2023/01/01

Sage força clientes a mudar para subscrições

A Sage está a ser acusada de forçar os clientes britânicos do seu software de facturação a mudarem para planos de subscrição bastante mais dispendiosos.

A Sage parece estar a querer replicar no seu software de facturação a mesma fórmula que a Apple conseguiu impingir com sucesso à maioria dos developers de apps na App Store: a mudança do sistema de pagamento único para o sistema de mensalidades recorrentes.

Até há algum tempo, a Sage disponibilizava a opção de licença "perpétua" - que na realidade apenas assegurava o licenciamento por 15 anos, sendo que infelizmente já estamos habituados a ver as empresas a aproporiarem-se do significado de palavras deste tipo, como o "ilimitado" ou "vitalício". Mas, além de ter deixado de oferecer esta modalidade, a empresa começou a dizer a esses clientes que "por motivos de segurança" agora terão que mudar para uma das modalidades de subscrição.

Num dos casos, um cliente que tinha comprado a licença perpétua do Sage50 em 2014 por £815, com um upgrade de £460 em 2017, vê-se agora obrigado a pagar £90 por mês, considerando que é o equivalente a extorsão, já que não é fácil transferirem todo o seu histórico de facturação para outro produto concorrente.

Para cúmulo, a empresa tem adoptado também um modelo de "regateio", em que cada cliente que reclama desta alteração forçada vai recebendo propostas com descontos caso a caso (com os mais chatos a terem direito a melhores ofertas) e que nalguns casos até incluem o envio de garrafas de vinho como "prenda".

4 comentários:

  1. E é assim, o futuro do capitalismo digital: sanguessugas nada digitais - de carne e osso mesmo.

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  2. Por acaso até há softwares concorrentes que permitem importar tudo, desde movimentações, clientes, documentos, etc do software SAGE. Mas o sistema de subscrição está a tornar-se padrão no software de faturação. E vai ser também no Windows no futuro.

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  3. O "capitalismo digital" ou qualquer outro só segue enquanto os políticos deixarem. Se a UE fizer lei que têm que oferecer ambas modalidades e o preço da perpétua não pode superar X da subscrição, então aí pensarão dias vezes. O que não se pode esperar são updates da versão perpétua "grátis". Também deviam obrigar à exportação de dados fácil. Agora se não o fazem...

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    1. Há que aumentar a capacidade de fiscalização por parte das entidades regulamentadoras para que os carteis e monopólios de facto não cheguem a pontos insustentáveis como os que estamos a observar.

      Os movimentos de software livre necessitam de mais apoio por parte das entidades públicas, pois claramente trazem mais valias às sociedades no geral.

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