2016/10/18

O homem que está a enfrentar o Facebook


O Facebook pode ser a rede social mais popular do mundo, com milhares de milhões de utilizadores, mas não é preciso procurar muito para encontrar quem não seja grande fã da forma como opera e toda a informação que que recolhe sobre esses mesmos utilizadores. Tem sido essa a batalha de Steven Vachani ao longo dos últimos anos, e depois de uma derrotas desastrosas, parece finalmente estar a vencer a sua batalha pela liberdade da informação.

Steven Vachani não concorda que a informação dos utilizadores esteja "fechada" atrás dos diversos serviços, achando que essa informação é dos utilizadores e que a mesma deverá estar facilmente acessível aos mesmos. Muitos dos serviços facilitam a obtenção desses dados, mas no caso do Facebook esse processo não é nada simples... parecendo ser propositadamente feito para evitar que as pessoas o façam.

Em 2008, Vachani tinha criado um portal que permitia agregar todos os serviços num só sítio, permitindo que os utilizadores introduzissem os seus dados de acesso ao LinkedIn, Twitter, Facebook e MySpace, e a partir daí podendo ter acesso a tudo de um ponto centralizado. Publicar posts para qualquer plataforma, fazer o download das suas fotos e contactos, etc. Só que o Facebook não achou piada ao serviço (que chegou a ser utilizado por 20 milhões de pessoas) e avançou com um processo contra ele, acusando-o de hacking e spamming.

Nos tribunais parece ter ficado por perceber que estes acessos só estavam a ser feitos porque os utilizadores tinham dado essas permissões e os dados para que o serviço acedesse às plataformas em seu nome; e Vachani viu a sua vida profissional (e pessoal) arruinada, tendo sido condenado a pagar vários milhões de dólares ao Facebook - mas a batalha perdida não impediu que a guerra continuasse, e ao fim de todos estes anos de dificuldades, Vachini conseguiu finalmente que um tribunal revertesse uma das decisões (referente ao spamming) e que lhe dá novo alento para que também a outra acusação possa seguir pelo mesmo caminho.

Não deixará de ser curioso que este caso tenha chegado onde chegou, pois o Facebook poderia muito bem ter-se limitado a proibir o acesso do serviço e ficando as coisas por ali. No entanto Vachini diz que essa proibição iria chamar as atenções para o controlo que o Facebook quer ter sobre os dados dos utilizadores, e que não seria algo muito positivo para uma rede social em ascensão...

De referir que também noutras redes, como o Twitter, por exemplo, temos assistido a restrições sempre crescentes que dificultam o acesso aos dados dos utilizadores por serviços que se podem considerar "concorrentes" - pelo que esta luta pela propriedade e acesso aos dados é algo bem mais vasto e que não se limita ao Facebook. Será por isso uma questão a ter em consideração em todos os serviços que utilizarmos... e fazendo uso da opção "democrática" de não se utilizarem serviços que tenham atitudes com as quais não concordamos e/ou criticarmos os aspectos que acharmos que deveriam ser corrigidos.

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