2016/06/14
Apple apresenta iOS 10
Na abertura da WWDC 2016 a Apple apresentou o novo iOS 10 que acompanhará o lançamento do iPhone deste ano daqui por alguns meses, e são muitas as novidades.
Ora bem, o iOS 10 está repleto de coisas novas, mas comecemos pelo iMessage, que a Apple diz ser a app usada com mais frequência no iOS.
O iMessage tem servido como serviço agregado de mensagens, capaz de enviar SMS ou iMessages de forma transparente em função do destinatário ter um dispositivo iOS ou não; mas que agora recebe a maior actualização de sempre (que de certa forma nos faz lembrar a nova app de mensagens que a Google apresentou no Google I/O). O iMessage passa a ter previews directos de links e conteúdos, podemos enviar efeitos para dar maior expressão às mensagens, que se podem aplicar ao balão da mensagem ou ao ecrã completo; podemos escrever mensagens ou desenhar manualmente; enviar animações "digital touch"; existe uma função que permite "traduzir" uma mensagem para emoji; e passamos a ter uma app store para mensagens, que permitirá expandir infinitamente as integrações que se podem ter (desde pedir um Uber a transferir dinheiro, ou reservar um restaurante.)
Tal como se esperava, também a Siri passa a estar disponível para que os developers lhe adicionam novas funcionalidades, o que faz antever uma explosão nas suas potencialidades (faltando ver como é que isso se aplicará a outras línguas como o Português.) Aliás, a abertura para integração com outros serviços é algo que não se aplica apenas ao iMessage e Siri, expandindo-se também aos mapas, que foram igualmente renovados e passam a disponibilizar todo o tipo de funcionalidades que a Google foi apresentado nos últimos tempos, incluindo a pesquisa de coisas ao longo da nossa rota; ou a sugestão do destino para onde vamos com base nos nossos hábitos ou eventos que temos no calendário (escusado era na apresentação a plateia ter aplaudido efusivamente quando a Apple mostrou que agora se podia fazer pan e zoom no mapa durante a navegação - a sério!)
Graças à abertura aos developers, podemos também fazer coisas como pedir um Uber ou fazer uma reserva de um restaurante directamente a partir da app dos mapas.
Nas fotos a Apple aproveitou também para reduzir a distância para o Google Photos. Temos reconhecimento automático de objectos e cenas, reconhecimento facial, facilitando o processo de pesquisa e organização de fotos; e também um sistema de montagem automática de "memórias" que agrupa fotos e vídeos, fazendo automaticamente a montagem dos mesmos (e que podemos alterar, tanto em estilo de vídeo como em duração). É a solução ideal para quem não tem paciência para o fazer manualmente, e que assim iguala aquilo que se podia fazer via Google Photos ou em dispositivos como os Samsung Galaxy.
O teclado oficial do iOS também recebe melhoramentos, com sugestões mais inteligentes e que podem incluir coisas como a nossa localização ou informação de nossos contactos em resposta a perguntas sobre isso; e passa a suportar múltiplas línguas simultaneamente! (Agora só faltava suportar escrita via swipe contínuo...)
Confirmando outro dos rumores, o iOS passa a ter uma Home App que unifica o controlo de todos os dispositivos compatíveis HomeKit. De certa forma é triste ver que passaram décadas sem que os criadores de sistemas de domótica se entendessem, e que tivesse que ser a Apple a vir fazer o trabalho de unificação que há muito se pedia neste sector. Do controlo de luzes, às portas, à climatização, a coisas como ser notificado e ver vídeo em directo de quem nos bate à porta, esta Home App arrisca-se a captar todo o segmento de domótica que há anos espera por isto (e a Google bem que poderá olhar para o erro que foi apresentar um Android @ Home há alguns anos atrás... que nunca se chegou a concretizar!)
Quanto a outras coisas... também nas chamadas podemos ter integrações com serviços externos, unificando o interface de chamadas que seja uma chamada de voz ou via VoIP (e incluindo a integração com serviços de identificação de números que não estão na nossa lista de contactos); nova app Apple Music redesenhada (mas não tanto quanto se esperava); nova app de notícias, agora com assinaturas integradas para centenas ou milhares de jornais e revistas; transcrição do voicemail; Apple Pay na web com pagamentos que podem ser validados usando o TouchID no iPhone; ver as notificações levantando o iPhone (evitando o problema do reconhecimento do toque no Touch ID ser demasiado rápido e fazer unlock do iPhone imediatamente); notificações ainda mais dinâmicas e capazes; entre muitas outras coisas.
Curiosamente, uma das coisas que não foi referida na apresentação e que será uma das maiores novidades: a Apple separou finalmente as suas apps do sistema.
As apps de Podcasts, Maps, Compass, Tips, Calculator, Watch, Voice Memos, Contacts, Stocks, Weather, iCloud Drive, Calendar, Mail, Music, Reminders, Videos, FaceTime, e Notes passam a estar disponíveis via App Store como qualquer outra app; contornando o actual problema de só poderem ser actualizadas com uma actualização do sistema (como bónus secundário, significa que poderemos desinstalar as apps que não tiverem interesse para nós - actualização: afinal não é desinstalar mas sim desactivar.)
Em suma, o iOS 10 continua a focar-se na tendência de integração e unificação de serviços que, de certa forma, acaba por ser cada vez mais limitadora - embora seja uma tendência que não se limita apenas à Apple. Embora tenha as suas vantagens, pois existem menos probabilidades de um developer cometer erros ou abusos ao criar uma app que actuará quase um um mero plugin integrado no sistema; por outro lado fica-se cada vez mais dependente de um sistema proprietário que potencialmente complicará a vida a quem desejasse partilhar o desenvolvimento para múltiplos sistemas.
... Veremos se esta moda será passageira, ou se será mesmo o retrato daquilo que os sistemas operativos virão a tornar-se no futuro.
[fotos via The Verge]
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Nada de novo e moderno !
ResponderEliminarDeveria se chama 9.4..
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste iOS 10 vem demonstrar que o iOS chegou a um grande estado de maturidade. As melhorias são sobretudo refinamentos e aperfeiçoamentos com novas funcionalidades que vêm completar o que já existia, aumentando a integração e dando uma coesão muito grande à experiência de uso dentro do ecossistema Apple.
ResponderEliminarA abertura de certas funcionalidades aos developers (Siri por exemplo) vai permitir que seja dado mais um saldo qualitativo muito grande.
Nada sobre o fim das fichas Jack para auscultadores?
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