Para muitas pessoas, a web e a internet são a mesma coisa, mas a verdade é que a Internet se refere a toda a rede que liga o sempre crescente número de computadores (e não só) por todo o mundo, e a web é apenas um dos muitos serviços que corre sobre essa mesma rede, e para a qual utilizamos os browsers para navegar. É por isso que a web celebra agora o seu 25º aniversário, sendo mais jovem que a "internet".
O inventor da web e do hipertexto que faz parte da sua essência base, permitindo a livre e múltipla referência a outros conteúdos, onde quer que estejam, foi Tim Berners-Lee; e é toda essa "teia" de ligações que deu origem à nossa bem conhecida World Wide Web (o "www" que ainda hoje precede grande parte dos sites na internet).
Claro que em 25 anos muita coisa mudou, e a web que conhecemos hoje em dia seria impensável há 25 anos atrás. Em vez de páginas estáticas na internet que se limitam a apresentar textos e links, hoje em dia temos páginas que são autênticos programas que são executados pelos nossos browsers, possibilitando coisas como webmails avançados, editores de documentos, e mais recentemente até a possibilidade de se fazerem videochamadas. Toda essa versatilidade faz com que seja impossível prever o que se poderá fazer na web, mas levanta também sérias preocupações sobre os potenciais abusos desta tecnologia.
A maioria das páginas que visitamos contém anúncios de redes que monitorizam e tentam criar um perfil histórico de cada utilizador; e temos também uma crescente ameaça por parte de governos, serviços e operadores que tentam fazer com que se abandonem alguns dos princípios fundamentais... como a igualdade de tratamento dos dados, sejam eles quais forem.
Por isso mesmo, Berners-Lee e um conjunto de outras individualidades e entidades quer que se crie uma "carta dos direitos da Internet" com a iniciativa: Web We Want (a web que nós queremos).
Nesta carta, estabelecem-se algumas regras fundamentais que deverão ser mantidas, como:
- O acesso, a preços acessível, a uma plataforma de comunicações universalmente disponível
- A protecção da informação privada do utilizador e o seu direito de comunicar em privado
- A liberdade de expressão, tanto online como offline
- Uma infraestrutura aberta, descentralizada e diversificada
- Redes neutrais que não discriminem conteúdos nem utilizadore
É uma iniciativa a que todos devem aderir e subscrever, pois é uma daquelas coisas porque vale a pena lutar, para que daqui por 25 anos, a web possa continuar a ser um terreno fértil para crescimento e desenvolvimento de todo o tipo de aspectos tecnológicos, comerciais e sociais... em vez de se tornar num terreno pantanoso regido pelos interesses de alguns em detrimento de todos os seus utilizadores.
... E vocês, por onde andavam em 1989? :)
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