2014/07/10

Análise Oppo Find 7


A Oppo era uma marca praticamente desconhecida dos Portugueses, mas a chegada do Oppo Find 5 (há precisamente um ano atrás) rapidamente mudou as coisas. A Oppo apresentava-nos modelos com características de topo a preço bastante inferior ao dos concorrentes de marcas mais conhecidas, e não demorou muito para conquistar o público nacional. Agora, volta a propor-nos um aparelho que será do agrado de todos os que querem ter o último grito da tecnologia: o Find 7, um dos primeiros smartphones no mercado a estrear um ecrã de 2560x1440.

O Oppo Find 7 

O Oppo Find 7 (não confundir com o Find 7a, com características ligeiramente mais modestas), é um smartphone que vem equipado com um Snapdragon 801 Quad-core a 2.5GHz, 3GB de RAM, 32GB de flash (+ microSD), câmara de 13MP com dual-LED flash, frontal de 5MP, WiFi (dual-band), LTE, todo o habitual conjunto de sensores, e uma bateria de 3000mAh com tecnologia Fast Charge. No entanto, o seu elemento mais marcante é o seu ecrã de 5.5" com resolução de 2560x1440 - o equivalente a 4 ecrãs HD 720 - e uma densidade de 538ppi.




Ao contrário da maioria dos fabricantes, que tem "cortado" nas caixas, a Oppo faz-nos chegar o Find 7 num verdadeiro "estojo de luxo", que quase se poderia tornar num stand fixo de carregamento e ser exposto com orgulho em qualquer casas (fica a sugestão para uma próxima versão). Ainda assim, podem remover o molde interior da caixa, e usá-la para arrumação do que bem entenderem.


Algo um pouco mais invulgar num smartphone, o seu carregador é de 4.5A (quando a Oppo fala em Fast Charge, é mesmo para ser levada a sério). Graças a este carregador é possível carregar o Find 7 em apenas 1h, bastando 30 minutos para atingir uns confortáveis 75%, e em caso de emergência poderão carregá-lo apenas durante alguns minutos para ganharem mais algumas horas de uso.




O Find 7 não tem nenhuma característica de invulgar ou revolucionária a nível de design, a não ser a tampa traseira num padrão de estilo "fibra de carbono", que sempre lhe dá um toque de originalidade - e tem um toque agradável. A construção é sólida e não oferece receio de o utilizarmos "à vontade".


Embora não seja perceptível nas fotos, o Find 7 tem uma suave luz de notificação  que acende e apaga suavemente (talvez até demasiado suave para que chame a atenção). Também demasiado ténue é a iluminação dos seus botões touch, embora isso seja algo que ao fim de uns dias de uso passe a ser feito de forma automática e sem necessidade de se olhar para eles.


A nível de dimensões, o Find 7 fica-se pelas 152.6×75×9.2 mm (173g) e não há como disfarçá-lo... mesmo com margens reduzidas, o resultado é "grande". A diferença visual para o Nexus 5 pode não parecer "assim tão grande", mas é a diferença entre um equipamento que ainda se vai conseguindo usar com uma só mão (se tiverem mãos grandes), e um que já necessita obrigatoriamente que se usem duas.


Câmara


O Oppo Find 7 vem equipado com uma câmara de 13MP, e os resultados são bastante satisfatórios... desde que haja luz.


Uma das coisas que também salta imediatamente à vista, é que o modo HDR do Find 7 não é nada tímido, produzindo imagens que - mesmo em situações onde habitualmente deveria ser quase imperceptível - adquirem um aspecto quase "surrealista" (eu gostei do efeito, mas... é exagerado: comparem nas fotos acima, normal à esquerda, HDR à direita).



Outro caso onde o HDR mostra ser demasiado optimista, tirar uma foto com pouca luminosidade em HDR origina a imagem "artística" que podem ver em cima.

Verdade seja dita, o Find 7 vem com inúmeros modos destinados a serem usados à noite, com pouca luminosidade, incluindo uns que deixam definir o tempo de exposição (até 32 segundos) e criar imagens de elevada qualidade (e até com os efeitos de "rasto de luz"), embora tenham obrigatoriamente que ser usados com um tripé ou outro suporte.


Por fim, apenas uma comparação do modo Ultra HD que tira fotos com o dobro da resolução (50MP). O sistema é curioso e oferece resultados marginalmente superiores à de uma foto "ampliada", mas... não de forma tão notória que se justifique o seu uso (o detalhe que se desejava não aparece). Provavelmente conseguiriam o mesmo resultado fazendo a interpolação da imagem usando um bom programa de edição de imagem (neste caso, usei o Paint só para ilustrar as diferenças).

Quanto ao vídeo, tanto o modo Full HD como o Ultra HD 4K são bastante bons e sem falhas ou hesitações. Cada frame do vídeo Ultra HD parece uma autêntica foto!



Dica: ver em full-screen num ecrã 4K, senão não apreciarão o detalhe! ;)

Infelizmente, as fotos que tirei usando a câmara frontal "perderam-se" devido a um acidente com "copy-paste", mas podem ficar descansados que não vos irá deixar ficar mal nas video-chamadas ou nas "selfies".


Em Funcionamento


O Find 7 dá uso ao Color OS, baseado no Android 4.3. Sendo eu um fã da experiência Android "de origem", olho sempre com alguma estranheza para estas versões alternativas - e o Color OS não é excepção. É certo que o Color OS tem coisas que têm piada e são úteis, e que até nos fazem desejar que o Android de base também as tivesse: como um modo para "visitantes", para que se possa passar o telefone a um amigo sem preocupações que ele vá mexer no que não deve; a possibilidade de definir gestos de atalho para lançar apps; ou até definir acções de movimento, como virar o Find 7 para baixo para modo de silêncio, etc.


Mas no final do dia... fico com pena de não ter o painel do Google Now logo ali ao lado do ecrã principal como no Nexus.


Mas sendo o ecrã o seu grande "ponto de atracção", que tal se comporta?


Vocês já sabem que eu sou esquisito com os pixeis, e depois de ter ficado maravilhado com a chegada dos ecrãs Full HD aos smartphones (e pensar que a coisa se ficaria por ali), dei por mim, de tempos a tempos, a pensar que afinal o Full HD ainda não era bem aquilo que eu consideraria como "perfeito".


Pois bem, com os ecrãs de 2560x1440, penso que finalmente esse assunto fica arrumado. Poderá ser considerado exagerado; poderá nem ser perceptível para muitos utilizadores face a um ecrã Full HD, mas a verdade é que a coisa se faz notar, e em imagens e texto... é uma maravilha ter todos aqueles pixeis à frente dos olhos.

Há no entanto um senão... o Find 7 é praticamente inutilizável no exterior com o Sol a brilhar em pleno.





Apreciação Final


Estava muito curioso em saber o que este novo salto na resolução nos smartphones iria trazer. O Find 7 foi o primeiro smartphone que experimentei com ecrã de 2560x1440, e embora não me pareça ser um factor "crítico" que justifique a mudança face a um Full HD, é no entanto argumento para quem procurar o que de melhor há no momento.

O Color OS será outro elemento que será um pouco ambíguo. Haverá aquelas pessoas que não se importam com o que vem lá dentro, guiando-se apenas pelas características técnicas - e que ficarão excelentemente servidos com o Find 7 - mas haverá os outros que não abdicarão de ter um Android sem modificações, e que por isso poderão colocá-lo de parte.

A nível de desempenho, o Find 7 está no topo das tabelas actuais, superando modelos como o LG G3 e Gaalxy S5 em muitos benchmarks, e mostra que esse critério começa a ser algo que cai em desuso (pois já temos desempenho "mais que suficiente"). Pelo lado negativo, a autonomia, tanto devido ao potente CPU, como ao ecrã mais gastador sofre proporcionalmente - sendo apenas atenuada pelo sistema Fast Charge para se poder sobreviver com alguns poucos minutos de carregamento. Ponto contra também a legibilidade do ecrã no exterior.

Ainda assim, o Find 7 é um excelente e apetecível equipamento, digno sucessor de todos os modelos anteriores da Oppo. A grande incógnita será saber se o seu preço de €479 será suficientemente convidativo face aos concorrentes (o G3 já está disponível nalgumas lojas a €499, o que torna a diferença monetária irrelevante).

Da parte que nos toca, o Find 7 sai daqui com um bem merecido:



Oppo Find 7


Prós
  • Resolução do ecrã
  • Qualidade de construção
  • Desempenho
  • Qualidade da gravação de vídeo

Contras
  • Autonomia
  • Visibilidade do ecrã no exterior
  • Iluminação nos botões demasiado fraca

* Agradecimento ao Tiago Rodrigues pela disponibilização deste Oppo Find 7.



Galeria de fotos



9 comentários:

  1. acho que um dos contras deveria de ser que vem com o 4.3 em vez 4.4

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    1. Com o Android L prestes a chegar, o importante vai ser saber quais vão ter upgrade para ele. Entre 4.3 e 4.4 não me parece que seja factor decisivo (embora fosse preferível ter o 4.4 obviamente!)

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    2. se fizerem ao find 7 o que fizeram ao find 5 duvido muito. o find 5 ainda está com o 4.2.2

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  2. "Oppo's warranty allows flashing custom ROMs and recoveries"
    http://download.cyanogenmod.org/?device=find7

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    1. Pelo menos assim näo tem eles que as fazer LOL boa política...

      E com carregador de 4.5A, ainda estou para saber quantos meses dura a bateria...

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  3. O preco é optimo sem dúvida, a questäo é que já agora se pode ter um Note 3 com um ecrä AMOLED e ainda que seja "só" 1080p, é uma referencia a todos os níveis e com muito brilho; o Note 3 tem um modulo de 13MP que näo deve nada a esse e tem menos ruído, grava desde sempre (2013) em 4K, e o SoC näo é muito diferente desse. Além que já leva 4.4.2 (em alguns sitios até + recente), microSD e bateria removivel. E é Samsung ;-)

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    1. A titulo de introdução deixo a informação de que ha menos de um mês troquei um note 3 (versão internacional snapdragon 800) por um Xperia z2, portanto vou falar segundo a minha visão do use ao longo de 5 meses deste (note)
      O note é um telemóvel fantástico que para mim é superior ao Xperia z2 pelo que o troquei, independentemente do que venha uma pessoa que nunca teve os dois dizer (visto que é snapdragon 800 vs 801).
      As pessoas falam de o touchwiz ter um grande lag... Eu nunca ou quase nunca o experimentei, e certamente terá menos que um LG g3 (basta ver os videos que se repara que ao sair duma APP quando se volta ao homescreen nem as apps lá estão)
      Quanto à camera, sempre me pareceu bastante boa, mas não concordo com o que diz do 4k. Quando se ligava este modo voasse frames a saltarem, havia, breaks. No Xperia não tenho nada disso, por exemplo. Portanto. O que retiro dai é que a tecnologia não estava preparada.
      A bateria do note? A bateria do note era algo de fantástico, ate mesmo comparada com a do Xperia que é da mesma capacidade e tem menos para fazer era superior (não que me possa queixar, visto que dura dois dias com utilização moderada com tudo ligado e a ver vídeos de vez em quando)
      Para acabar, o ecrã é de longe o melhor que já tive num telemóvel. Digo mais, ninguém sabe o que é um telemóvel bonito ate ligar o ecrã de um flagship da Samsung (já tive HTC m7, galaxy s3, note 3, HTC one m8 e agora o Xperia z2)

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    2. Viam-se frames a saltar*

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  4. Porra estes contras para mim são mais que suficientes para nao comprar um telemóvel lol Autonomia
    Visibilidade do ecrã no exterior

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