Criar um carro autónomo capaz de circular com segurança nas estradas públicas é uma missão "quase impossível", e não deixa de ser curioso ouvir aquilo que os estão directamente envolvidos com este projecto, consideram ser as grandes dificuldades a superar.
A Ford tem como objectivo ter carros autónomos a circular nas estradas em 2021, e Chris Brewer, responsável por esse desenvolvimento fala de alguns aspectos que poderão surpreender aqueles que pensavam que os grandes problemas estariam no lado do software.
Para Chris, as grandes dificuldades que faltam resolver para que os carros autónomos se tornem uma realidade, são de ordem bem mais física. Por exemplo, refere coisas como uma avaria no sistema de direcção assistida, que num carro convencional apenas faria com que o condutor tivesse que exercer mais força para virar o volante. Num carro sem volante, é necessário garantir que existem formas de se conseguirem virar as rodas mesmo em casos em que os sistemas tenham ficado inoperacionais.
Para além disso, os carros precisam de um considerável conjunto de sensores de alta precisão, que vão dos LIDARs, aos radares, passando por múltiplas câmaras; e todos eles terão que resistir a anos de intempéries, sujeitos a variações de temperatura extrema, vibrações, embates, e tudo o mais que um veículo enfrenta no seu dia a dia, no mundo real.
Pontos bem válidos que relembram que construir um carro autónomo viável vai muito para além da simples criação de um carro que seja capaz de se comportar bem dentro de um laboratório ou numa pista de testes, durante algumas horas ou semanas. Há que garantir que estes carros continuarão funcionais após anos de utilização e milhares de quilómetros percorridos, e nesse aspecto sem dúvida que os construtores tradicionais poderão ter mais conhecimento e experiência que as start-ups que se aventuram neste mundo, se calhar nem pensando nessas considerações de longo prazo.
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