2010/06/13
P2P: Equivalente Moderno a "Emprestar Livros"
Não há dúvida que Espanha está a tornar-se num incómodo pólo que leva a liberdade e partilha de informação bem a sério - e que por este andar, qualquer dia é invadida pela MPAA/RIAA e outros que tais!
Num caso que já se vem a arrastar desde 2005, os juízes espanhois chegaram a uma deliberação final onde equiparam a partilha de conteúdos nas redes P2P ao costume ancestral de "emprestar livros".
Algo que eu sempre disse desde o início dos conteúdos digitais, mas que é sempre bom ver repetido por alguém que tem "influência judicial".
Era tempo das entidades já terem aprendido! Já se queixaram do mesmo "fim-do-mundo" em múltiplas ocasiões: o aparecimento da rádio, dos gravadores de cassetes, dos gravadores de vídeo, os gravadores de CDs, os gravadores de DVDs, etc. etc.
Todos eles iam ser "terríveis"... e na realidade viu-se que o efeito foi exactamente o oposto.
Ainda assim, continuam a investir milhões em formas de prejudicar o acesso aos conteúdos: com sistemas anticópia completamente ineficazes que apenas servem para angustiar os clientes que legalmente os adquirem.
É tempo de abrirem os olhos para o novo mundo em que vivem. Enquanto houver pessoas haverá quem queira partilhar as coisas que gosta!
A única solução é fazer com que a aquisição de qualquer produto ou conteúdo se torne tão atractiva que os potenciais clientes sintam que o devem fazer. Se assim não for, não me parece que seja a perseguição indiscriminada de quem tenha feita um download da internet que vá acabar com o "problema".
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boas,
ResponderEliminarconcordo e apoio fortemente a luta contra RIAAs/MPAAs e que tais como ACAPORs/SPAs etc, mas creio que desta vez os juízes esticaram um bocado a corda, é que na realidade não é bem a mesma coisa.
Nunca se pode comparar algo físico a simples zeros e uns, quando emprestas um livro deixas de ter acesso a ele, quando trocas algo não físico como um ficheiro não deixas de ter acesso a ele, fazes uma cópia.
Por isso mesmo é ridiculo e até criminoso a MAFIAA ter aqueles anúncios/propaganda sempre que eu PAGO para ver um filme no cinema, em que tentam transmitir exactamente a mesma ideia, de que algo físico é o mesmo que zeros e uns de um ficheiro o qual posso replicar ad eternum apenas sendo limitado pelo 'recipiente' físico onde o coloco.
É óbvio que se pudesse-mos fazer o mesmo com carros, leitores de vídeo fazê-lo-íamos.
Concordo mais com a decisão de outro juíz que fez uso do que já está na lei, partilha é equivalente a fazer um backup, que é permitido por lei, desde que não haja ganhos monetários com tal acção.
Infelizmente o DRM impõe limites a essa lei, mas como sempre digo, o DRM é posterior como tal creio que em tribunal perderia sempre, uma vez que está a retirar um direito já consagrado na lei.
just my 2 cents :)
abraço
@ovigia
ResponderEliminarSim, mas por isso mesmo é que se fala do "equivalente moderno".
Noutros tempos, em vez de emprestares o livro fisicamente podias muito bem copiá-lo manualmente para o emprestares a um amigo; ou então tirares fotocópias; e voltavamos ao mesmo.
Com os conteúdos digitais apenas se torna infinitamente mais simples e rápido fazê-lo. E - como disse - não me parece que seja a criminalizar essa partilha que se resolva o problema, nem muito menos impondo sistemas apenas servem para complicar o uso por parte de quem adquirem os conteúdos legalmente.
Isso que falaste, de se fazer o mesmo com "carros", vem bem a propósito: pois imagino que a mesma guerra se vá colocar assim que as impressoras 3D começarem a ficar mais popularizadas.
Com a possibilidade de "imprimires" praticamente tudo o que te apetecer, vão haver milhares de empresas a dizer igualmente que vai ser o "fim-do-mundo" e bla bla bla...
:)
Penso que o caso das impressoras 3D não será para médio prazo.. arranjar o design integral não se tornará imediatamente fácil ou prático e depois há a questão de estarmos limitados ao material. Não é propriamente um torno mecânico ou um 'corta-chapas'.. bom era, que se pudesse começar a imprimir componentes mecânicos e futuramente electrónicos complexos. Isso sempre poupava em custos de transporte, revenda e armazenamento. Mão de obra já não será o caso, nesse futuro distante, claro. ;]
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