2014/11/09

Guerra dos editores alemães contra o Google ainda não terminou


Temos acompanhado o braço de ferro entre os sites noticiosos alemães e o Google, e que depois do Google se ter recusado a pagar o que pediam e os ter removido das suas fontes noticiosas, fez com que os mesmos recuassem e viessem pedir que o Google os voltasse a listar - sem ter que pagar nada. Mas em vez de uma vitória... parece que estamos apenas prestes a entrar num segundo "round".

O maior editor alemão, Alex Springer, responsável por jornais, revistas e sites como welt.de, computerbild.de, sportbild.de e autobild.de, foi um dos que combateu o Google até ser forçado a mudar a sua posição com uma queda brutal no número de visitas quando o Google deixou de lhes fazer referência (devido aos seus próprios pedidos nesse sentido).

Como já tínhamos dito, era o resultado lógico que se esperava, mas na verdade a jogada poderá ter sido usada como estratégia para uma guerra a mais longo prazo. O editor pediu que o Google voltasse a incluir os seus artigos sem ter que pagar por isso, mas não deixou de realçar o aspecto de que este incidente demonstrou o "excessivo" poder que o Google tem nas pesquisas na Internet, e de que isso justifica uma (maior) intervenção estatal.

Não é difícil imaginar que aquilo que lhes interesse seja algo que tome como inspiração a "taxa Google" aprovada recentemente por Espanha, que torna impossível que um acordo como este aconteça (obrigando o Google a pagar por isso, independentemente do que digam os editores) - e provavelmente querendo ir ainda mais além. Não me parece difícil imaginar que aquilo que realmente lhes interessa seja algo mais abrangente e "taxativo", ao estilo do que por cá a SPA promove, recebendo o seu "tacho" sobre todos os dispositivos de armazenamento digital de forma indiscriminada e abusiva.

Se o primeiro passo é garantir que o Google não possa apresentar essas notícias sem ter que pagar por elas, o passo seguinte será seguramente garantir que o mesmo pague por elas quer as exiba ou não. Ou seja, taxar o Google independentemente do que possa mostrar, com a receita a ser inevitavelmente gerida por uma qualquer entidade criada (ou já existente) para esse efeito, com o propósito de distribuir o "tacho" pelos seus associados.


Mesmo não querendo ser pessimista, confesso não ver nada de bom quando vemos leis que se preocupam mais em manter velhas estruturas e "dinossauros" que já não têm lugar na sociedade actual, em vez de promover a mudança e servirem de incentivo a que se tire partido das novas tecnologias para criar sistemas mais justos para recompensar quem cria, e também para libertar quem consome da pesada carga de todos os intermediários que tem que sustentar para que as coisas cheguem até si.

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