2015/03/23

Samsung Galaxy S6 [contacto]

o Samsung Galaxy S6 marca um ponto de viragem na marca coreana, passando a ser um dispositivo que se afasta da tradição do "plástico" utilizado nos Galaxy S anteriores, e é aguardado com enorme expectativa por muitos utilizadores. O Miguel Neves já teve a oportunidade de experimentar um, e conta-nos o que achou.


Esta é a minha primeira publicação numa página de internet, daí que agradeço ao Carlos a oportunidade dada para colaborar no Aberto até de Madrugada, e que espero poder continuar a fazer de forma regular.  Apesar do aparelho em questão – o Samsung Galaxy S6 Edge - só chegar às lojas no final do mês em muitos países, tive a oportunidade de experimentar um modelo no mercado alemão, e é precisamente sobre isso que venho falar.

O Galaxy S6


O Galaxy S6 ocupa o lugar de topo de gama na Samsung, e por isso temos hardware à altura de tudo o que se poderia pedir: ecrã SuperAMOLED 5.1" 1440x2560 pixéis, com partes laterais curvas (no caso do S6 Edge) com Corning Gorilla Glass 4, câmara de 16MP com HDR, estabilização óptica, lente f/1.9, flash dual LED e vídeo 4K, câmara frontal de 5MP, CPU Exynos 7 Octa 7420 (8-core, 2100 MHz, ARM Cortex-A57 + ARM Cortex-A53 , 64-bit); GPU Mali-T760 MP8, 3GB de RAM, memória até 128 GB (sem slot micro-SD), bateria de 2600 mAh (fixa) com carregamento wireless, LTE, Wi-Fi 802.11ac dual-band, BT 4.1, NFC, DLNA, Miracast, ANT+, IR, MHL, etc. Tudo isto num tamanho compacto com apenas 7mm de espessura e peso de 132g.


Design e qualidade de construção


Apesar da funcionalidade continuar a ser o mais importante, a componente estética é um dos aspectos que não se podem ignorar hoje em dia (afinal, hoje em dia um telemóvel é usado mais tempo que um relógio ou roupa). Ora, sendo este factor bastante subjectivo, posso dizer que o S6 é o telemóvel mais bonito que já peguei, e sem dúvida um dos com mais sentido de qualidade, a par dos últimos HTC, iPhone 6 e Note 4/Alpha.

O Samsung S6 é totalmente em metal e vidro, é muito fino e leve, com o peso bem distribuído e o único "contra" é o módulo de câmara ficar protuberante na parte traseira, e nesse sentido ficar mais desprotegido ao colocar numa mesa. O S6 Edge torna-se ainda mais especial graças às partes laterais curvas acompanhadas pelo ecrã (que é considerado o melhor do momento) e que o tornam ainda mais exclusivo.

Não se enganem, o Edge a este nível estabelece um novo standard nos smartphones: a nível qualitativo e estético.


Em funcionamento


O Samsung S6 perde o microSD e adota uma bateria fixa de difícil substituição em casa. Não é no entanto um grande problema, já que as capacidades vão até aos 128 GB e os módulos de memória utilizados são muito mais rápidos que os que habitualmente encontramos nos smartphones.

Se o Galaxy Note Edge já era um modelo desconcertante com o seu ecrã curvo só de um lado, este S6 Edge eleva isso a outro nível. O ecrã não é demasiado curvado e não causa problemas a ver multimédia, nem a manusear o UI. O vidro atrás dá um toque de qualidade mas causa preocupações por se tornar mais escorregadio e nas potenciais quedas. A nível de software encontramos o Android 5.0.2, mas mesmo com o Lollipop as diferenças estéticas são mínimas para quem vier de um qualquer outro Samsung. O ecrã é ainda mais brilhante e detalhado que o do Note 4, as cores são fortes mas não exageradas, e a definição, contraste e brilho altíssimos - basta colocá-lo ao lado de qualquer outro smartphone para se perceber porque motivo foi considerado o melhor do momento.

Quanto às funções novas experimentadas no curto tempo que o tive, a pequena barra na zona curva do ecrã para acesso rápido de contactos é duma brutal utilidade e a zona curva evita que a chamemos sem necessitar. Sem dúvida a “área curva” tem muito potencial, e com o ecrã desligado se houver notificações, ela adopta diferentes cores.


Deixei para o fim o pior: a fluidez do sistema. O hardware é de topo, o CPU de 64-bit muito potente e RAM não falta, além do novíssimo Android 5.0.2…mas a sensação de fluidez não é igual à que tenho no Note 4 (100% fluído) ou num Moto G 2014. No Note 4 (e mesmo no Moto G) tudo é imediato e fluído a 60fps. Neste S6 Edge (que é uma unidade de teste e poderá não ter ainda as optimizações dos modelos que serão colocado à venda) a entrada e uso das aplicações era muito rápida, mas a sensação de velocidade “manteiga” não estava lá.

Quer isto dizer que a Samsung fez mal o trabalho de casa? Não. O hardware é muito mais potente que um Note 3, um fio acima dum Note 4 e se estes são mega fluídos com o Android 4.4 da Samsung, então o S6 com o Android 5.0.2 e o “Touch-Wiz Light” têm que ser ainda melhor. Se não o são agora neste momento de lançamento (talvez tenha sido o modelo de testes com uma versão beta da ROM, com debug/log e programas de demos), acredito que nos modelos de venda ou num par de semanas uma actualização coloque o sistema onde ele deve.


Conclusão


Em jeito de conclusão, o Galaxy S6 (e S6 Edge) é o telemóvel mais bonito e atraente que já vi. O design rompe com o aborrecido design do S5 e melhora a filosofia dos “Alpha”. O design em conjunto com o metal/vidro vão atrair imensos clientes (penso eu), e em especial o Edge. Na loja estavam expostos modelos S6 normais e S6 Edge, e ninguém queria saber do plano. Estavam dezenas e dezenas de pessoas a namorar o Edge, muito mais do que alguma vez vi a namorar algum telemóvel. O Edge é de facto alucinante, belo e com um toque de qualidade que nenhum outro Samsung teve, nem Alpha, nem Note 4.

Dum modo pessoal vejo o Edge como o topo dos topos: o hardware é de topo; a percepção de qualidade é de topo e tendo os outros topo-de-gama Android e iOS actualmente à venda como comparação, ao lado do Edge “não são nada”. Não tem a ver com favoritismos, tem a ver com pegar num terminal e desde o ecrã, ao metal, qualidade do vidro e sensação de o utilizar, não deixam muito espaço para a concorrência. Claro que a nível do Sistema Operativo e Design, o gosto pessoal é dominante, e aí é onde a concorrência pode jogar. Mas que a Samsung subiu muitos pontos na construção…subiu.


Artigo escrito por Miguel Neves.

O Miguel Neves é um viciado em tecnologia cuja origem remonta aos tempos do Sinclair ZX Spectrum 48K e as suas K7; tendo depois avançado para um 128K com sistema de diskette "ultra rápido"; e de seguida passando pelos Intel 8086 com "gráfica" CGA, Commodore Amiga 500 e 1200, Intel Pentium, Creative Sound Blaster e gráficas Voodoo, muito overclocking e uma colecção de gadgets que até hoje não tem parado de aumentar.

10 comentários:

  1. Interessante saber do lag, acho que foi a primeira hands on review que menciona isso.

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    1. Sorry responder tarde, fiquei sem Internet hoje. Sim, as unidades de teste tinham, não Lag mas não eram tão fluidas como 60 fps estáveis e tudo super responsivo. Daí achar que as unidades de teste teriam um Firmware ainda beta.

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  2. não entendo como o é que a Samsung perde os 2 trunfos/vantagens que tinha sobre o iphone.. perder a bateria removível e o cartao de memória.. nesta fase não vejo vantagens em escolher android em vez de ios. decisão estranha da Samsung..

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    1. Acho que se limita a ser pesar os "prós" e "contras".
      Embora sejam aspectos a que algumas pessoas dão muito valor, quantas pessoas é que realmente acabam por usar um cartão de memória, ou de trocar a bateria?

      Nesta gama de produtos 700-800€ arrisco-me a dizer que sejam muito poucas... E aquelas que necessitarem absolutamente disso poderão arranjar formas de contornar o problema... ou arranjar equipamentos alternativos que permitam isso.

      Para mim, o preço é que acaba por ser o pior factor: por muito bom que seja, parece-me cada vez mais difícil justificar que um smartphone custe 700 ou 800 euros, face aos que temos por 300-400 euros...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Gostei bastante da review, e para uma 1ª vez... :) parabéns.
    Simples e numa óptica de utilizador.
    Algumas comparações podem roçar o favoritismo clubístico, mas aceita-se... ;)

    Grandes defeitos: os 2 já referidos acima, o preço que se vê numa foto e, principalmente o Touch-Wiz..., já nem consigo apreciar um telemóvel que o tenha... pensei que a Samsung aproveitasse o S6 para se desfazer dele..., mas sendo coreanos teimosos...
    O que vale, se for verdade, é que se pode desinstalar algumas Apps que ninguém utiliza..., mas não chega. E depois é o lag, claro...

    (PS: "tem haver" :( ... seria "tem a ver")

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    1. Obrigado pela crítica António Luís, de facto passou-me despercebido.

      Por falar no assunto é "pode desinstalar algumas Apps" ou "podem-se desinstalar algumas Apps"? :-)

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    2. NFI ;)

      Se calhar as duas maneiras estão mal, ou certas..., a nossa língua tem destas coisas... :)

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  5. Muito boa a review, muito bom o telemóvel. Só quero um destes por 400€ :)

    Só uma nota: valia a pena substituir o último parágrafo sobre o Miguel Neves por "Velho", sempre se poupavam uns carateres ^_^

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    1. Mori, sem dúvida os anos já pesam, mas foram/são boas lembranças.

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