2016/05/06

Compositor acusa Apple Music de apagar 122GB de músicas do seu computador


Os serviços que recorrem à cloud podem ter inúmeras vantagens, mas podem também causar acidentes quando não é bem claro como gerem a questão dos conteúdos locais vs cloud. Foi o que um compositor descobriu da pior maneira, quando o Apple Music lhe apagou os 122GB de músicas que tinha no computador.

O serviço Apple Music promete dar acesso virtualmente ilimitado a toda a música que se queira, transferindo toda a nossa colecção de música para a cloud de modo a podermos ouvi-la a partir de outros dispositivos. Nesse processo de transferência, o serviço tenta identificar as músicas que já temos no nosso computador, dispensando o processo de download no caso de ser uma música reconhecida - algo que por si só já pode causar alguns problemas, pois por vezes arriscamos-nos a ver uma versão específica (e potencialmente rara) de uma música ser substituída por uma versão mais popular, ou uma versão remixada mais recente.

Mas, mais grave ainda neste caso, é a forma não muito interpretável de como são geridos os conteúdos locais e da cloud, e que causaram a eliminação de 122GB de música que este compositor tinha no seu computador.

Embora não sejam conhecidos todos os detalhes sobre como isso terá acontecido, a suspeita recai sobre a seguinte pergunta, sobre como se deseja lidar quando se apaga uma música do Apple Music.
A pergunta não é propriamente fácil de perceber, indicando que a eliminação da música irá apagá-la do iCloud e outros dispositivos; mas que se se quiser mantê-la na colecção podemos eliminar apenas o "download" em vez da música. É daquelas perguntas que deixará muitas pessoas sem saber bem qual das opções escolher - e que na verdade é apenas mais uma das muitas perguntas de resposta dúbia que o iTunes apresentava sempre que se sincronizavam conteúdos (quase sempre forçando-nos a dizer que sim à assustadora mensagem de que iríamos perder todos os dados para fazer a sincronização!)

Ao contrário do que acontece num serviço como o Dropbox, onde sabemos que os nossos ficheiros estão replicados na cloud mas permanecem tal como estão; no Apple Music temos um misto complexo entre ficheiros locais no computador "principal", versões reconhecidas automaticamente que ficam na cloud, e versões convertidas de músicas não reconhecidas que são enviadas para lá. A isto adiciona-se a possibilidade dos utilizadores pouparem espaço em disco, apagando as versões locais e passando a aceder às versões na cloud... e estão reunidas as condições para que casos como este aconteçam.

Casos que relembram - uma vez mais - a importância de se terem backups actualizados, pois nunca se sabe quando algo deste tipo, ou um qualquer outro incidente, possa fazer desaparecer preciosos gigabytes dos nossos dados.

2 comentários:

  1. Que história de terror. Li algures no Facebook alguém que dizia que o queixoso deste caso em particular terá conseguido recuperar uma boa parte dos ficheiros precisamente por ter feito pelo menos um backup.
    Não tenho conta no iTunes nem no Google Play music porque a "coisa" nunca me fez sentido na "cachimoina"...

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  2. Claro que "alguém" tinha de publicar uma história de terror, logo um dia antes da Apple Music fazer o seu maior ataque até agora: desconto de estudante de 50%!

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