2014/05/15

O consumo de dados "ilimitado"


Já sabemos que os operadores são peritos em nos oferecerem aquilo que... não precisamos / queremos / usamos. Com os utilizadores a gastarem cada vez maior quantidade de dados, nos EUA enfrentam-se cada vez mais os problemas dos planos com limites de dados, que ditarão o fim dos tempos dos "tráfegos ilimitados" (sendo que por cá, mesmo sendo descritos dessa forma, estão muitas vezes sujeitos a limites secretos que não têm direito a aparecer nos cartazes publicitários - ou quando muito aparecem como pequenos asteriscos).


Se em tempos alguns operadores diziam que a maioria dos seus clientes não gastava muita internet (e quem o fazia era imediatamente rotulado de "pirata"), hoje em dia há um crescente segmento da população que diz o adeus à televisão e passa a depender unicamente da internet para ver aquilo que quer ver.

Segundo um recente estudo da Sandvine, enquanto que um utilizador que não faz streamings se fica pelos 4.5GB de dados mensais e um utilizador normal gasta cerca de 29GB, no caso destes que disseram adeus ao serviço de televisão convencional o consumo dispara para mais de 200-300GB de dados mensais, representando mais de 10x o número de horas em streaming, num total de 100h mensais contra 9h do utilizador comum.

Valores que ficam bastante próximos dos limites que operadores como a Comcast têm em acção (300GB mensais), e demonstrando que é completamente ridículo a proposta de se passar a um limite de 30GB mensais mediante um desconto de $5 na factura (quando para os que passam os 300GB, são cobrados $10 por cada 50GB extra). No caso da AT&T o limite é de 250GB... o que piora ainda mais o uso "indiscriminado" da internet sem preocupações.


E agora já não se pode usar que a culpa é da pirataria. A fatia de leão dos downloads pertence ao Netflix com mais de 34% do peso, seguindo-se o YouTube com 13% - os torrents estão num distante 6º lugar com apenas 3.40%.



Já no consumo de dados mobile, YouTube e Facebook dominam, com o Netflix a surgir timidamente depois de serviços como o Google Market e o Pandora. (Houvesse tráfego "ilimitado" mobile e certamente as coisas seriam diferentes.)


Por cá, para o melhor e para o pior, ainda vamos podendo estar relativamente descansados quanto a isto. Por um lado, não temos (ainda) Netflix que comece a ocupar grande parte das ligações dos nossos operadores - e eles não devem ter pressa nenhuma em fazer com que isso aconteça - e por outro lado temos também a sorte de ter uma infraestrutura relativamente decente que nos permite ter ligações a velocidades que fazem inveja a muitos países. Mesmo nos casos dos ilimitados com limites secretos, esse valor parece andar na casa dos 500GB, valor que deverá ser suficiente para a maioria dos utilizadores... pelo menos até que os streamings em Ultra HD comecem a inflacionar a quantidade de dados necessária.

Vamos lá ver até que ponto é que as coisas podem ir correndo sem incidentes de maior... antes que se lembrem de voltar a contabilizar o tráfego discriminado como sendo tráfego nacional ou internacional.

6 comentários:

  1. Da minha parte como já comentei num outro post relativo aos hábitos de televisão... Não há nem prevejo que venha a haver televisão cá em casa - o que quero ver, vejo graças à internet sem pausas de 30 min para anúncios nem constantes incentivos a dar não sei quantos cêntimos mais IVA em chamadas...

    Só é pena o serviço de internet vir com um serviço de telefone agarrado (que em nada me serve)... Mas enfim.

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  2. O meu consumo mensal costuma andar acima dos 1000GB/mês ... e não fico com a net mais lenta ...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Mais informação sobre consumos e largura de banda: http://s29.postimg.org/onljldown/Bandwidth_Peak_Times_high_res.jpg.

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  5. Em portugal eu já só pedia que não vendessem aquilo que não conseguem cumprir... Era o mínimo!
    É inadmissível que numa ligação de fibra, sem mais nada ligado, seja quase impossível reproduzir um vídeo no youtube sem pausas constantes!

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