2014/11/11

Spotify já pagou 2 mil milhões aos artistas


Ainda hoje falávamos do Spotify e da sua promoção de serviço premium durante 3 meses por apenas €0,99 e eis que o seu CEO veio revelar quanto é que este serviço, renegado por alguns artistas, já lhes pagou - incluindo à Taylor Swift.

O Spotify já pagou mais de 2 mil milhões de dólares aos artistas - incluindo 6 milhões à Taylor Swift, que recentemente optou por remover todas as suas músicas deste serviço, considerando que "a experiência do streaming é uma moda e que fracassou" - e vem também novamente clarificar alguns mitos quanto a estes serviços.

O que assustará a muitos artistas, provavelmente, será saber que o Spotify tem um serviço que disponibiliza música gratuitamente. Mas o serviço esclarece que não faltam casos de projectos que só disponibilizavam música a pagar... e todos falharam. A sua opção, e que tem funcionado até ao momento, consiste em demonstrar aos utilizadores que o serviço realmente funciona, de modo a que sejam incentivados a optar pela modalidade paga. Sinal de que isso funciona é o facto de que 25% dos seus utilizadores já se tornaram "pagadores", e que se tratam de clientes que estão numa faixa etária onde tradicionalmente recorreriam sem hesitar à pirataria para ouvir as músicas que quisessem.


Para a questão de que o Spotify paga "pouco", dão como exemplo uma música que passe numa rádio com uma audiência de 500 mil pessoas. Nos EUA, um artista receberia $0 por passarem a sua música nesta rádio; no Spotify, se a sua música for ouvida por 500 mil pessoas, receberá entre 3 e 4 mil dólares. Repita-se ao longo de 10 dias, e teremos $0 de rendimentos pagos por uma rádio; 30 a 40 mil dólares por parte do Spotify.


Quanto às acusações de que o streaming penaliza as vendas e downloads, referem - e bem - que é preciso não tirar as coisas do contexto. Hoje em dia já ninguém faz filas à porta das discotecas (as de comprar música, não as de dançar) para comprar álbuns; e os tempos de que os álbuns vendiam aos milhões já lá vão. Os tempos mudaram, os hábitos das pessoas também. Para quem achar que o Spotify está apenas a contar a parte que lhe interessa, bastará olhar para mercados onde o Spotify não está presente, e comprovar que também nesses países as vendas estão em queda, não podendo por isso ser por sua culpa.


Mesmo que se admita (e será lógico assumi-lo) que o Spotify está a pintar um panorama à sua feição, é algo que está tanto no seu direito como a de grupos de autores reclamarem o direito a receber "tachos" por todo e cada megabyte de armazenamento digital. Muito bom seria que em vez de quererem tratar o público por lorpas a quem podem sacar dinheiro mesmo quando deixaram de comprar música, mais se dedicassem a criar as (boas) relações para que os fãs realmente se sentissem motivados a suportar e sustentar o trabalho dos autores que apreciam.

Ou será assim tão difícil perceber que quanto mais quiserem abusar do "público", mais o público recorrerá a todas as formas que têm à disposição para conseguir o que quer, mesmo que não seja pelas vias moralmente mais correctas?

2 comentários:

  1. Na minha opinião o spotify foi a melhor coisinha que apareceu na internet nestes últimos anos, tendo diminuido muito consideravelmente com a pirataria de musica que com toda a certeza

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  2. Só posso falar no meu caso pessoal pois cada caso é um caso.
    A verdade porém é que desde que uso o Spotify, a pagar, deixei de me chatear com "download" de música. É verdade que assinei o serviço para ter a comodidade do mobile (hoje tanto quanto sei não existe limitação) mas não voltei atrás.

    Quanto à Taylor Swift e à polémica que despoletou... Não sou ouvinte mas se fosse *nada* me impedia de adicionar uns torrents à minha playlist e a menina (ou os seus editores) não viam um cêntimo por cada toque...

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