2011/12/22

Tribunal Espanhol Iliba Blubster

Em Espanha, os juízes parecem continuar a ter juízo e a não ceder aos interesses dos grupos ditos "defensores" dos direitos dos artistas. No caso do Blubster - o "Napster" espanhol - onde as pessoas podem partilhar e descarregar música gratuitamente, o resultado das acusações da RIAA foi... nulo.

O Tribunal espanhol entendeu que o caso é equivalente a um grupo privado de amigos se juntar para partilhar fotos, vídeos ou música - e que isso não pode ser imputado ao criador de uma ferramenta genérica que possibilita essa partilha.

Por este andar, qualquer dia Espanha é invadida pelos EUA (ou melhor dizendo, pelos muitos interesses que manobram os destinos da nação.)

9 comentários:

  1. "onde as pessoas podem partilhar e descarregar música gratuitamente"... por que a música, filmes e tal não custa nada a criar. é como o ar, é de todos.

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  2. @Anónimo

    É de todos sim, no mesmo sentido em que tu poes a tocar uma música para que os teus amigos ouçam, ou lhes dês a conhecer um novo livro que gostaste, ou filme, etc.

    Criminalizar o acto da partilha é completamente ridículo, como se fosse isso a prejudicar os artistas...

    Agora, não vale a pena confundir ou misturar assuntos diferentes: claro que os conteúdos têm criadores; e claro que têm todo o direito de cobrar o que bem entenderem pelos seus produtos. Logicamente que sim.

    E daí também a noção errada de que se transponha "um milhão" de downloads como se fossem "um milhão" de vendas perdidas.

    Os estudos mostram claramente que quem mais partilha e "descarrega" é também quem mais compra e gasta em conteúdos. Claro que haverá quem faça um download de algo apenas por ser gratuito, e que nem gastaria 1 cêntimo naquilo se fosse a pagar.

    Mas, voltando ao assunto em si: os artistas que vendam tudo o que quiserem (e neste caso quem está mais preocupado até são as distriuidoras/editoras)... Mas que não tentem criminalizar alguém que tenha decido usar as vantagens do digital enquanto meio de partilha e multiplicação de cultura.

    (Claro que no caso em que seja alguém a lucrar ou vender conteúdos que não são seus, aí já será também outro assunto...)

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  3. Na Suíça a lei também não condena o download para uso pessoal, e um terço dos suíços fazem-no. O Governo Suíço andou a estudar o q devia fazer. A conclusão foi: nada!

    Concluíram que não se gasta menos em entretenimento por causa dos downloads. O orçamento dedicado a isso permanece constante. Quem saca música vai mais a concertos. Quem saca jogos compra mais jogos do que aqueles que não sacam. E na música as bandas menos conhecidas saem beneficiadas pela efeito de promoção.

    Também analisaram os esquemas de combate à partilha de ficheiros, como o sistema francês de cortar a ligação aos acusados 3 vezes, e o bloqueio de sites, concluindo serem demasiado caros, passiveis de ser contornados, e violadores de direitos humanos como liberdade de expressão e privacidade. Já anteriormente tb o Supremo Tribunal Suíço tinha declarado como ilegal as empresas andarem a recolher os IPs dos supostos "piratas".

    Por uma vez, apeteceu-me ser suíço!
    http://torrentfreak.com/swiss-govt-downloading-movies-and-music-will-stay-legal-111202/

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  4. O problema da pirataria é um problema real, mas acho que a repressão nunca vai resolvê-lo. Mas também não sejamos líricos nem anjinhos ao ponto de pensar que a pirataria não afecta nada a indústria musical ou de filmes e até a pode ajudar! Isso não é de todo verdade. São argumentos que colhem muito bem nos domínios da net, mas são um mito. Os estudos académicos apontam uma direcção contrária, como por exemplo um grande estudo europeu feito no UK, França, Itália, Espanha e Alemanha em finais de 2009. A conclusão é apenas uma: quem partilha música compra menos música. Em termos de orçamento anual para comprar música os resultados são os mesmos. Quem utiliza os sistemas de partilha gasta muito menos dinheiro por ano em música do que quem não partilha.
    Mas também não vejo onde está a admiração. Quem está disposto a piraterar, na hora de procurar a música X, onde vai primeiro? Ao iTunes ou ao Pirate Bay?
    Mas é claro que não vale a pena tentar controlar isto pela repressão, porque na realidade dos bits o roubo tem uma diferença fundamental face à realidade física: quando se rouba, o objecto roubado não desaparece! Ora isto muda tudo. Acho que vamos ter que conviver naturalmente com a pirataria. Os preços da música, filmes e software terão que baixar (já estão de facto a baixar), a comodidade e serviços conexos terão que ser os grandes incentivos à compra, mais do que o produto em si mesmo. Isto traduzido para o físico é como ter uma loja sem seguranças nem mecanismos de alerta contra o roubo. Quem quiser entra pela porta da frente e sai calmamente sem pagar, até porque o produto "original" continua na prateleira depois de ter sido roubado. Esperemos é que número de clientes honestos (sim porque "partilhar" é um modo eufemístico de ser desonesto com todas as letras) seja suficiente para manter o negócio.

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  5. @Anónimo

    Claro que todos terão direito à sua opinião... Mas quanto a esses estudos dos "danos causados", é isso que está verdadeiramente em causa: e até à data, para cada estudo desses (normalmente patrocinados pela indústria) há outros que demonstram precisamente o contrário. Pelo que... nem nisso há consenso.

    Cada um poderá falar por si... E eu, embora não faça downloads de músicas (continuo a ouvir as mesmas exactas músicas que comprei há décadas em CD, e o resto é via rádio), não me sinto minimamente culpado se fizer download de um programa que vai passar na TV, ou de um filme que já fui ver ao cinema e/ou até comprei em DVD.

    Da mesma forma, já nem me dou ao trabalho de fazer download de jogos com os quais não concordo com as políticas de DRM - por achar que nem sequer isso merecem (mas continuo a enviar um email de desgrado aos editores sempre que um jogo que eu gostaria de comprar sai com DRM que infesta um computador, dizendo-lhes que não só perdem a minha venda, como farei igualmente todos os possíveis para que os meus amigos não o comprem igualmente).

    E é pena... pois isto penaliza os criadores de bons jogos e que mereciam exactamente o oposto...

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  6. @ anónimo: não podemos ser tão lineares assim, qualquer que seja o argumento (pró ou contra a legalização dos d'loads e/ou partilha).. no meu caso, custa-me imenso gastar 60€ num jogo para pc que não funciona (como já me aconteceu "n" vezes e depois não trocam,inventando 1001 desculpas. ou aquele álbum que gostávamos de ter mas não sabemos se será bom ou não. nesses casos, recorro ao d'load, experimento e depois compro o produto original, sendo que, no caso da música, chego a fazer 70kms para comprar um álbum ou dois, mas já sabendo que o mesmo corresponde às minhas espectativas (ou encomendaddo da Net, pagando portes de envio).. quanto ao cinema, vejo o filme e se gostar vou vê-lo numa sala de cinema, posteriormente. nos jogos, a mesma coisa.. gasto ou não gasto no produto original? E, tal como eu, muitos amigos e conheçidos meus assim procedem, superando até, em muito, o valor que eu gasto com esse tipo de produtos. quanto a aplicações para pc, achas normal que as lojas andassem a vender o Office 2007 enterprise a €999.90? saquei e não paguei, claro. os custos de produção não são tão altos assim para ser vendido a esse preço, é um roubo, principalmente quando existem alternativas "open source" (limitadas ou não)... E, por agora, é tudo (respeitando, como devo, a tua opinião). Abraço a todos (e Boas Festas)

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  7. "É de todos sim, no mesmo sentido em que tu poes a tocar uma música para que os teus amigos ouçam, ou lhes dês a conhecer um novo livro que gostaste, ou filme, etc."

    Mas tu és idiota ? Tu lês os termos em que compras a música, ou os filmes ?!?! Podes não concordar com eles... não compras. Mas depois de comprar, calaste.
    Eu "dar a ouvir" uma música não é o mesmo que lhe dar uma cópia para ela ouvir onde quiser. Se achas que "dar a ouvir" ou "dar a conhecer" é o mesmo que lhe dar uma cópia digital/física do bem, és mais idiota do que pareces.

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  8. "no meu caso, custa-me imenso gastar 60€ num jogo para pc"
    "achas normal que as lojas andassem a vender o Office 2007 enterprise a €999.90"

    Jovem, não podes, não compras. Tb não deves ter dinheiro para um Mercedes... vais ao stand rouba-lo ?!?! Mas tu picaste ? Agora queres ser tu a fazer o preço das coisas ? As empresas não tem o direito de estabelecer o preço. Ai a EDP é tão cara... vou ali fazer uma puxada.

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  9. Caro @Anónimo irritado

    Isso de comprar e calar é um pouco relativo, uma vez que temos tido inúmeros casos de cláusulas abusivas - como a tal da Sony com a qual dizia não poder ser processada, e pela qual foi processada.

    Não ponho em causa a questão do preço... Mas ponho em causa a tentativa (que lhe parece ter passado ao lado) de querer comparar coisas físicas a coisas digitais.

    É que, caso se tenha esquecido: fazer um livro, ou um CD, ou um Mercedes, é algo que tem custos, que é unico - se emprestar a alguém, não o tenho para mim.
    Mas no "digital", tal fica absolutamente obsoleto e sem qualquer significado!

    Fazer uma cópia de um bem digital, não tem qualquer "custo" interente; não impossibilita que quem a faça fique sem ela. Muito pelo contrário, é algo que se presta precisamente a poder ser copiado e partilhado infinitamente, e chegar a toda e qualquer pessoa do mundo.

    Isso é um facto, e idiotice - quanto a mim - é continuar-se a tentar ignorar esta nova realidade.

    Mas, relembro que nada disto é novo. Já os sistemas de impressão foram vistos com desagrado pelos copistas; as fotocopiadoras iam ser a "morte" dos livros; assim como os videogravadores; e até a rádio teve que enfrentar décadas de ostracização pela indústria discográfica - e a história fala por si: não só todas essas indústrias continuam a existir, como - depois de anos de "luta" - lá tiveram que reconhecer que afinal até se podia tirar partido dos novos meios.

    É inevitável que tal aconteça também no digital: as App Stores são um dos exemplos de sucesso; assim como o iTunes, o Steam, e outros.

    Basta que os verdadeiros idiotas tirem a cabeça da areia e abram os olhos para a realidade.

    E dito isto, bom Natal... Que vou ali fazer o download de um Ferrari (no Forza 4 na Xbox! :P

    P.S. Aconselho-o a fechar os olhos também às impressoras 3D, pois vai ser da maneira que vai mesmo ficar doente.

    P.S.2. Como deverá compreender, todo e qualquer comentário seguinte onde vier para aqui insultar pessoas que nem sequer conhece serão sumariamente eliminados. É assim a modos que como a "Indústria" gosta de funcionar... Obrigado.

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