Há muito que temos alertado para o zero-rating como sendo uma forma encapotada de ir habituando os consumidores a dizerem adeus a uma internet neutra, e para os que ainda não percebem esses riscos bastará olhar para o que se passa no México, com tarifários que discriminam os dados por serviços.
Nem sempre é fácil explicar às pessoas porque motivo o facto de haver tarifários que apregoam ter tráfego extra ou ilimitado para certos serviços específicos é uma coisa má. Afinal, ter "mais" é sempre "melhor", certo? Nem sempre... pois esse caminho leva-nos em direcção a coisas como as que já são uma realidade no México, com tarifários de acesso à internet que em muito se aproximam dos pacotes de canais de televisão por cabo.
Ou seja, temos planos em que temos tráfego que serve para navegar na internet, e outro que serve para aceder a redes sociais, outros que incluem acesso limitado a apps de mensagens num patamar, mas só incluem Instagram e Snapchat em planos mais caros; e ainda alguns que anunciam incluir 3 pedidos Uber por mês, mesmo sem saldo, para desenrascar em casos de emergência.
É mesmo este o futuro que querem para o acesso à internet? É que isto não é só uma ameaça teórica para o futuro, é algo que está a acontecer hoje mesmo, e também por cá temos tarifários de praticamente todos os operadores a entrarem por este caminho...
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Não vejo qual a diferença com o que temos aqui...
ResponderEliminarBem simples, sem a neutralidade de rede a operadora pode escolher por não trabalhar com netflix por exemplo, ou diminuir a velocidade que o netflix se comunica contigo. Podem bloquear qualquer conteúdo a sua escolha e você fica a mercê deles. A internet não é propriedade de ninguém, e ninguém vai ganhar nada com a perda dessa neutralidade de rede. Imagina se filtram a sua internet da mesma forma com que filtram as coisas na Televisão. A Internet não pode ser tratada dessa forma.
EliminarAs diferenças são grandes, e a ameaça é real.
O mercado do 4g e dos smartphones evoluiu muito rapidamente, como a quantidade de dados ainda é pouco inteligível para o consumidor médio e o consumo de dados é muito díspar, é normal existir essa segmentação. Neste caso eu acredito que o mercado vá evoluir no sentido de responder às necessidades dos utilizadores, é muito distópica essa visão de que se não mantivermos a resistência todos seremos prejudicados. Para malta jovem, que gosta muito de redes sociais e faz binge das fotos e vídeos, ter uma opção a preço reduzido segmentada para não concorrer com os planos "sóbrios" ou "standard" é uma boa solução. É diferente de venderem Plano com 25 gb por 15€ ao consumidor comum, ia tudo à ruína
ResponderEliminarÉ normal pagar se 200 dinares por mês de NET móvel no México?
ResponderEliminarSão dólares mexicanos - pesos. 200 pesos valem 12 $USD
EliminarIsto são tarifários de voz e dados para smartphone:
ResponderEliminar€11/mês: 1500 minutos para México, EUA e Canadá, 1,5 GB de dados, 1 GB para algumas redes sociais (Facebook, Facebook Messenger, Twitter e WatsApp).
É o tarifário mais barato. Outros tarifários paga-se mais.
Mas cá não é a mesma coisa, incluindo apps em que o tráfego não conta?
Eu vivo no México há 8 anos e meio e tenho tarifário at&t plano 399 pesos(18,80€)mensual com 3 gigas de internet e redes sociais ilimitadas.As chamadas sáo ilimitadas para qualquer rede do México,Estados Unidos e Canadá.Se eu passar a fronteira com os USA como o faço regularmente a rede busca automaticamente as antenas de at&t dos estados unidos e nem tenho que configurar nada. É muito cómodo.
ResponderEliminarPelos comentários,vê-se que o pessoal ainda não percebeu...
ResponderEliminarConcordo totalmente com o artigo e isto só vai lá com a intervenção legal, mas tal como outros não entendo o porquê da referência ao México, isto é 100% igual aos tarifários moche, Yorn e Wtf, mais acho os novos tarifários (acho que meo) com só com pacotes de apps muito piores que este exemplo mexicano.
ResponderEliminarEu não concordo com esse tipo de discriminação de dados porque se isso acontecer cá em Portugal para termos acesso a tudo iremos ter que pagar cada vez mais e será ainda mais fácil para as operadoras arranjarem todo o tipo de esquemas para nos enganar. E penso que isso é um grande retrocesso nas nossas ambições de ter uma internet livre e acessível a todos! Mas infelizmente a maioria das pessoas são muito fáceis de enganar, por isso não me admira nada que algumas já achem que isso não tem mal nenhum!
ResponderEliminarEu acho que colocar no mesmo saco tudo o que é dados diferenciado é um erro, pois há casos de sinergias entre empresas do mesmo grupo e isso é benéfico aí consumidor. O Cartão do Continente é válido para efectuar pagamentos na Pizza Hut, por exemplo. Pela lógica das críticas colocadas isso não deveria existir, pois o cliente da Telepizza não tem o mesmo benefício. Houve um tempo em que chamadas telefónicas para a rede fixa eram cobradas e a PT deixou de fazê-lo. Logo todas as outras empresas deixaram de cobrar essas chamadas. Seguindo a lógica dos que criticam a gratuidade de alguns serviços era para todos continuarem a pagar chamadas para rede fixa até hoje, pois a poderosa PT estava destruindo a neutralidade do serviço fixo.
ResponderEliminarSegundo essa lógica só os monopólios sobrevivem... Um"gigante" cria a sua própria internet, só para os seus serviços, tv, rádio, música, telemóveis, rede social, sistema de pagamentos, etc. e opta por não fazer"parceria" com qualquer novo serviço... Que nem tem hipótese de chegar ao publico...
EliminarSão presentes envenenados...
Basta colocarem as palavras "Ilimitado" ou "Gratuito" à frente de um plano que é pago para as pessoas pensarem que estão a ganhar com aquilo apesar de estarem na mesma a pagar uma mensalidade e não estão a perceber que na realidade lhe estão a reduzir os beneficios.
ResponderEliminarIsto trata-se apenas das operadoras a criarem constrangimentos aos clientes para daí beneficiarem criando planos com preços diferenciados . Para a operadora o custo é o mesmo.
Só me faltava que a EDP me vendesse electricidade de acordo com a marca dos aparelhos electricos que tenciono usar.