2015/06/26

França anti-Uber não olha a ilegalidades para obrigar a cumprir a "lei"


Não é só nos livros de Astérix que os gauleses dão enormes dores de cabeça aos romanos. No mundo real e na actualidade, França tornou-se num novo campo de batalha entre taxistas e a Uber.

Quem tiver passado por alguns locais em França nos últimos dias poderia ser levado a acreditar estar no meio de filmagens para um qualquer filme de guerra com tumultos na rua. Pneus a arder, carros virados nas estradas, e até pessoas a serem tomadas como reféns... apenas por terem optado usar um carro da Uber em vez de um táxi. Na origem de tudo: a reclamação dos taxistas contra o UberPop (na verdade, penso que não façam muita questão de distinguir entre as diferentes modalidades da Uber... se é Uber, é para atacar!)

São tumultos que têm tido consequências curiosas, pois até o Ministro do Interior e o próprio presidente Francês já vieram a público reagir a este incidentes. E a sua reacção não foi a de criticar os taxistas por terem transformado o seu país numa zona de guerra, mas sim de dizerem que a Uber tem que ser proibida de operar imediatamente.

... Vejamos. Quem provoca distúrbios e alteração da ordem pública passa impune... quem continua a operar dentro da legalidade (mesmo que temporária) é que é repreendido e perseguido?

É que o serviço UberPop está de facto a ser julgado nos tribunais, depois da queixa dos taxistas. E foi também o Tribunal que determinou que, até se chegar a uma decisão, esperada  para Setembro, o serviço poderia continuar a operar. Aparentemente, as leis em França (e não só) só são para cumprir quando são coincidentes com certos interesses. Quando tal não acontece, nada como partir para a violência e transformar um país em zona de guerra até que a decisão seja de feição.


Duma coisa não escapam: pessoas que partem para este tipo de manobras num estado dito "de direito" demonstram que há mesmo problemas profundos, não só no sector, como na própria sociedade como um todo. Teria sido assim tão complicado que as associações de transportes olhassem para a chegada da Uber (ou outros) e pensassem: humm... olha que excelente oportunidade para modernizarmos todo o sector e acabarmos com as absurdas e desproporcionadas taxas que existirem? Penso que não... mas realmente, é mais fácil e mais mediático incendiar pneus e aterrorizar turistas e cidadãos.

1 comentário:

  1. Negócio retrógado e sem inovação desde 1980: 1 - Povo 0
    Boa França!...



    palermas...

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