2017/12/10

Apple não quer apps baseadas em templates na App Store


A Apple acha que apps geradas de forma quase automática e baseadas em templates e ferramentas de criação de apps não têm lugar na App Store, e está a lançar o pânico entre os negócios mais pequenos e as empresas que proporcionam estes serviços.

Muitos developers e empresas estão finalmente a perceber os riscos de dependerem demasiado de uma plataforma em que uma única empresa decide o que acha apropriado ou não, e que pode mudar de ideias a qualquer altura sem ter que se justificar. A Apple já tinha uma cláusula na App Store a proibir a aprovação de apps "demasiado parecidas", mas agora está a aplicar essa regra de uma forma mais global, e até a empresas que no passado tinha louvado como sendo inovadoras.

Empresas que permitem criar apps "temáticas" para restaurantes, lojas, clubes, eventos, etc. estão a ser contactadas com uma mensagem de que as suas apps irão ser recusadas já a partir de 1 de Janeiro de 2018, por ser considerado que "apps geradas por serviços de geração de apps ou que usem templates comerciais" não são adequadas para estar na App Store.

Ora, se por um lado se pode compreender que não seja do interesse dos utilizadores lidar com centenas ou milhares de apps "repetidas", esta medida vem penalizar todas as pequenas empresas que só têm possibilidade de recorrer a este tipo de apps para estar presentes nas plataformas mobile. Para além do mais... o que espera a Apple com esta medida? Acha que os milhões de restaurantes que existem no mundo irão criar um milhão de formas diferentes de apresentar uma ementa e possivelmente permitir efectuar reservar ou encomendar comida? E o mesmo para pequenas lojas, ou clubes, ou eventos, ou mil e uma outras situações onde o recurso a estas apps "pré-cozinhadas" se torna(va) a opção mais atractiva?

Algumas destas empresas já comparam esta situação à de um serviço de alojamento web que se recusasse a alojar um site de um restaurante por este ser semelhante ao de outros restaurantes. Mas, em último caso, a plataforma é da Apple, e ela é que manda... quer se goste ou não. Na minha opinião, é apenas mais um sinal de como estas empresas melhor fariam em promover as chamadas Web Apps e PWA (Progressive Web Apps)... que podem não ter acesso a todas as funcionalidades das apps nativas ou pseudo-nativas, mas pelo menos não ficam dependentes de uma aprovação na App Store (isto, enquanto ainda pudermos assumir a web como plataforma livre... o que infelizmente já não me parece ser algo que se possa dar como garantido por muito mais tempo).

Actualização: a Apple já veio explicar melhor o que pretendia com esta medida, permitindo apps baseadas em templates genéricos, mas que terão que ser submetidas pelo cliente final e não pela empresa de templates.

1 comentário:

  1. Ui isto vai ser lindo, vai... Quer dizer que a Apple só vai aceitar native apps? Neste momento há muitas apps hibridas, têm uma layer javascript. Dou-te um exemplo, cordova (apache), weex, template7, react-native, há dezenas de frameworks...
    As mais sofisticadas têm uma boa layer que permite usar funcionalidades do sistema.
    Compreendo a Apple querer controlar isso. Para as empresas é que é mau, até agora contratavam um programador web e ele fazia uma app em javascript na boa

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