2014/09/28
Até a RIAA confirma que o streaming tem compensado o declínio das vendas digitais
Enquanto as nossas SPA's vão lutando pelo tacho da taxa da nova lei da cópia privada, e jocosamente descartando qualquer discussão séria ou a referência de que mais e mais pessoas optam por métodos mais modernos de consumo de música; nos EUA a própria RIAA vem admitir que os serviços de streaming não só estão em ascensão, como têm compensado o declínio dos downloads de música.
Não é só em Portugal que os autores e artistas estão preocupados com o declínio dos seus rendimentos (se calhar esquecendo-se que muitos outros sectores sofrem igual retrocesso... para não falar no número de empresas que têm encerrado actividade por não conseguirem sequer sobreviver - e não terem qualquer forma de arranjar um sustento milagroso caído do céu). Nos EUA a RIAA também recorre a todo o tipo de armas para combater as quedas das vendas; mas mesmo assim parece ter a clareza de admitir que os rendimentos crescentes dos serviços de streaming têm compensado o declínio das vendas de música digital.
Que contraste com o que os defensores da nova "PL118" por cá argumentam... de que isso do "streaming" não deve sequer ser considerado... Pudera; é melhor abafar o facto de que haverá cada vez menos pessoas a usar os seus gigabytes para manter cópias das músicas e filmes que comprou (o que é "meramente" a mais pura das verdades), e que a maioria opta por usar serviços de streaming que sem chatices lhes dão acesso àquilo que querem ver e ouvir sempre e quando lhes apetecer; do que admitir que querem ir buscar uns euros raspados de forma absurdamente injusta ao espaço que os utilizadores usam para guardar as fotos e vídeos de família, os jogos de computador que ocupam dezenas de gigabytes, e tudo o mais.
Mas compreendo que seja chato... é que os serviços de streaming, pelas suas próprias palavras, já lhes pagam "a taxa" e não seria fácil justificarem como seria justo pagar-se novamente por algo que já se paga; para além de que haveria outro pequeno pormenor bastante incómodo... É que num serviço digital de streaming, há dados bem concretos e precisos sobre quantas vezes foi ouvida cada música, o que se calhar talvez fossem dados analíticos em demasia que possibilitassem ir descortinar a forma como esses rendimentos são depois distribuídos (ou não) pelos respectivos artistas.
... Se calhar não ficaria muito bem ver que 90% dos portugueses opta por ouvir artistas estrangeiros, e que não faz sentido estar a pagar uma taxa ao sr. Miguel Ângelo pelas horas que se passa a ouvir Pink Floyd, ou pelos gigabytes ocupados com a discografia dos Queen que se optou por guardar no disco. Não é?
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