2015/02/02

Criador do BTuga condenado a 8 meses de cadeia


O BTuga poderá ser um nome que pouco ou nada diz para os mais novos, mas para aqueles que já passeavam pela internet no tempo em que a internet em Portugal se dividia em "tráfego nacional" e "internacional", era um site que era o autêntico "Pirate Bay" nacional. E agora parece que também por cá as autoridades querem tornar o caso num exemplo, com uma inédita pena de 8 meses de cadeia para o seu criador.

A sentença de 8 meses de cadeia foi reafirmada pelo Tribunal, que chumbou o recurso que tinha sido feito à condenação inicial. Se tal se vier mesmo a efectivar (de momento a defesa entregou um pedido de nulidade) será a primeira que em Portugal se condena o gestor de um site de partilha de ficheiros.

Luís Ferreira - conhecido no mundo digital como "MartiniMan" - é um jovem que, como muitos outros, olhou para a internet como todo um novo mundo onde tudo era possível. Com apenas 16 anos lançou o BTuga em resposta às necessidades de milhares e milhares de pessoas; e depressa tornou o BTuga num nome popular entre todos... e num alvo a abater por todas as entidades nacionais de defesa dos direitos de autor.

É em tudo semelhante ao que se passou com o Pirate Bay, onde também os seus fundadores foram perseguidos pelo mundo fora, durante anos. Mesmo se toda essa perseguição nada tenha feito para impedir que o Pirate Bay continue vivo.


Talvez ainda mais constrangedor será ver que, em todos estes anos que vêm desde o início e perseguição do BTuga, nenhuma das entidades nacionais que tanto gosta de se gabar com estas "vitórias" se tenha empenhado em fazer aquilo que realmente deveria fazer: concentrar-se em disponibilizar alternativas legais que tornem desnecessária a pirataria!

8 comentários:

  1. Disponibilizarem o Netflix cá é que era.

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    1. Nem mais! Há rumores de que a empresa está a expandir os servidores e que mais países europeus receberão o serviço. Veremos se isso concretiza-se.

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    2. O Netflix cá não compensa tanto como nos outros países:
      - As nossas operadoras oferecem pacotes de tal forma que não compensa abdicar da televisão (e ter só net e telefone), aliás a NOS nem oferece pacotes sem televisão, que eu saiba. Poder-se-á argumentar que uma coisa não substitui a outra, mas no meu caso, desistia da televisão imediatamente, se compensasse.
      - Como as nossas operadoras não obedecem à neutralidade da net: Há limites de tráfego, mas há serviços prioritários que não contam para tráfego. Como a ANACOM parece não querer saber, também não irá intervir quando as operadoras não deixarem o Netflix correr à velocidade contratada, contar como tráfego, ou ser sujeito a uma taxa adicional para não contar como tráfego.

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  2. E de quem é o dono do BTnext? É que é muito parecido =)

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