2016/12/13

Google abandona planos de fabricar carros autónomos - aposta em parcerias com fabricantes


A Google parece ter repensado a sua estratégia quanto aos carros autónomos, e em vez de tentar revolucionar o sector com os seus micro-carros sem volante vai apostar em parcerias com fabricantes de automóveis que utilizarão a sua tecnologia autónoma.

A ideia de lançar uma frota de mini-carros autónomos e revolucionar o transporte pessoal pode ser boa, mas há o pequeno pormenor de transpor a ideia para a realidade. Não seria fácil à Google produzir as dezenas de milhares de automóveis que seriam necessários (e entrar em confronto directo com os grandes grupos automóveis), daí que a nova estratégia vá no sentido de simplesmente disponibilizar a sua tecnologia e fazer parcerias com marcas automóveis que estejam dispostas a tirar partido dela.

Na prática acaba por ser uma táctica idêntica à do Android, em que a Google disponibiliza a plataforma - e que tem funcionado em pleno, como se pode ver pela quota de mercado do Android - embora aqui existam todo um conjunto alargado de considerações que tornam o caso bem mais sensível. Por exemplo, se um smartphone com Android crashar por qualquer motivo o utilizador poderá ficar chateado, mas não será nada de grave... já num automóvel essa integração não pode ter esse tipo de falhas. Já bastaria imaginar a complicação de, em caso de acidente o condutor dizer que a culpa é do carro, o fabricante do carro dizer que a culpa é do software da Google, a Google dizer que a culpa é dos drivers do carro, etc. etc.

Esperam-se revelações dessas intenções para breve, provavelmente com a oficialização da parceria com a Fiat-Chrysler, assim como os planos para lançar um serviço de ride-sharing com veículos autónomos que poderia entrar em funcionamento já no próximo ano.


Actualização: já é oficial, a divisão de condução autónoma sai dos laboratórios X da Google e passa a ser empresa independente Waymo.

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