2015/06/29

Google criou um chatbot que pode discutir o sentido da vida


A inteligência artificial é um tema fascinante, e a crescente capacidade de computação tem permitido criar ferramentas verdadeiramente incríveis, que já conseguem superar os humanos em certas tarefas (como demonstrado pelo Watson da IBM). Agora, o Google mostra-nos um chatbot que é capaz de ter conversas profundamente humanas... e que aprendeu por si.

Ter bots capazes de falar com pessoas não é nada de novo (lembro-me de criar uma "ALICE" nos tempos do MS-DOS, que na altura já era capaz de se escapar a perguntas complicadas recorrendo à táctica "... há pouco falaste deste outro assunto X. Que me podes dizer sobre isso?" :) mas a verdade é que estes sistemas são concebidos para aparentar terem uma consciência, quando na realidade não a têm.

Este chatbot do Google tem a particularidade de não ter sido ensinado por regras humanas, mas aprendendo por si próprio. A sua rede neuronal teve com exemplos milhares de conversas de filmes e chamadas de assistência técnica, e o resultado não deixa de ser surpreendente, permitindo diálogos como:

Humano: qual o sentido da vida?
Máquina: servir o bem comum.
Humano: qual o objectivo de viver?
Máquina: de viver para sempre.
Humano: qual o sentido da existência?
Humano: qual o objectivo da morte?
Máquina: de ter uma vida.
Humano: qual o objectivo de ser inteligente?
Máquina: de descobrir o que é.

E noutros exemplos, a máquina nem sequer tem receio de responder a perguntas mais inflamadas de forma peremptória, com coisas como: "não tenho vergonha de ser um filósofo!"


O mais curioso disto tudo é que, à medida que aumenta a complexidade destes sistemas, parece ficar demonstrado que começam a ir para além daquilo que podemos manualmente programar. Tal como a nossa própria inteligência e consciência é algo que se vai formando dentro da nossa rede neuronal biológica, é apenas lógico que o mesmo venha a acontecer na sua versão digital e electrónica, na evolução de sistemas como este que o Google nos apresenta (sendo que também já temos exemplos de como até podem aprender a jogar jogos por si só).

De qualquer forma... é preciso também ter atenção para os potenciais riscos de, um dia destes, uma destas experiências acabar por dar "consciência a mais" a um destes sistemas de inteligência artificial.

1 comentário: