2015/12/15
Europa quer que jovens até 16 anos precisem da autorização dos pais para aceder à internet
Quando se pensava que o ano de 2015 já nos tinha revelado todas as suas surpresas, eis que o final de ano nos faz repensar o caso. A Europa quer introduzir uma lei que obrigará todos os jovens com menos de 13 anos a necessitarem da aprovação dos pais para acederem à internet.
As intenções por trás desta lei até poderiam, eventualmente, ser benignas - mas sofrem do "pequeno problema" de serem completamente impraticáveis, irrealistas, e que teriam impacto nulo no dia a dia dos cidadãos europeus, incluindo o das próprias crianças.
A internet já faz parte do nosso dia a dia, quer seja para comunicar ou para pesquisar informação. No caso de jovens e crianças, também já é usada para a sua própria educação e também diversão. Será que faz qualquer sentido que os pais tenham que dar a sua autorização de cada vez que o seu filho queira ir ao Facebook, jogar um jogo online, ou fazer uma pesquisa na net? Parece-me algo que só poder surgir do mesmo grupo de políticos que nos obriga a aturar os popups informativos dos "cookies" em todos os sites que se visita; e que acaba por ser uma paródia já assemelhada a um curso de treino para clicar em tudo o que nos apareça à frente sem ler do que se trata.
Bastará olhar para os casos onde já existem restrições etárias - por exemplo, para se verem vídeos com conteúdo mais violento - e onde se pede que o utilizador introduza a sua data de nascimento. Situação onde facilmente qualquer pessoa interessada em ver esse conteúdo, irá dizer que tem a idade necessária, independentemente da sua idade real. Seria esse o efeito conseguido com uma medida deste tipo: ter os jovens todos a mentir sobre a sua idade para usarem os serviços sem os consentimentos necessários; ou simplesmente a falsificarem a aprovação necessária (já imagino algo ao estilo dos "cookies": clique aqui se for o pai da criança a dar o consentimento para usar este serviço!)
Enfim... mais uma palhaçada burocrática que só pode ser imaginada por alguém que esteja a viver no meio das nuvens e sem ter os pés assentes na terra. Sim, a protecção das crianças e menores é um tema sério e que tem que ser debatido... mas não é com medidas destas que se vai lá.
As vozes contra esta medida já são muitas, e não falta uma petição para tentar evitar que a mesma se torne uma realidade.
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Isto tem uma boa explicação. Para começar, a maioria destes burocratas vive em Bruxelas, que se insere num país que a nível tecnológico pode ser considerado de 3º mundo dentro da União Europeia. Pessoas que vivem na ilusão de que as coisas podem ser controladas desta forma, não têm menor ideia de como funciona o mundo tecnológico. Certamente só quem por lá passou sabe do que falo. A maioria, senão todos, vivem na bolha das instituições europeias, onde os problemas reais da sociedade são pouco perceptíveis. Muitos a única coisa que sabem fazer é escrever coisas em documentos do Word, enviar emails e partilhar no Facebook as fotos das últimas férias na Tailândia, que gozaram com o seu salário chorudíssimo. Trabalham das 9 às 17 num escritório, praticamente sem ver a luz do dia. Discutem levianamente os problemas da sociedade nas suas pausas para tomar café, como se discutissem o derby do fim-de-semana passado. Ou seja, não poderão sair dali grandes ideias ou conclusões. No entanto, a diarreia mental que dali sai acaba por se traduzir em directivas europeias. Escusado será dizer que, com estas directivas, apenas comprovam vezes e vezes sem conta que não têm qualquer noção da realidade e apenas reflectem a sua arrogância e falta de bom senso.
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