Os simpáticos e úteis Roomba já limpam a casa de muitos portugueses, mas em breve teremos que nos preocupar com mais do que a possibilidade do mesmo ficar enrolado no cabo de uma extensão que tenha ficado esquecida no chão, pois a iRobot pretende vender as plantas das casas dos clientes geradas pelos seus aspiradores robot.
Embora a inteligência dos primeiros Roomba se limitasse a ser "andar até bater em algo, e mudar de direcção", os modelos mais recentes contam com algoritmos mais capazes e, nos modelos de topo, até temos câmaras que lhes permitem navegar com muito mais precisão... enquanto simultaneamente vão criando um mapa digital da casa onde estão, e contando com detalhes sobre o mobiliário, etc.
São dados com os quais a iRobot espera lucrar, vendendo estas plantas das casas a parceiros que os possam desejar, com a clientela alvo a ser obviamente todos os que estão na área das casas inteligentes e da internet of things. Estes mapas gerados dinamicamente pelos Roomba permitiriam recolher uma quantidade considerável de dados, incluindo o posicionamento de móveis, e poderiam servir para optimizar o funcionamento de outros dispositivos inteligentes ou até permitir a criação de um serviço que recomendasse o posicionamento ideal de câmaras de segurança, ou sistemas de ventilação, para se obter a cobertura mais eficiente.
Claro que para isso será necessário que os clientes permitam a partilha/venda dos dados recolhidos pelos seus Roomba, algo que muitos considerarão abusivo, mas caso esses dados sejam realmente de interesse, sem dúvida que a Roomba poderá tornar o negócio mais aliciante, fornecendo algum bónus extra (ou desconto) a quem aceitasse partilhar esses dados...
Actualização: a iRobot já fez um comunicado a esclarecer a situação:
"A iRobot não vende dados e os nossos clientes estão em primeiro lugar. Nunca iremos violar a confiança vendendo ou dando um mau uso de dados dos consumidores, incluindo os dados recolhidos pelos nossos produtos conectados. Neste momento, os dados recolhidos pelo Roomba permitem-lhe limpar a casa eficaz e eficientemente e proporciona aos clientes informações sobre o desempenho de limpeza. A iRobot acredita que, no futuro, esta informação poderá proporcionar um valor ainda maior para os consumidores permitindo que uma casa inteligente e os seus dispositivos dentro dela funcionem melhor mas sempre com o consentimento explícito dos consumidores."
Se fosse para vender aos proprietários das habitações tudo bem mas, vender a outros também acho que é extremamente abusivo.
ResponderEliminar"Quando o teu produto deixa de lucrar como querias que ele lucrasse, usa-te do que não é teu e impõe novas regras ao jogo."
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