2017/09/12

Qualcomm tenta "estragar" lançamento do iPhone 8 dizendo que Androids são os primeiros a inovar


A Qualcomm parece querer reacender as velhas guerras entre fanboys Android e de iPhones, aproveitando o dia de lançamento dos novos iPhone 8 para declarar que os Androids são os primeiros a inovar e que a Apple se limita a copiar.

Não sendo segredo que muitas das vezes a Apple espera que uma tecnologia amadureça antes de a adoptar (normalmente implementando-a com algum "detalhe" que a torna mais fácil de utilizar), este relato da Qualcomm não deixa de fazer transparecer algum rancor e atitude de "mau perder",muito possivelmente ligado aos processos que tem em tribunal contra a Apple.

Os pontos referidos coincidem precisamente com as novidades que se esperam nos novos iPhone 8 e iPhone X, incluindo coisas como o ecrã sem margens, touchscreen resistente à água, ecrã OLED, reconhecimento por íris, etc. e referindo smartphones Android que supostamente terão sido os primeiros a ter essa tecnologia.

O problema é que para que esta lista tivesse credibilidade seria preciso não terem sido cometidos alguns erros. Por exemplo, é indicado o Xiaomi Mi Mix como sendo o primeiro smartphone "sem margens", quando o Sharp Aquos Crystal já o fazia vários anos antes; nos ecrãs OLEDs refere o LG Flex 2 de 2015, ignorando o Google Nexus One de 2010; ou até referindo modelos que ainda nem sequer chegaram ao mercado (como o LG V30).

Mas, se nesses casos até se lhes pudesse dar o benefício da dúvida, temos também a utilização de um sistema de detecção de profundidade via luz estruturada (um sistema que se acredita que o iPhone X possa usar para detectar um rosto em 3D - embora pessoalmente me parece que a detecção 3D será feita via "tracking" como o que é feito no ARKit) e que a Qualcomm contrapõe com um "Qualcomm Reference Design Handset"(!) ou seja, basicamente um protótipo que visa apenas servir de demonstração para que os fabricantes possam avaliar essas tecnologias antes de as implementarem nos seus produtos. Também nessa categoria inclui o seu sensor de impressões digitais debaixo do ecrã... que nem sequer tem disponível (só deverá chegar ao mercado no final deste ano).


Enfim... a Qualcomm que fique lá com os seus recordes de ser primeira a inovar em muitos campos; não me parece que isso vá incomodar a Apple enquanto for a primeira a recolher 90% dos lucros de todo o segmento dos smartphones...

2 comentários:

  1. este relato da Qualcomm não deixa de fazer transparecer algum rancor e atitude de "mau perder",muito possivelmente ligado aos processos que tem em tribunal contra a Apple.


    mau perder? LOL
    mostrar que as "inovações" e "leaps tecnologicos" da apple são na verdade todos copiados?

    menos bias Carlos :-p

    o iphone continua a ser o que é há uma carrada de anos: um pack de features que todos os outros têm, sem ser o melhor de todos em nada, bem arrumadinho e compiladinho e super caro.

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    1. Sem querer que leves a mal, fazes-me lembrar o sketch dos romanos no "The Life of Brian"... :)

      É fácil dizer que a Apple não inova, mas se calhar as pessoas já se esqueceram que lançou um iPhone com Retina Display numa altura em que os smartphones usavam todos resoluções reduzidas e ainda não se pensava que seria possível duplicar a resolução; ou adicionar um giroscópio para detecção de movimento com mais precisão; ou câmaras que regularmente estavam no topo do que melhor se podia fazer no momento e que só há um par de anos começaram a ter concorrência à altura; ou autonomias decentes com baterias de quase metade do que os equipamentos concorrentes tinham que ter; ou popularizar os sensores de impressões digitais; ou os assistentes de voz - e nem vamos falar em quanto o iPhone mudou o mundo... pois basta pesquisar os "best smartphones pré-iPhone" para veres um mundo onde reinavam smartphones com botões, teclas de cursors, mini-joysticks e trackballs... É fácil assumir que não se fez nada de novo... quando todo o mundo passou a fazer o mesmo.

      E claro que a Apple não inventou muitas das coisas que popularizou... mas merece o crédito de o ter feito na altura certa ou de forma "bem feita". A Google tem brincado com o Tango há anos: diz-me quantos smartphones é que já viste com isto na rua? A Apple lança o ARKit, facilitando o uso de realidade aumentada... o que fez a Google? Apressou-se a lançar o ARCore que é praticamente a mesma coisa (e ainda bem, reconheceu que era o caminho mais lógico). E também demorou 8 versões de Android até finalmente chegar à conclusão que afinal tinha que fazer o multitasking como a Apple faz no iOS, para conseguir ter mão nas apps mal feitas e abusadores, para que não estejam em background a consumir recursos...

      Há muita gente a inovar, em muitas áreas e muitos campos, acho que tentar ignorar o que a Apple fez, tem feito, fará... parece-me desnecessário.

      (Vê o recente caso do carregamento wireless: o QI existe há anos... foi preciso esperar que a Apple chegasse para melhorar o sistema para permitir carregamento de múltiplos dispositivos com a mesma base? Por vezes parece que a indústria anda mesmo a "pedi-las"...)

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