Para muitas pessoas, os tinteiros usados pelas suas impressoras são algo em que apenas pensam quando precisam de os trocar... e olham para os preços. Até que ponto é que os tinteiros "reciclados" são diferentes dos originais? A HP fez uma sessão em Lisboa, e nós estivemos lá. O Luis Costa conta-nos o que viu:
Por certo que todos os leitores do Aberto até de Madrugada têm, ou já tiveram uma impressora. Se não for esse o caso, pelo menos já imprimiram uma fotografia ou um documento de trabalho. Alguma vez pensaram o que está por detrás da tecnologia de impressão?
A HP resolveu partilhar alguns dos detalhes mais interessantes sobre o processo de impressão, e para isso trouxe a Portugal um dos seus maiores especialistas na matéria.
Thom Brown é um especialista na tecnologia para consumíveis dentro da área de marketing da divisão de Printing e Personal Systems da HP. Ele e a sua equipa são responsáveis pela investigação, pelos testes e pesquisas aos consumíveis e ainda pela área de formação a equipas de loja e vendas.
O seu trabalho inclui também a criação e padronização dos métodos de teste e o fornecimento de análises competitivas detalhadas da oferta de tinta de outras entidades.
A sessão decorreu num tom descontraído, ou não estivéssemos nós na presença de um geek. :D
Numa bancada improvisada, o Inkologist (termo porque é conhecido), dispôs vários conjuntos de frascos e equipamentos, um autentico mini laboratório improvisado.
Foram abordados diversos temas, desde a composição da tinta, tinteiros, enchimento até ao processo de impressão. Os pormenores eram simplesmente deliciosos para quem gosta de tecnologia:
- Uma gota de tinta tem a dimensão de um terço do cabelo humano
- A letra "A" em Times New Roman é constituída por 1400 gotas!
- Uma foto 10x15 tem 35 milhões de gotas
- Uma cor pode necessitar de até 32 gotas de tinta combinadas
Ajuda-nos a ter um pouco mais de respeito pelo trabalho que uma impressora de jacto de tinta faz, não faz?
Mais de 40000 orifícios é obra. Agora multipliquem este valor por 36000 e vejam quantas gotas caem desta cabeça de impressão de última geração.
As fórmulas de cada tinta levam 4 a 5 anos a ser afinadas e são testadas mais de 1000 versões até se chegar ao produto final.
A combinação dos diversos ingredientes deve ser exacta, caso contrário o resultado é desastroso.
Tivemos oportunidade de constatar isso mesmo numa demonstração onde foi exemplificada a importância do polímero. Em dose superior ao indicado, ficamos com uma pasta em vez de tinta.
A qualidade da tinta é como sabemos um dos factores que contribui decisivamente para a qualidade final da impressão. Os consumíveis compatíveis foram naturalmente tema de debate e foi fácil perceber de onde podem vir as diferenças
Reparem na imagem em cima a diferença de juntar preto a outra cor. No caso do compatível, ao abanar-se o recipiente, as tintas misturam-se, o mesmo não acontecendo com as originais.
As esponjas utilizadas no interior do tinteiro tem influência directa no processo, pois garantem que a tinta se dispersa uniformemente e cai de forma constante.
A reciclagem tem ainda outros problemas. A reutilização dos cartuchos tem naturalmente limitações. Os químicos acabam corroer o plástico, contaminando as tintas.
Melhor que vos tentar explicar o que tive o privilégio de assistir é convidá-los a visitar a página do youtube do Thom ou a sua conta do Twitter @ThomAtHP onde partilha estas e outras curiosidades.
Os nossos agradecimentos à HP pela oportunidade de ficar a conhecer alguns dos segredos da impressão a jacto de tinta.
A investigação que a HP e as outras marcas fazem para desenvolverem consumíveis é extremamente interessante e o investimento completamente legítimo. Mesmo assim, continua a ser ridículo o preço que se paga por tinteiros e toners. Tendo em conta que a garantia das impressoras é de dois anos e que uma impressora custa quase tanto como os consumíveis, continuo a achar que a escolha de tinteiros e toners compatíveis/reciclados é uma excelente opção para a maioria dos consumidores.
ResponderEliminarhttp://thumbnails.visually.netdna-cdn.com/ink-costs-more-than-human-blood_50290ced00807.jpg
A impressora custa quase tanto como os tinteiros aplicação aos modelos de gama média/baixa, onde os tinteiros têm cabeça de impressão.
ResponderEliminarOs consumíveis para os restantes modelos não têm a dita cabeça incluída, daí serem mais em conta.
A escolha dos reciclados é naturalmente uma questão de se estar disponível para aceitar as cedências que têm de ser feitas.
Quanto à questão do custo da tinta, este não pode ser feito em termos de litros, pois a tinta é gasta em micro gotas. A comparação tem de ser feita em termos de valor do produto. E sim, tem um custo elevado.
Dizer que os tinteiros são caros é favor. 5000 euros por litro (ou coisa que o valha) é uma loucura. Como é óbvio isto não traduz nem de perto nem de longe os custos de I&D, nem custos de produção, nem nada. O que sucede é que no mercado das impressoras domésticas o produto cerne não é a impressora, mas sim o tinteiro. O preço da impressora é "subsidiado" pelo fabricante, daí ser barato, mas o utilizador vai continuar a pagá-la através dos tinteiros que vai comprando. No fundo, é um modelo de negócio como qualquer outro. Mas, claro, é um modelo que tem falhas, essencialmente porque as margens brutas da venda de tinteiros são de tal modo elevadas que isso atrai competidores especializados unicamente na venda de tinteiros. Vendem-nos a uma fracção do preço dos originais e ainda assim ganham muito dinheiro. É o mercado a funcionar.
ResponderEliminarA questão é mesmo acertar na "marca" de tinteiros da concorrência... uma coisa é certa para mim: RECICLADOS nunca mais! Foi desastre atrás de desastre... Existem alternativas a 1/3 ou 1/4 do preço (produto final, não reciclado). Tenho usado os tinteiros vendidos pela Pixmania e recomendo.
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