2015/12/09

Pixel C do Google demonstra que Android ainda não é para tablets com teclado


O Google surpreendeu tudo e todos quando anunciou o seu Pixel C, um "Pixel", mas que desta vez não vinha com Chrome OS mas sim com Android, marcando a sua entrada no segmento transformável dos tablets com teclado. Infelizmente, parece também demonstrar que não é só por ter "boa vontade" que esta opção se revela tão funcional como se esperaria.

Sendo um membro da família Pixel, o Pixel C conta com um design minimalista bem atractivo (e não falta a característica barra luminosa multi-colorida, que também serve como indicador do nível de bateria quando batem duas vezes na tampa traseira). Nível de bateria que não deverá dar grandes preocupações, pois temos uma bateria de 9000mAh, que faz com que nem o seu ecrã de 10.2" (2560×1800) e potente Nvidia Tegra X1 se tornem num problema. Mas infelizmente, há problemas... e não vindo do lado do hardware, estão no lado do software.

Para o Pixel C o Google optou por usar Android em vez do Chrome OS. Ter um Android num dispositivo transformável não é novidade (a Asus fá-lo há anos com os seus Transformers), mas isso sempre obrigou a fazer bastantes alterações de modo a que funcionasse como era desejado. Aqui, novamente somos confrontados com o facto da maioria das apps ainda não tirarem partido do formato tablet, resumindo-se a agir como app de smartphone "em grande". Para além disso, para uma máquina que pretende começar a competir com os computadores tradicionais, temos ausência de coisas tão básicas como poder correr duas apps simultaneamente lado a  lado, o que não deixa de ser um retrocesso de décadas face aos sistemas operativos desktop (e torna-se caricato, uma vez que o Android não tem problemas em fazer multi-tasking, com vários fabricantes a permitirem correr apps lado a lado e até em janela; e que até o seu rival iOS já o faz nos iPads.)

Alie-se a isso alguns problemas na conectividade do teclado Bluetooth, que tem a vantagem de ser carregado de forma wireless quando está encostado ao Pixel C, mas a desvantagem de só poder usado quando está encaixado nele - ignorando o facto de que sendo Bluetooth, poderia haver quem o quisesse utilizar afastado; e este Pixel C torna-se num produto que vem confirmar aquilo que há muito se sabe: que o Android ainda não está apto a substituir o Chrome OS.

Resta a esperança de que este Pixel C de $650 seja sinal de que o Google está finalmente consciente destas limitações e vai tratar de resolver estes problemas a curto prazo. Mas... desde os tempos do Nexus 10 que se aguarda que o Google comece a tratar os tablets com mais respeito, e isso parece ainda não ter acontecido. Será que desta vez vai ser diferente?

3 comentários:

  1. No Marshmallow já existe multitasking em split-view. Mas está desativado para o consumidor porque ainda não está num estado utilizável.
    Provavelmente o 6.1 vai trazer novidades nesse campo.

    Quanto ás apps é um problema que a Google teimosamente nunca resolveu.
    A Play Store devia ter secção exclusiva para tablets, e mesmo para apps/extensões do ChromeOS (a Web Store devia ser descontinuada).

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    1. eu na aplicação twitch faço split view no 6.0 e na ultima versão antes desta também dava. From nexus 5

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  2. Os tablets são tablets e dificilmente passarão disso, com esta politica da Google. Tenho um asus TF700 e é uma pena que esteja cada vez pior a sua utilização. Não quero fazer o root e por isso tenho dezenas de apps a correr em segundo plano que me limitam a utilização de um tablet que na altura me custou 600€ e que agora não tem updates (apesar de ter hardware para tal) e até parece que a sua performance vai piorando!
    Moral da história: Pagar menos e cada vez menos! Nunca mais me apanham a dar estes valores por tablets e telemóveis.

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