Não é todos os dias que vemos um projecto nacional aventurar-se nos sites de crowdfunding, mas este Pitbull Wallet nasceu no Porto e está agora a tentar tornar-se realidade no Indiegogo, propondo a criação de uma carteira digital "offline" onde se poderão guardar em segurança as nossas passwords e dinheiro digital.
Existe uma necessidade crescente de se ter bastante cuidado com tudo o que fazemos nos nossos computadores e smartphones, alvos cada vez mais apetecíveis para hackers. Se nalguns casos poderemos arriscar-nos a simplesmente perder temporariamente o acesso a um qualquer serviço, noutros casos as coisas podem ser bem mais gravosas - como se se apoderarem da vossa conta de email principal com a qual podem fazer a recuperação de passwords de todos os serviços que utilizam - ou de todo o vosso dinheiro digital (bitcoin, etc.)
Embora existam muitas apps que poderão usar para guardar as vossas passwords, enquanto as estiverem a usar num equipamento ligado à internet haverá sempre a possibilidade de uma qualquer vulnerabilidade permitir a instalação de um malware que vos roube esses dados. Com este Pitbull Wallet, podemos guardar os nossos dados num pequeno cartão digital "offline" que fica afastado desse perigo.
Este cartão tem um pequeno teclado e um ecrã e-Paper no qual são apresentadas as passwords/código - também em formato QR Code para que possam rapidamente passá-los para o smartphone (sugestão para uma versão 2.0 - uma opção bluetooth que simulasse um teclado virtual e permitisse introduzir estes códigos num equipamento conectado).
Com um preço de $25 dólares não se pode dizer que seja caro, mas há que ter em conta que o sistema não tem bateria substituível pelo utilizador, pelo que quando acabar (ao fim de 1 ou 2 anos), esta carteira fica inutilizável a não ser que usem uma fonte de alimentação externa - se tiverem confiança no projecto a longo prazo podem optar pelo pacote "reloader" que por $130 vos garante um cartão de substituição durante os próximos 10 anos sempre que a bateria acabar. (Outra sugestão para uma versão "3.0": considerando o baixo consumo deste tipo de ecrãs, considerar a possibilidade de um sistema de geração/captação de energia, quer aproveitando a pressão de se carregar nas teclas, ou a energia RF dos sinais WiFi, etc. que permitiria ter uma autonomia "vitalícia").
Infelizmente o vídeo do projecto não nos mostra sequer um protótipo em funcionamento, pelo que... o apoio a este projecto tem que ser mesmo feito à base da "confiança".
Fiquei bastante contente de ver a notícia aqui e, se me permitirem, vou responder a algumas das questões levantadas no artigo. Algumas já estavam respondidas no próprio site, mas como é uma grande quantidade de informação, também é compreensível que às vezes se perca no meio de tantos dados.
ResponderEliminarNa realidade nós pensámos no uso de NFC inicialmente, mas decidimos optar por não avançar com isso para limitar qualquer tipo de acesso remoto ao cartão, justamente pela segurança. Às vezes é preciso fazer compromissos entre comodidade e segurança e este foi um que achámos que, pelo menos nesta primeira geração, seria prudente fazer. Por outro lado, a necessidade de equipamentos adicionais para lhe colocar os dados poderia tornar o preço bastante mais elevado, portanto decidimo-nos pela simplicidade, para não ser necessário qualquer aplicação nem qualquer aparelho.
Quanto à bateria, é algo inerente à tecnologia de baterias que de momento está disponível para tais dimensões o facto de não ser vitalícia. Por outro lado, reparem que também as baterias recarregáveis não duram para sempre, sendo que nem os fabricantes dão garantias superiores as 6 meses para as mesmas. Adicionar alguma forma de ampliar a longevidade com base em captação de energia externa era algo que desejávamos e que estamos a ver se será possível numa geração seguinte. Nesta primeira geração nunca o será porque primeiro temos que ganhar um certo balanço no mercado e algum poder sobre o fabricante para podermos baixar o preço, porque cada funcionalidade acrescida torna o produto mais caro. É preciso não esquecer que essas tecnologias são relativamente caras e podem fazer disparar o preço do dispositivo, algo que nós definitivamente não queríamos. Enquanto não houver uma certa capacidade negocial sobre o fabricante, não podemos efectivamente tentar fazer tudo de uma só vez. Preferimos começar por algo simples e bem feito do que tentar fazer já tudo e correr o risco de se tornar inviável.
Quanto ao facto de não haver uma demonstração funcional do protótipo, sim, é verdade, cometemos o terrível erro de marketing de já termos deixado tudo do lado do fabricante - não somos nem fingimos ser uma mega-corporação de recursos ilimitados, somos uma instituição pequena e sem fins lucrativos - e termos tido que recorrer a protótipos não funcionais para as demonstrações. Sim, como qualquer projecto de crowdfunding, há riscos - aliás, há sempre riscos em qualquer investimento. No entanto esperamos que continue a jogar a nosso favor o facto de o fabricante ter já experiência de lidar com as tecnologias e os componentes usados, bem como as dimensões projectadas. Da nossa parte, tudo vamos fazer para que nem sequer atrasos haja. Não iremos fazer falsas promessas de que todos terão o seu presente a tempo, mas prometemos que tudo iremos fazer para o conseguir.
Por último, resta-me apenas agradecer por ajudarem a levar-nos mais longe.
Abraço a todos
Quando tiveres um protótipo aqui pelo Porto não te esqueças de avisar. :)
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJoão, não sei se sabes mas as baterias em território português têm 2 anos de garantia. E não seis meses. A bateria é um bem móvel, pelo que o consumidor pode exercer os direitos conferidos pelo diploma se a desconformidade se manifestar no prazo de dois anos.
ResponderEliminarA bateria é um bem sujeito a um desgaste maior do que o de outros bens, mas deve encontrar-se apta a funcionar em conformidade com o contrato durante os dois anos do prazo de garantia. O que interessa é a lei portuguesa, a dos fabricantes fica para o revendedor e a marca fica aqui a dica. ;)
Em relação ao produto é um bom projecto, mas perde por não existir um protótipo funcional e uma demonstração em vídeo. Ficando no ar outras ideias, como montagem fotográfica em relação a demonstração. Boa sorte com o projecto!
À excepção da parte das bitcoins, parece um ripoff do moolti pass de um site conhecido... mas vá, o que interessa é que é tuga :) :)
ResponderEliminar@Lover My Star
ResponderEliminarDe facto a lei do consumidor é bastante específica. A verdade é que os fabricantes na garantia dizem sempre que a bateria só tem garantia de seis meses (apesar de colocarem a linha que nada na garantia se sobrepõe à lei). E independentemente do que dizem na garantia, recusam-se sempre a dar assistência fora dos 6 meses à mesma. Acabam por nos cansar com a quantidade de queixas que temos que fazer até que nos dão ouvidos e sabem que na maior parte dos casos ninguém avançaria para instâncias superiores porque dá demasiado trabalho.
Quanto ao protótipo, é como já tinha dito, infelizmente, neste momento, está tudo nas mãos do fabricante. Sendo a equipa que somos, o marketing definitivamente não é o nosso forte. Esperamos em breve poder começar a demonstrar, mas não sabemos até que ponto conseguiremos que seja antes do fim da campanha.
@Filipe YaBa Polido
ResponderEliminar(tentei pôr este comentário 3 vezes ontem, mas por algum motivo, o blogger sabotava)
Só ontem, graças a si, tomámos conhecimento do moolti pass. No entanto, tenho uma pequena pergunta para lhe fazer. Acha o Fiat Punto um rip-off do Mercedes CLS? É que eles têm tanto em comum quanto este projecto tem em comum com o moolti pass. Têm - parcialmente - o objectivo de resolver problemas semelhantes. Mas não partilham as tecnologias, os componentes, a origem e o design. Antes do moolti pass, que consegui ver que é bastante recente, também já outros projectos tinham surgido, vários anos antes, para tentarem resolver o problema das passwords, dos quais alguns produtos até se encontram à venda no Thinkgeek há pelo menos 5 anos. Como resolvem o mesmo problema, não acha que isso faria do moolti pass um rip-off desses projectos?
Melhores cumprimentos
@João o problema dos tugas é mesmo este... "eu fiz primeiro", "o meu é melhor", "não roubei a ideia a ninguém".... oh amigo, gadgets há às centenas e nenhuma no espaço de 2/3 anos me surpreendeu com novidades fora do comum. Todas são rip-offs de outras ou de ideias do passado, até o afamado Angry Birds.... bah... foi apenas uma opinião, se lhe afecta tanto, não leia e passe à frente. E sim, continuo a preferir o mooltipass nem que seja pela atitude dos developers face à sua exposta nessa comparação ridícula do Fiat e Mercedes. Cumprimentos.
EliminarCaro Filipe
ResponderEliminarNunca, em altura nenhuma, tentámos ou tentei dizer que este produto era o primeiro ou que era melhor. Também posso dizer que se há produtos que realmente sejam semelhantes, não fizemos por roubar a ideia a ninguém, por muito que até pudesse ter havido inspiração. Eu próprio mencionei logo que já tinha tido conhecimento de outros projectos e produtos com o objectivo de solucionar o mesmo problema que o nosso. Não digo nunca que o nosso é melhor. Nós tivemos uma ideia e decidimos contribuir com ela, apresentando uma solução alternativa para aquele problema que para muitas pessoas pode ser mais conveniente. Para outras, é bastante provavel que não o seja.
Tem razão quando diz que gadgets há às centenas. Só que o facto de usar a expressão rip-off tornou o seu comentário insultuoso, porque "rip-off", por definição, é um roubo deliberado da ideia de outra pessoa. Ainda por cima, quando se pôs a comparar o nosso projecto com um que fora o objectivo de resolver problemas semelhantes, em mais nada o é, nem na tecnologia, nem design, nem origem, nem componentes. Logo, a sua observação é, no mínimo, injusta.
Para além disso, não vejo, sinceramente, o que é que a minha "atitude" lhe transmitiu. A única coisa que poderia ter concluído na minha atitude é que estou a dar a cara pelo projecto e a defendê-lo, como seria minha obrigação. Repare que também estou numa situação de "preso por ter cão, preso por não ter", porque se não o defendesse e se não fosse o Filipe, alguém me iria criticar por não o defender. O Filipe optou por me criticar por fazê-lo. Mais ainda, fala da atitude da equipa do moolti pass, mas a não ser que os conheça mais proximamente - o que explicaria a sua vontade em comparar-nos a esse projecto e em insistir em chamar-nos um rip-off do mesmo - não vejo, também, por onde poderia avaliá-la.
Por isso, sim, a comparação está longe de ser ridícula, pois a usei apenas como uma figura de estilo defensiva.