Commodore Amiga com 30 anos controla a climatização de 19 escolas nos EUA

A maior parte das pessoas poderá não resistir à tentação de ir actualizando os produtos que vão ficando obsoletos, mas há algumas que ainda servem para comprovar a velha máxima de "se trabalha, não se mexe!" Que o digam 19 escolas nos EUA, cuja climatização está a cargo de um velhinho Commodore Amiga 2000 com 30 anos!

O sistema foi montado em 1985, e na altura era um verdadeiro exemplo de alta-tecnologia, tendo sido programado por um aluno. Usando um veloz modem de 1200baud e transmissores de rádio, o Commodore Amiga mantinha/mantém um olhar atento sobre as condições de cada escola e controla as caldeiras, ventilação e ar condicionado conforme for adequado. E é precisamente o que continua a fazer, mesmo passados 30 anos.

... Acho que a maioria das pessoas não terá noção do que representam 30 anos. Em 1985 estávamos 10 anos antes de se falar do "Windows 95". Na verdade foi o ano do lançamento "à pressão" e sem grande sucesso do Windows 1.0, feito apenas para se antecipar ao lançamento do Apple Macintosh (e o que nos volta a fazer sonhar com as possibilidades, se em vez de Macs e Windows, tivesse sido o Commodore Amiga a ter vingado, com as suas capacidades futuristas para a época! :)

O Commodore Amiga tem resistido, mas alguns dos seus periféricos não têm aguentado a passagem das décadas. Monitor, rato e teclado já tiveram que ser substituídos - por norma recorrendo-se ao Ebay para encontrar as peças pretendidas. E também o software de vez em quando precisa de umas afinações... sendo obrigatório recorrer ao "jovem" programador, agora já na meia-idade, pois é o único que sabe como tudo funciona.

Mas parece que este sistema tem os dias contados, não só por o seu sistema de rádio ocasionalmente interferir e impossibilitar as comunicações via walkie-talkie dos funcionários das escolas, mas principalmente pelo receio de que a máquina possa avariar a qualquer momento, deixando todas as escolas da região sem climatização. Se estão a pensar que tudo isto poderia agora ser feito de forma muito mais eficiente usando uns Arduino ou Raspberry Pi por umas centenas de euros, parece que há outra coisa em que também demonstra a diferença de três décadas de evolução: o sistema moderno que a escola pretende para o substituir irá custar cerca de 2 milhões de dólares.