2017/06/03
Pais não terão acesso ao Facebook de filha que morreu
Um tribunal alemão recusou o pedido dos pais que exigiam o acesso à conta de Facebook da sua falecida filha de 15 anos, para tentarem determinar se teria cometido suicídio devido a bullying.
A relação das plataformas digitais e serviços online com a morte dos utilizadores é algo que irá ganhar visibilidade cada vez maior, à medida que as primeiras gerações que assistiram ao boom da internet vão envelhecendo e morrendo; mas para além disso temos outros casos que dão bastante que pensar.
Na Alemanha, os pais de uma filha que morreu colhida pelo metro, queriam que o Facebook lhes desse acesso à sua conta, para verem se ela teria sido alvo de bullying que a pudesse ter levado a cometer suicídio. O caso seguiu para os tribunais e inicialmente foi-lhes dado razão, mas o Facebook recorreu e conseguiu mudar a decisão, conseguindo que o tribunal declarasse que o direito à privacidade online se sobrepunha aos demais. Inicialmente os pais alegavam que tinham direito a herdar a informação digital da filha, mas o Facebook dizia que ao criar a conta, o Facebook tinha um contrato com a adolescente e que esse contrato não podia ser herdado/transferido para outra pessoa, nem mesmo os seus familiares. Ainda assim o Facebook disponibilizou-se para tentar arranjar forma de ajudar a família sem que isso ponha em risco a privacidade de terceiros (como os contactos da filha).
São casos complicados... mas que acabam por ser apenas um reflexo da sociedade e das pessoas. Noutros tempos poderiam ter sido as boas/más companhias; ou os telefonemas; etc. Mas tão ou mais preocupante será pensar que a família desta adolescente não terá conseguido aperceber-se do que ela estaria a enfrentar... e só agora, tarde demais, acharem que espreitar o seu Facebook será a solução.
(Dito isto, tratando-se de uma menor, acho que faria sentido os pais poderem ter acesso à sua conta...)
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Sou radicalmente contra (tratando-se de menores ou não) porque mesmo depois de mortos devemos ter direito á privacidade e não gostaria que os meus pais fossem cheretar nas minhas mensagens privadas mesmo depois de eu estar morto! E parece-me até demasiado doentio!
ResponderEliminar15 anos... uma criança.
ResponderEliminarEspero que nunca nenhum passem pelo mesmo com os vossos filhos...
Gostava apenas de perceber o que é que o FB pretendia ao indicar que estaria disponível para ajudar.
A questão aqui nem é a privacidade dela, mas dos contactos dela. E acho que os pais deviam ter acesso aos dados do Facebook dela desde que os contactos fossem anonimizados.
ResponderEliminarOs pais sempre podem alegar que ela era muçulmana e aí a privacidade deixa de ser importante ;)
Raios, que decisão...
ResponderEliminarCom menos de 16 anos, a responsabilidade legal é totalmente dos pais, pelo que isto é totalmente irracional...