Apple recusa Hey Calendar na App Store

A Apple entra em 2024 com novo caso de "regras complicadas" na App Store, recusando a app Hey Calendar com base em motivos que reconsiderou há alguns anos.

Sendo uma app que está associada ao serviço Hey, a app Hey Calendar obriga que os utilizadores tenham uma conta no serviço. Por isso, a Apple recusou a app com a justificação de que a app "não faz nada" - uma vez que a app não permite criar uma nova conta paga directamente a partir da app para escapar aos 30% de comissão da Apple, sendo necessário usar o browser para esse efeito.

Ora, para além de haver toda uma série de apps que também não funcionam sem uma conta criada, e que a Apple permite na App Store sem problema, o caso mais caricato é que se está perante uma situação de déjà-vu, pois a Apple fez exactamente a mesma coisa em 2020 ao recusar a app Hey de email. Mas nesse caso, depois da discussão, a Apple cedeu e criou uma excepção para que certos tipos de app de serviços pagos poderiam permanecer na App Store sem oferecer o sistema de subscrição in-app. O problema é que embora isso inclua serviços de email, VOIP, cloud storage, e web hosting, não faz menção expressa a serviços de calendário.

Since it's clear we're never going to pay them the extortionate 30% ransom, they're back to the bullshit about "the app doesn't do anything when you download it". Despite the fact that after last time, they specifically carved out HEY in App Store Review Guidelines 3.1.3 (f)! pic.twitter.com/GfqBCMgvSw

— DHH (@dhh) January 5, 2024

Teria sido bem mais simples para a Apple simplesmente adicionar os serviços de calendário à sua "excepção" (até porque não faz qualquer sentido apregoarem isso, e depois permitirem apps como o Google Calendar, que também não faz nada sem uma conta Google); mas parece que vai ser necessário passar pela habitual fase de reboliço e indignação antes que tal aconteça.

De qualquer forma, estes tempos arriscam-se a chegar ao fim, pelo menos na Europa (e mais alguns países), pois está para breve a exigência de que a Apple abra o acesso à plataforma iOS segundo as exigências do DMA europeu, o que vai forçar a Apple a permitir o carregamento de apps sem ser através da App Store, e também de permitir app stores alternativas nos seus equipamentos.