvel do outro lado do mundo chega até vocês? O sistema mantém um registo da célula (ou células) a que um equipamento está ligado, e que funciona tanto a nível nacional como também no estrangeiro (permitindo o roaming), e que permite criar um registo aproximado da localização dessa pessoa.
São dados extremamente interessantes para efeitos de vigilância, e que tradicionalmente estariam ao alcance apenas de governos e entidades com recursos "avançados", mas que agora ficam ao alcance de praticamente qualquer entidade que esteja disposta a pagar por estes equipamentos - com uma fonte a revelar que nos últimos anos dezenas de países compraram destes sistemas.
Portanto, mais uma vez parece ficar demonstrado que tentar manter a privacidade no mundo actual não passa de uma ilusão, e que já nem sequer precisam desconfiar se o vosso operador estará a fazer algo indevido com a vossa localização - agora já nem sequer depende deles que alguém se aproveite dessa informação. Por isso, talvez seja melhor não criticarem aqueles amigos que estão continuamente a fazer check-ins e a dizer por onde andam... afinal, mesmo não o fazendo também estão sujeitos a que alguém saiba por onde vocês andam.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Muito comprido o artigo. Mas não são só os "suspeitos do costume": governos, hackers e gangs sofisticados? A tecnologia de tracker já caiu na rua? A ideia inicial com que fiquei ao ler o post foi que se chegava a uma "empresa subterrânea" e se contratava os gajos para saber "Onde é que o marido/mulher anda".
ResponderEliminarOcasionalmente saem notícias sobre o triangulamento das redes celulares e dá para perceber, mais ou menos, onde é que o telemóvel andou. Vê-se que o/a seguido/a não está no local de trabalho habitual, mas não dá para saber exatamente onde montou "escritório".