2016/01/16
Bug do Nest deixa as casas geladas e alerta para os perigos da "Internet of things"
O Nest veio revolucionar o mundo dos termóstatos, com a sua inteligência acrescida e prometendo poupança de energia e eficiência superior... mas infelizmente também vem demonstrar os riscos da dependência em produtos cujos bugs podem ter consequências complicadas, como milhares de utilizadores terão descoberto de uma forma "gelada".
Um bug fez com que os Nest gastassem completamente a bateria em pouco tempo, deixando-os inoperacionais e fazendo com que milhares de utilizadores acordassem numa casa gelada - ou, como alguns relatam, com o choro de bebés a meio da noite, num quarto com a temperatura abaixo do que seria recomendável.
É certo que nada nem ninguém está livre de problemas, e o mesmo poderia ter acontecido por falta de electricidade/gás, avaria num aquecedor ou caldeira, etc. mas neste caso temos que a origem está num bug de software, e que esse bug não resultou apenas num incómodo como um crash de um computador que fez desaparecer um documento que se estava a escrever, mas sim em algo com impacto físico real. Para utilizadores em zonas com temperaturas negativas, ficarem sem o Nest pode representar que a água congele nos canos e os arrebente, resultando em prejuízos bem avultados - isto para não falar nos potenciais riscos de saúde, de ficar num quarto gelado, especialmente para crianças e pessoas mais idosas ou mais vulneráveis.
A Nest diz que o problema já está resolvido, mas a sua resolução é algo que também nos faz regressar à memória das complicações de tentar agendar uma gravação num videogravador: é necessário recarregar o Nest parcialmente, de seguida fazer um reset pressionando uma sequência de botões, e depois recarregá-lo completamente. Não é propriamente o tipo de experiência amigável que se desejaria para um produto tão inteligente.
Também preocupante é o facto de, nos termos de utilização, a Nest incluir cláusulas que impedem que os seus clientes processem a companhia devido a incidentes deste tipo; e que também ficam impedidos de partilhar publicamente potenciais falhas que descubram.
Factores a ter em conta num momento em que a Internet of Things vai ganhando tracção e se vai apostando em cada vez mais aparelhos inteligentes ligados à Internet. Ninguém nega que há muito a ganhar com estes aparelhos inteligentes, e que serão bem vindos a nossas casas (e ao resto do mundo), mas... há que exigir uma maior responsabilidade quanto às eventuais consequências de bugs que possam conter.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Viva Carlos,
ResponderEliminarhá um pequeno bug no link para a notícia original, falta o h em "http" :)
Depois da correcção este comentário pode ser apagado :)
Todos estes aparelhos deviam ter um modo de segurança sem "inteligência", quando a parte inteligente se passa dos carretos.
ResponderEliminarNeste caso o modo de segurança devia ser o aparelho se comportar como um termostato normalíssimo.
Muito bem dito. Justamente o motivo que me atraem mais os carros com modelo de condução híbrida (como os Teslas) que os totalmente autónomos (como os do Google).
EliminarÉ um mal comum destas pequenas empresas, quando são adquiridas por uma empresa imensamente maior. Para o porta-aviões (Google), a Nest é só um pequeno adorno, que nada afecta o ganha-pão: venda de anúncios. Não há tanta pressão...
ResponderEliminarJá há uns tempos, um engenheiro da Google publicou no YouTube um video dos sensores de fumo a acordarem a família toda, e a não se "calarem"…
https://www.youtube.com/watch?v=BpsMkLaEiOY
Muita gente, em fóruns internacionais, está contente com os Ecobee 3.