2014/01/04

A origem do Braille


A maioria das pessoas tem a sorte de poder ler um livro olhando para as letras. Mas para quem não pode fazer uso da visão, há outro sistema que lhes permite "ler"... com os dedos: o Braille.



O Braille já conta com a bonita idade de 190 anos e foi inventada por um jovem francês que teve a infelicidade de ficar cego aos 3 anos de idade devido a um acidente onde feriu um olho, provocando uma infecção que se alastrou ao outro olho. Uma infelicidade que no entanto levou à criação deste sistema de escrita/leitura que tanto tem beneficiado as pessoas cegas desde então.

Braille inventou o seu sistema quando tinha apenas 15 anos de idade, mas a ideia não foi originalmente sua. O crédito inicial vai para Charles Barbier, que desenvolveu um sistema de "escrita noturna" pedido por Napoleão - para que os seus soldados pudessem ler as comunicações em total escuridão e sem ruído - e que consistia precisamente em pequenos pontos em relevo. Só que o sistema de Barbier era demasiado complexo, com uma grelha de 6x6 pontos que não podia sequer ser decifrado com um simples toque, obrigando a "passear o dedo" para se conseguir detectar o símbolo completo.

Mas foi o suficiente para que o jovem Braille ficasse inspirado, e viesse a criar o seu sistema simplificado com apenas 2x3 pontos que podem ser sentidos com um único dedo facilmente.

O sistema Braille atribui uma letra/símbolo diferente a cada combinação de pontos; mas para poupar tempo/espaço existe uma variante que se pode considerar semelhante às abreviaturas usadas nos SMS, em que uma única letra ou conjunto de letras pode representar uma palavra; como "n" para "não", ou "abx" para "abaixo".

Com o desenvolvimento da tecnologia, hoje em dia poderá ser bastante mais prático dar uso aos sistemas de síntese de voz para que os conteúdos sejam lidos... mas ainda assim, não se deverá deixar de dar o devido crédito ao jovem Braille por não se ter resignado a deixar de ler mesmo quando não podia ver.


[via Gizmodo e Wikipedia]

1 comentário:

  1. Estes dias ouvia um cego dizer que ouvir um audio-book (sinteizado ou mesmo gravado) não é ler. Ler implica ter a nossa a voz a narrar as palavras, obrigar a digeri-las e mastiga-las. Dizia mesmo que desde que chegaram os audio-books (q referia como algo positivo) apareceu também uma "dislexia" entre a comunidade deficiente visual!

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