2009/04/20

A Evolução dos Interfaces dos Sistemas Operativos

Excelente post sobre a evolução dos interfaces gráficos dos sistemas operativos ao longo dos tempos.

Curioso pensar que (e atenção que isto é apenas uma consideração minha) no fundo, ainda não houve nenhum desenvolvimento revolucionário ao longo destas três décadas, com os interfaces a manterem-se praticamente inalterados.

Sim, agora têm mais resolução, mais enfeites (e efeitos), mas no fundo... são as mesmas pastas e as mesmas janelas com que já podiamos brincar no século passado, em 1981 com este sistema operativo da Xerox: o Xerox 8010 Star (e cujas origens vêm já de projectos da década de 70.)


... e claro, tinha que falar do saudoso Workbench do Amiga... ah, isto é que era avançado para a época.



Estamos a falar de máquinas a correrem milhares de vezes mais lentamente que os processadores actuais, com milhares de vezes menos memória... Ainda acham que estamos bem servidos? É tempo de começar a exigir mais.

Ora considerem um CPU Motorola 68000 (como o que era usado no Commodore Amiga A500) capaz de efectuar 1 MIPS (milhões de instruções por segundo) com o mais recente Intel Core i7, capaz de 76 mil MIPS. Dá uma ideia da ordem de grandeza da evolução que tivemos (embora seja uma forma simplista de comparar, há muitas coisas que não dependem unicamente da velocidade do CPU.)
Mas, apenas para comparação, isto significa que, um cálculo que agora pode ser feito num único segundo num Intel i7 demoraria mais de 21 horas se fosse feito num daqueles processadores, que já na altura corriam sistemas operativos verdadeiramente multi-tarefa, com janelas, ratos, capacidades avançadas de som e imagem, etc.
Os 40 segundos que um computador actual demora a arrancar um sistema operativo recente correspondem então a mais de um mês de processamente ininterrupto naquela altura! Não sei... mas parece-me exagerado o desperdício a que assistimos diariamente.

É que, aquelas coisas que muitos consideram impensáveis, como a Intel dizer que quer uma máquina que faça boot em 2 segundos, não deviam ser "impensáveis"... deviam era ser uma exigência dos consumidores considerando toda a potência computacional que as máquinas têm actualmente.

Finalmente, após todas estas décadas, começa-se novamente a dar importância a estas coisas, e actualmente, com a proliferação dos touchscreens, começa a assistir-se a um novo interesse na criação de novas formas de interagir com os computadores - algo que levou o iPhone a destacar-se dos restantes concorrentes, que agora se apressam a lançar novidades equivalentes.

Vamos lá ver o que o futuro nos reserva...

[Update]
E como tributo ao meu colega Nuno Pinheiro, aqui fica a imagem dum dos mais recentes ambientes gráficos, o KDE com o Oxygen - porque ele e o projecto merecem. :)

10 comentários:

  1. Tens toda a razão no que dizes e a razão para a enorme quantidade de tempo que os sistemas demoram a bootar (pelo menos em sistemas Microsoft) é simples: o hardware é barato e continua a aumentar de velocidade ano após ano!

    Ao contrário dos sistemas antigos e limitados (que tu bem conheces), eles não têm de se dar ao trabalho de tentar poupar o máximo de memória e instruções: com os recursos actuais podem dar-se ao luxo de sobrecarregar as máquinas.

    É claro que as paneleirices gráficas de hoje em dia também não ajudam... ;o)

    Embora a demo scene comprove que com poucos recursos se conseguem fazer umas coisas espectaculares. Não comparemos é o tempo necessário ao desenvolvimento!

    Hugz,
    Luís

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  2. Acho que nem é a questão de tempo: vendo-se por aquelas demos que têm que ser programadas em 24h nos encontros.
    A questão é mesmo haver milhões de programadores, e - se calhar - apenas uma ínfima percentagem deles se preocupar em optimizar as coisas da melhor forma possível (e nem me estou a referir a exageros de querer perder 1 mês para poupar mais uns quantos ciclos de processador ou bytes de memória.)

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  3. Querem melhor exemplo de desperdício?
    O não aproveitamento da totalidade do poder de computação de uma placa gráfica de média gama recente.

    É incompreensível como apenas agora é que os fabricantes se começam a preocupar em usar essa potência enorme em aplicações não gráficas...

    Já para não falar do desperdício energético, até mesmo quando em idle.

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  4. Naaaaa o mais giro daquele post é o que o último screnshoot fui eu que fiz, ehhehehe, é o meu computador.
    Muito giro :)

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  5. Agora sobre a questão realmente,
    Bem dos 40 segundos grande mas mesmo grande parte é disco rígido, depois as coisas não estão assim tão mais rápidas se o processo A depende do B (e é coisa que acontece muito) os 7 cores que te sobram no processador não ficam a fazer nada, o processo B tem de ser completo. E isso depende muito da velocidade de relógio do processador que não tem aumentado nada nos últimos anos.
    Por outro lado ha coisas que se podem fazer hoje que nem se pensava a alguns anos exemplo todas as animações, elas ocorrem na placa gráfica, e ao contrário do que as pessoas pensão, até fazem com que a renderização seja mais rápida.
    Outra coisa, é a quantidade impressionante de bases de dados que agora corres num sistema operativo que te cataloga tudo o que fazes e que sempre que procuras alguma coisa dá a impressão de ser muito mais rápido a encontrar, e é, mas a custa de estar constante-mente a procura.

    Em jeito de conclusão, muita gente testa sistemas operativos em computadores antigos e arrancam rápido, "rápido" tipo alguns minutos, mas não meses, os problemas de fazer sistemas operativos "rápidos" tem muito mais que se lhe diga que simplesmente o cpu, se quiseres acelerar mesmo muda para memoria pura em vez de um disco rígido, até te vais passar, é completamente louco tipo 10X mais rápido para grande parte das coisas.

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  6. É preciso não esquecer que os processadores das gráficas não têm o mesmo tipo de instruções que os "processadores vulgares" (x86) :o)

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  7. @Nuno Pinheiro
    Eu estou consciente de tudo isso; mas isso não vai nada contra aquilo que eu estou a falar.
    Se nos "antigamente", com sistemas operativos a arrancar de disquetes, com velocidades milhares de vezes inferiores - arrancavamos sistemas operativos com GUI, redes, browsers, etc - porque razão não podemos hoje ter algo semelhante sem ter que esperar mais de 30 segundos?
    Que é possível é; é apenas uma questão de se querer fazer tal coisa em vez de ficar acomodado ao "é normal esperar."

    E não me refiro apenas ao tempo de arranque (que isso para mim é apenas um pormenor, já que para a maioria das pessoas, um boot é feito cada vez mais raramente - excepção feita nos casos dos portáteis e alguns outros dispositivos móveis) mas sim a todo o "abuso" que ocorre em inúmeros programas.

    Acho inadmissível, com a potência que temos actualmente, que se esperem mais que 1 ou 2 segundos para que um programa "abra".
    Não me interessa que tenham que fazer truques (a percepção humana é tramada, como bem deves saber) mas o interface tem a obrigação de ser o mais instântaneo possível, e sempre "imediato."

    Bem... talvez seja eu que sou crítico demais em relação a tudo isto, já que tento por todos os meios concretizar todas estas coisas sempre que faço algum programa. :)

    Mas que é desesperante ver as "secas" que muita gente leva hoje em dia sempre que arranca o computador, ou clica num icon para abrir um programa... isso ninguém pode negar. ;)

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  8. O que me irrita mais são as aplicações, como o Acrobat Reader (acho q foi o 7) e o Photoshop CS4, q apesar de pequenas diferenças/vantagens em relação à versão anterior, ficam de repente estupidamente mais lentos e/ou a ocupar mt mais memória. O mesmo se pode dizer do Windows Vista. Só para acrescentar umas funções a mais, comprometem enormemente a experiência do utilizador ao usar as funções básicas e depois queixam-se que os utilizadores não querem fazer a actualização!

    Quanto ao artigo da evolução dos SOs, fiquei parvo como o NeXTSTEP / OPENSTEP. Aquilo deixava a anos luz tudo o q existia na altura (pelo menos graficamente). Custa a acreditar q existisse em 1989. Podia ser de 2009!

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  9. ola, gostei muito deste post, e na minha opinião também acho que ainda não houve nenhum desenvolvimento revolucionário nestes tempos.
    cumps,
    ja

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  10. Naaaaa o mais giro daquele post é o que o último screnshoot fui eu que fiz, ehhehehe, é o meu computador.
    Muito giro :)

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